quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

As provas contra Lula: 3 mil evidências, 13 casos e R$ 80 milhões em propina

As provas contra Lula: 3 mil evidências, 13 casos e R$ 80 milhões em propina

No fim da tarde de uma segunda-feira recente, o ex-­presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu ao palco de um evento organizado pelo PT em Brasília. Empunhou sua melhor arma: o microfone. Aos profissionais da imprensa que cobriam o evento, um seminário para discutir os rumos da economia brasileira, o ex-presidente dispensou uma ironia: “Essa imprensa tão democrática, que me trata maravilhosamente bem e, por isso, eu os amo, de coração”. Lula estava a fim de debochar. Não demorou para começar a troça sobre os cinco processos criminais a que responde na Justiça. Disse que há três anos ouve acusações sem o direito de se defender, como se não tivesse advogados. “Eu acho que está chegando a hora de parar com o falatório e mostrar prova. Eu acho que está chegando a hora em que a prova tem de aparecer em cima do papel”, disse, alterado. Lula repetia, mais uma vez, sua tática diante dos casos em que é réu: sempre negar e nunca se explicar. E prosseguiu: “Eu quero que eles mostrem R$ 1 numa conta minha fora desse país ou indevida. Não precisa falar que me deu 100 milhão, 500 milhão, 800 milhão... Prove um. Não estou pedindo dois. Um desvio de conduta quando eu era presidente ou depois da Presidência”. Encerrou o discurso aplaudido, aos gritos de “Brasil urgente, Lula presidente!”.
A alma mais honesta do Brasil, como o ex-presidente já se definiu, sem vestígio de fina ironia, talvez precise consultar seus advogados – ou seus processos. Há, sim, provas abundantes contra Lula, espalhadas em investigações que correm em Brasília e em Curitiba. Estão em processos no Supremo Tribunal Federal, em duas Varas da Justiça Federal em Brasília e na 13ª  Vara Federal em Curitiba, aos cuidados do juiz Sergio Moro. Envolvem uma ampla e formidável gama de crimes: corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, crime contra a Administração Pública, fraude em licitações, cartel, tráfico de influência e obstrução da Justiça. O Ministério Público Federal, a Polícia Federal, além de órgãos como a Receita e o Tribunal de Contas da União, com a ajuda prestimosa de investigadores suíços e americanos, produziram, desde o começo da Lava Jato, terabytes de evidências que implicam direta e indiretamente Lula no cometimento de crimes graves. Não é fortuito que, mesmo antes da delação da Odebrecht, Lula já fosse réu em cinco processos – três em Brasília e dois em Curitiba. Também não é fortuito que os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, após anos de investigação, acusem Lula de ser o “comandante máximo” da propinocracia que definiu os mandatos presidenciais do petista, desfalcando os cofres públicos em bilhões de reais e arruinando estatais, em especial a Petrobras.
A estratégia de Lula é clara e simples. Transformar processos jurídicos em campanhas políticas – e transformar procuradores, policiais e juízes em atores políticos desejosos de abater o maior líder popular do país. Lula não discute as provas, os fatos ou as questões jurídicas dos crimes que lhe são imputados. Discute narrativas e movimentos políticos. Nesta quarta-feira, dia 10, quando estiver diante de Moro pela primeira vez, depondo no processo em que é réu por corrupção e lavagem de dinheiro, acusado de receber propina da OAS por meio do tríplex em Guarujá, Lula tentará converter um ato processual (um depoimento) num ato político (um comício).
Se não conseguir desviar a atenção, saindo pela tangente política, Lula terá imensa dificuldade para lidar com as provas – sim, com elas. Nesses processos e em algumas investigações ainda iniciais, todos robustecidos pela recente delação da Odebrecht, existem, por baixo, cerca de 3 mil evidências contra Lula. Elas foram analisadas por ÉPOCA. Algumas provas são fracas – palavrórios, diria Lula. Mas a vasta maioria corrobora ou comprova os crimes imputados ao petista pelos procuradores. Dito de outro modo: existe “prova em cima de papel” à beça. Há, como o leitor pode imaginar, toda sorte de evidência: extratos bancários, documentos fiscais, comprovantes de pagamento no Brasil e no exterior, contratos fajutos, notas fiscais frias, e-mails, trocas de mensagens, planilhas, vídeos, fotos, registros de encontros clandestinos, depoimentos incriminadores da maioria dos empresários que pagavam Lula. E isso até o momento. As investigações prosseguem em variadas direções. Aguardem-se, apesar de alguns percalços, delações de homens próximos a Lula, como Antonio Palocci e Léo Pinheiro, da OAS. Renato Duque, ex-executivo da Petrobras, deu um depoimento na sexta-­feira, dia 5, em que afirma que Lula demonstrava conhecer profundamente os esquemas do petrolão. Existem outras colaborações decisivas em estágio inicial de negociação. Envolvem crimes no BNDES, na Sete Brasil e nos fundos de pensão. Haja prova em cima de papel.
Trata-se até agora de um conjunto probatório, como gostam de dizer os investigadores, para lá de formidável. Individualmente e isoladas, as provas podem – apenas – impressionar. Coletivamente, organizadas em função do que pretendem provar, são destruidoras; em alguns casos, aparentemente irrefutáveis. Nesses, podem ser suficientes para afastar qualquer dúvida razoável e, portanto, convencer juízes a condenar Lula por crimes cometidos, sempre se respeitando o direito ao contraditório e à ampla defesa – e ao direito a recorrer de possíveis condenações, como qualquer brasileiro. Não é possível saber o desfecho de nenhum desses processos.
Ainda assim, os milhares de fatos presentes neles, na forma de provas judiciais, revelam um Lula bem diferente daquele que encanta ao microfone. As provas jogam nova luz sobre a trajetória de Lula desde que assumiu o Planalto. Assoma um político que conheceu três momentos distintos. O primeiro momento deu-se como um presidente da República que decidiu testar os limites do fisiologismo e clientelismo da política brasileira. A partir de 2003, e com mais força em 2004, Lula começou a agir para beneficiar, em atos sucessivos, empreiteiras e grandes grupos empresariais, por meio de homens de confiança em postos-­chave no governo. Era, naquele momento, um político cujas campanhas e base aliada eram financiadas, comprovadamente, com dinheiro de propina desses mesmos empresários – entre outros. Era um político que caíra nas graças do cartel de empreiteiras que rapinava a Petrobras e comprava leis no Congresso.
O segundo momento sobreveio entre 2009 e 2010, conforme o tempo dele no poder se aproximava do fim – e, com Dilma Rousseff como sucessora, todos, em tese, continuariam a prosperar. Nesse ponto, assomou um político que, pelo que as provas e depoimentos indicam, passaria a viver às custas das propinas geradas pelo cartel que ajudara a criar. Entre 2009 e 2010, o cartel, em especial Odebrecht e OAS, passou a se movimentar para assegurar que Lula e sua família tivessem uma vida confortável. Faziam isso porque, como já explicaram, deviam propina ao ex-presidente e, não menos importante, pela expectativa de que ele usasse sua influência junto a Dilma Rousseff para manter o dinheiro do governo entrando nas empresas – como fez, de fato, em algumas ocasiões.
Nesse período de final de mandato, houve uma série de operações fraudulentas e clandestinas, comandadas pelo cartel, que resultaram na multiplicação do patrimônio de Lula. Usaram-se laranjas e intrincadas transações financeiras para esconder a origem do dinheiro dos novos bens do ex-presidente. Mas, hoje, esses estratagemas foram descobertos, com fartura de provas, pelos investigadores. Da Odebrecht, Lula ganhou o prédio para abrigar seu instituto, um apartamento em São Bernardo do Campo, onde mora até hoje, e a reforma de um sítio em Atibaia que, todas as provas demonstram, pertence ao petista, e não é somente “frequentado” por ele. Da OAS, ganhou o famoso tríplex em Guarujá, assim como as reformas pedidas por ele – o apartamento só ficou pronto após a Lava Jato, de modo que não houve tempo para que Lula e família se mudassem para lá. A mesma OAS passou a bancar o armazenamento do acervo presidencial do petista. Todas essas operações – todas – foram feitas clandestinamente, para ocultar o vínculo entre Lula e as empreiteiras. Todas foram debitadas do caixa de propinas que Lula mantinha junto às empreiteiras.
Além de dar moradia a Lula, as empreiteiras passaram a bancar o ex-presidente e sua família, além de pessoas próximas. Havia, segundo as provas disponíveis, pagamentos de propina da Odebrecht a um dos filhos do presidente, a um irmão dele, a um sobrinho e a Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e um dos assessores mais próximos de Lula. Havia pagamentos em dinheiro vivo e, em alguns, casos, por meio de empresas – como a de um filho e a de um sobrinho. Havia, ainda, os pagamentos à empresa de palestras de Lula e ao próprio Instituto Lula. Na maioria dos casos, segundo as evidências, não se tratava de doação ou contratação para palestras, embora essas tenham acontecido em alguns casos. Trata-se de propina disfarçada de doação.  Até que a Lava Jato mudasse tudo, Lula e seus familiares receberam, de acordo com as evidências disponíveis e se obedecendo a um cálculo conservador, cerca de R$ 82 milhões em vantagens indevidas – bens ou pagamentos ilegais.
O terceiro momento de Lula, aquele que as provas revelam com mais nitidez,  precipita-se em março de 2014, quando irrompe a Lava Jato. O petista, que sabia o que fizera e intuía o potencial da operação, preocupou-se. É esse Lula preocupado – quiçá desesperado – que aparece nos processos de obstrução da Justiça. Que, segundo depoimentos e documentos, tenta destruir provas. Tenta, em verdade, destruir a Lava Jato, para por ela não ser destruído. Há semanas, dias antes do discurso de Lula em Brasília, a voz rouca de Léo Pinheiro sacudira Curitiba. Diante do juiz Sergio Moro, Léo Pinheiro expunha segredos guardados por anos. “Eu tive um encontro com o presidente, em junho... bom, isso tem anotado na minha agenda, foram vários encontros.” Era 20 de abril e Léo falava de um encontro mantido há quase três anos, em maio de 2014, quando a Lava Jato começava a preocupar. “O presidente, textualmente, me fez a seguinte pergunta: ‘Léo’, e eu notei até que ele estava um pouco irritado, ‘você fez algum pagamento a João Vaccari no exterior?’. Eu disse: ‘Não, presidente, nunca fiz nenhum pagamento dessas contas que nós temos com Vaccari no exterior’. ‘Como é que você está procedendo os pagamentos para o PT?’. ‘Através do João Vaccari. Estou pagando, estamos fazendo os pagamentos através de orientação do Vaccari, caixa dois e doações diversas que nós fizemos a diretórios e tal’. ‘Você tem algum registro de algum encontro, de conta, de alguma coisa feita com o João Vaccari com você? Se tiver, destrua. Ponto. Acho que quanto a isso não tem dúvida’.”
Lula, como Renato Duque confirmou em depoimento a Moro na sexta-feira, estava se mexendo para descobrir quanto estava sob risco. No depoimento, Duque, que fora indicado pelo PT e pelo próprio Lula à Diretoria de Serviços da Petrobras, destruiu o antigo chefe. Disse, como Léo Pinheiro, que Lula “tinha o pleno conhecimento de tudo, tinha o comando”. Referia-se ao petrolão. Nas últimas semanas, Duque e o ex-ministro Palocci disputavam quem fecharia antes um acordo de delação premiada, em busca de pena menor. Ambos pretendiam entregar informações sobre Lula, pois suas defesas detectaram que a Lava Jato queria mais elementos para cravar que o então presidente não só sabia da existência, como comandava o esquema de corrupção na Petrobras. Palocci recuou duas ou três casas em sua negociação, após a libertação do ex-ministro José Dirceu. Duque aproveitou para avançar. Disse que encontrou Lula pessoalmente três vezes. “Nessas três vezes ficou claro, muito claro para mim, que ele tinha pleno conhecimento de tudo, tinha o comando”, disse Duque. No último encontro, em 2014, segundo Duque, Lula perguntou se ele tinha recebido dinheiro na Suíça da holandesa SBM, fornecedora da Petrobras. Duque diz que negou. Lula, então, perguntou: “Olha, e das sondas? Tem alguma coisa?”. Lula se referia a negócios da Sete Brasil, a estatal criada para turbinar o petrolão. Duque afirma que mentiu a Lula ao dizer que não tinha. Ouviu do então presidente, de saída do cargo: “Olha, presta atenção no que vou te dizer. Se tiver alguma coisa, não pode ter, entendeu? Não pode ter nada no teu nome, entendeu?”.
No ano seguinte, Lula prosseguiu em sua tentativa desesperada de sabotar a Lava Jato. Em maio de 2015, o então senador Delcídio do Amaral foi à sede do Instituto Lula, em São Paulo. Àquela altura, líder do governo no Senado, Delcídio era um interlocutor frequente de Lula sobre a situação precária do governo Dilma no Congresso, mas, principalmente, sobre o avanço da Lava Jato em direção ao coração petista. Na conversa, Lula se disse preocupado com a possibilidade de seu amigo, o pecuarista José Carlos Bumlai, ser engolfado pela operação. Delcídio percebeu que fora convocado para discutir o assunto. Avisou que Bumlai poderia ser preso devido às delações do lobista Fernando Baiano e do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Delcídio também tinha medo disso, pois recebera propina junto com Cerveró. Então, contou a Lula que, quatro meses antes, recebera um pedido de ajuda financeira de Bernardo, filho de Cerveró. Delcídio afirma que Lula determinou que era preciso ajudar Bumlai.
Assim, Delcídio passou a trabalhar. Dias depois, encontrou-se com Maurício, filho de Bumlai, e “transmitiu o recado e as preocupações de Lula”. Maurício topou a empreitada: era preciso bancar as despesas com advogado e sustentar a família para “segurar” a delação de Cerveró e, assim, tentar salvar o pai de Maurício. Nos meses seguintes, Maurício Bumlai entregou R$ 250 mil em espécie a um assessor de Delcídio, em encontros em São Paulo. O dinheiro era levado depois à família Cerveró. Quando, em setembro, ÉPOCA publicou que Cerveró fechara um acordo de delação, Maurício interrompeu os pagamentos. Em novembro de 2015, Delcídio foi preso, por ordem do Supremo, por tentar obstruir a Lava Jato.
Por meio de nota, o Instituto Lula afirma que “não há nenhum” ato ilegal nas delações dos executivos da Odebrecht e que as delações não são provas, mas “informações prestadas por réus confessos que apenas podem dar origem a uma investigação. Por enquanto, o que existe são depoimentos feitos aos procuradores, a acusação, divulgados de forma espetacular”. Sobre a “conta Amigo”, a nota afirma ser “a mais absurda de todas as ilações no depoimento de Marcelo Odebrecht”. “Se for verdadeiro o depoimento, Marcelo Odebrecht teria feito, na verdade, um aprovisionamento em sua contabilidade para eventuais e futuras transferências ou pagamentos. A ser verdadeira, trata-se, como está claro, de uma decisão interna da empresa. Uma ‘conta’ meramente virtual, que nunca se materializou em benefícios diretos ou indiretos para Lula.” Sobre a ajuda da Odebrecht a Luís Cláudio, um dos filhos de Lula, o Instituto Lula afirma que “mesmo considerando real o relato de delatores que precisam de provas, Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar relatam que a ajuda para o filho de Lula iniciar um campeonato de futebol americano foi voluntária e após diversas conversas e análises do projeto”. Sobre a mesada de R$ 5 mil que a Odebrecht pagou por anos a Frei Chico, irmão do ex-presidente, a nota afirma que “não só Lula não pediu, como não foi dito que Lula teria pedido”. Afirma que o principal assessor de Lula, Paulo Okamotto, “negou ter recebido qualquer ‘mesada’ de Alexandrino Alencar”. O Instituto diz que a Odebrecht não inventou Lula como palestrante e que “as palestras eram lícitas e legítimas”.

Ministro do Trabalho pede demissão horas após anunciar queda no emprego

Ronaldo Nogueira informou que deixa o cargo para concorrer nas eleições de 2018. | Luiz Cruvinel

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, pediu demissão do cargo nesta quarta-feira (27), horas depois de anunciar que, depois de sete meses de alta no emprego, em novembro o país teve mais demissões do que contratações com carteira assinada.

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Ronaldo Nogueira agora volta à Câmara, de onde estava licenciado. Ele pretende concorrer à reeleição a uma vaga de deputado federal pelo Rio Grande do Sul, seu estado. E decidiu sair do governo antes do prazo final permitido por lei para deixar o cargo, em março. O presidente Michel Temer afirmou a assessores que até março trocará os ministros que disputarão as eleições.
A demissão de Ronaldo Nogueira deve ser publicada no Diário Oficial da União até o fim desta semana.

PTB vai indicar deputado do Maranhão para o Ministério do Trabalho

O PTB, partido de Nogueira, indicou o deputado Pedro Fernandes, do Maranhão, para o ministério.
À reportagem Fernandes disse que ainda não foi procurado por Temer. O convite, ele diz, veio do líder de seu partido na Câmara, Jovair Arantes (GO).
“Foi um susto, mas estou topando. Já me refiz do susto e vamos lá”, declarou o deputado, que se comprometeu a não disputar o sexto mandato.
Ainda segundo Fernandes, Jovair estava acompanhado de Nogueira no momento do convite, feito por telefone. O ministro, ainda de acordo com o deputado, “quer dar uma descansada em janeiro, porque pegou um sufoco grande”.

FONTE http://www.gazetadopovo.com.br/politica/republica/ministro-do-trabalho-pede-demissao-horas-apos-anunciar-queda-no-emprego-5zf2ywwv53m95rvv4mcr9r8mq?utm_source=gazeta-do-povo&utm_medium=box-lista&utm_campaign=mais-quente-dia



Mensaleiro que fugiu para a Itália, Pizzolato sai da cadeia após 2 anos preso

Pizzolato: segundo ministro do STF, ele teve bom comportamento, apesar de ter fugido para a Itália | José Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade a Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil condenado no mensalão por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Pizzolato fugiu para a Itália, foi extraditado para o Brasil em outubro 2015 e desde então cumpria pena na Penitenciária da Papuda. Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão, ele cumpriu apenas dois anos e dois meses de detenção.

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Em troca de sua liberdade, Pizzolato terá de pagar multa de R$ 2.175 por mês, até o valor total de R$ 2 milhões. A proposta foi feita por sua defesa e aceita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Desde maio, ele estava no regime semiaberto – em que o condenado passa o dia fora da cadeia e volta para o presídio à noite.

Condições para a liberdade foram cumpridas, diz Barroso

Barroso entendeu que o ex-diretor cumpriu as condições necessárias para obter a liberdade, incluindo o fato de ser réu primário e de ter bons antecedentes, sem registro de cometimento de falta disciplinar na Papuda.
Na decisão, Barroso determina que Pizzolato pode ficar em liberdade desde que cumpra “as condições a serem impostas pelo Juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, em especial prestar a garantia exigida pela Fazenda Nacional, mantido o regular pagamento das parcelas ajustadas”.
O ministro do STF destacou que PIzzolato foi condenado a uma pena privativa de liberdade superior a 2 anos por crimes que não são considerados hediondos. “Além disso, o atestado de pena expedido pelo Juízo delegatário desta execução penal, em 20.10.2017, dá conta de que o sentenciado implementou o requisito objetivo necessário à concessão do livramento condicional, qual seja, o cumprimento de um terço da pena que lhe foi imposta. Isto é, considerada a pena efetivamente cumprida (4 anos, 4 meses e 4 dias) e o total de dias remidos pelo trabalho e estudo (331 dias).”

Na fuga para a Itália, Pizzollato usou passaporte do irmão

Quando fugiu para a Itália, usou o passaporte de um irmão morto há mais de 35 anos.
Mesmo tentando evitar ser preso no Brasil, foi localizado e preso no início de fevereiro de 2014 em uma operação da Interpol em Maranello, norte da Itália, por uso de passaporte falso.

A ideologia de gênero perde espaço na BNCC


 | Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Os defensores da ideologia de gênero encastelados nos órgãos que definem os rumos da educação no país, como o Conselho Nacional de Educação e o Ministério da Educação (MEC), viram na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) o caminho para implantar em todas as escolas no país os conceitos segundo os quais os fatores biológicos são menos importantes que as construções sociais na definição dos papéis masculino e feminino. A estratégia buscava contornar a indignação popular contra esta ideologia, e que levou casas legislativas nos três níveis de governo a rejeitar a inclusão de conteúdos de gênero nos planos Nacional, estaduais e municipais de Educação.

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Com a BNCC perto de ser aprovada, parecia que os ideólogos estavam prestes a vencer a batalha. Em 1.º de dezembro, o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares da Silva, havia dito à Gazeta do Povo que quaisquer mudanças nos conteúdos sobre gênero estava fora de questão. “Não tem discussão de mudança em relação a isso porque nós não entendemos que tinha ideologia de gênero, que tinha isso, que tinha aquilo. Tem respeito a todos”, afirmou Silva à reportagem.
A nova formulação tira das mãos dos ideólogos o poder de impor os enfoques que gostariam de levar à sala de aula
No entanto, segundo os jornais Folha de S.Paulo e O Globo, e apesar das afirmações de Silva, o governo demonstrou sensatez e elaborou uma nova – a quarta – versão da BNCC, em que foram removidas pelo menos dez menções a questões de gênero. Esta versão é a que deveria ter sido votada na sessão de quinta-feira passada do Conselho Nacional de Educação, mas um pedido de vista de três conselheiras interrompeu a análise; uma sessão extraordinária, marcada para esta semana, deve concluir a votação, dando alguns dias para que os conselheiros façam “uma leitura adequada” do documento, nas palavras de Márcia Ângela da Silva Aguiar, uma das autoras do pedido de vista.
Segundo a Folha de S.Paulo, a discussão sobre gênero foi deslocada, saindo das disciplinas onde constava na terceira versão da BNCC, como Artes ou História, para a disciplina de Ensino Religioso, alvo de uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal que validou o caráter confessional do conteúdo a ser oferecido em escolas públicas. As noções de “gênero e sexualidade” seriam discutidas de acordo com o que afirmam as várias religiões – por mais que isso desagrade aqueles que gostariam de ver as questões de gênero completamente eliminadas da BNCC, há de se reconhecer que a nova formulação, ao estabelecer como parâmetro da discussão as concepções de cada fé a respeito do assunto, tira das mãos dos ideólogos o poder de impor os enfoques que gostariam de levar aos alunos do ensino fundamental.
Mais uma vez, é preciso ressaltar que a escola tem, sim, papel importante ao reforçar em seus alunos o respeito a todo ser humano, independentemente de qualquer característica – respeito este que precisa vir de casa, mas que a escola tem a chance de ressaltar pelas oportunidades de convivência que proporciona. Nada disso, no entanto, inclui impor sobre as crianças e adolescentes teorias carentes de fundamentação científica e que, como demonstrou estudo recentemente traduzido e publicado pela Gazeta do Povo, têm mais potencial de causar estragos graves justamente entre os alunos dessas faixas etárias.

O que há por trás da ideologia de gênero

 | Brunno Covello/Arquivo Gazeta do Povo



Para começar a discutir a questão do gênero, é preciso compreender que estamos diante de uma “agenda” política internacional e não de um movimento espontâneo ou da defesa de classes, como costumamos ouvir e ler.

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O conceito de “gênero” foi usado pela primeira vez no fim dos anos 60 pelo dr. John Money, psicólogo neozelandês e professor da John Hopkins University, de Baltimore, que manteve o termo restrito à área da psicologia. O dr. Money sustentou que a percepção que as pessoas têm de sua própria sexualidade, a qual denominou “identidade de gênero”, dependeria simplesmente da educação recebida e poderia ser diferente do sexo. Essa teoria veio abaixo quando o dr. Money usou como cobaia dois gêmeos canadenses, um deles educado como menina e o outro, como menino. O gêmeo criado como menina passou a vida sentindo-se diferente e não se encaixava neste papel. O fim da história? O suicídio (o documentário Dr. Money e o menino sem pênis conta essa história na íntegra).
Sequencialmente, entre os anos 60 e 80, o termo ganhou contornos de agenda política de grupos de estudos feministas, patrocinados por grandes fundações, nas maiores universidades americanas. Destacam-se duas autoras deste período, ambas apontando que, para a revolução ser completa, era necessário “abolir a família”. Kate Millet (no livro The Sexual Politics) expõe que seria por meio de uma sexualidade “polimorficamente perversa”. E Shulamith Firestone, em seu livro The Dialectic of Sex, que avança mais no pensamento revolucionário, afirma que “as mulheres e as crianças deveriam ser libertadas para usar sua sexualidade como quiserem” e complementa: “Devemos incluir a opressão das crianças em qualquer programa feminista revolucionário (...) Nossa etapa final deve ser a eliminação das próprias condições da feminilidade e da infância. O tabu do incesto hoje é necessário somente para preservar a família; então, se nós nos desfizermos da família, iremos de fato desfazer-nos das repressões que moldam a sexualidade em formas específicas”. Essa retórica foi baseada no pensamento de Friedrich Engels e Karl Marx, no livro A Origem da Família, a Propriedade Privada e o Estado, que define a família “patriarcal” como a primeira de todas as opressões de classe.
Não há nenhuma base cientifica que sustente as hipóteses dos ideólogos de gênero
A partir dos anos 90 surge a maior expoente desta ideologia: Judith Butler, professora do Departamento de Retórica e Literatura Comparada da Universidade da Califórnia em Berkeley. No seu livro Gender Trouble – Feminism and the Subversion of Identity, ela apresenta as ferramentas para a abolição da família através da desconstrução da heteronormatividade, como podemos ver: “Faremos [no terceiro e último capítulo do livro] um esforço para subverter as noções naturalizadas do gênero que dão suporte à hegemonia masculina e ao poder heterossexual, para criar problemas de gênero por meio da confusão subversiva daquelas categorias que buscam manter o gênero como ilusões fundadoras da identidade”.
Portanto, pode-se concluir por que esse ideário é chamado “ideologia de gênero”: trata-se de um conceito unicamente formado por retórica, agindo por meio de convencimento e persuasão, alienando a consciência humana. A afirmação dos ideólogos de gênero é de que nascemos neutros, sem sexo definido; que os órgãos sexuais, os hormônios e os cromossomos não dizem nada sobre a identidade do indíviduo.

Ideologia de Gênero

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Associações científicas têm se pronunciado sobre o tema. Conforme declaração do American College of Pediatricians de março de 2016, a sexualidade humana é uma característica biológica binária objetiva: XY (homem) e XX (mulher) são marcadores genéticos saudáveis – e não marcadores genéticos de uma desordem. A norma da concepção humana é ser masculino ou feminino. A sexualidade humana é planejadamente binária, com o propósito óbvio da reprodução e da prosperidade da nossa espécie. Esse princípio é autoevidente. E continua, dizendo que ninguém nasce com um gênero. Todos nascem com um sexo biológico. E ainda faz uma advertência: ”Condicionar as crianças a acreditar que uma vida inteira de personificação química e cirúrgica do sexo oposto é normal e saudável é abuso infantil. Apoiar a discordância de gênero como normal através da educação pública e de políticas legais confundirá as crianças e os pais, levando mais crianças a procurar ‘clínicas de gênero’, onde tomarão drogas bloqueadoras da puberdade. Por sua vez, isso garantirá que elas ‘escolherão’ uma vida toda de hormônios cancerígenos e tóxicos e provavelmente considerarão passar por uma mutilação cirúrgica desnecessária de partes saudáveis do seu corpo ao chegar à vida adulta”.
Recentemente, no Brasil, a AMD, associação de médicos que estudam questões de diversidade, entre eles o gênero, sustentou a declaração da American College of Pediatricians e completou, advertindo que não há nenhuma base cientifica que sustente as hipóteses dos ideólogos de gênero e que, portanto, não se justifica aplicá-la na educação; isso seria fazer de nossas escolas laboratórios e de nossas crianças, cobaias.
Mas por que tanta pressão em aprovar e implementar na legislação nacional uma ideologia que comprovadamente não tem fundamentação cientifica? Para responder a esta pergunta, é necessário resgatar o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, no seu Decreto 7.037, de 21 de dezembro de 2009, em que se proclama o “Objetivo Estratégico V” (pagina 98, item d): “Reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), com base na desconstrução da heteronormatividade”.
O projeto – por enquanto, frustrado – era implementar a ideologia de gênero no sistema educacional brasileiro através da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que será homologada e terá vigor no próximo ano em todas as escolas do país, públicas e privadas. Assim foi feito em vários países, nos quais observamos um alarmante número de crianças confusas sobre o próprio sexo – um exemplo é a Inglaterra, que nos últimos cinco anos registrou aumento em 1.000% do número de crianças que se submetem a tratamento transgênero. Porque é isso que a ideologia de gênero faz: desconstrói a identidade humana por onde passa.
João Luiz Agner Regiani é advogado.

Assaltantes armados TOMAM automóvel da Deputada Maria do Rosário em Porto Alegre

Assaltantes armados TOMAM automóvel da Deputada Maria do Rosário em Porto Alegre

 

Parlamentar carregava com bagagem seu Citroen C3 no bairro Chácara das Pedras, para viagem, quando assaltantes chegaram.
De acordo com o comunicado feito pela parlamentar à Brigada Militar, ela estava carregando com bagagem o seu Citroen C3 para uma viagem quando, por volta das 19h, três ou quatro homens chegaram em um veículo vermelho (Maria do Rosário não soube especificar o modelo) e anunciaram o assalto. Pelo menos um deles estava armado.
O veículo da deputada foi levado. A BM realiza buscas na região para tentar localizá-lo. Maria do Rosário não sofreu ferimentos.
Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2017/12/deputada-maria-do-rosario-tem-o-carro-roubado-em-porto-alegre-cjbpor3wc03rj01p98aymnm69.html

IDEOLOGIA DE GÊNERO - CONSEQUÊNCIAS

Manuel Doria adicionou 4 comentários a isso.

To allow transgender women to compete in female sports is fundamentally unfair and I concur with the prediction that this will significantly disrupt professional female competition in the near future. Allow me to elaborate some reasons why:
1) Men on average are taller than women and prima facie, "trans women" on average are taller than "cis women". Greater height incurs statistically in several advantages for several sports such as greater hands, greater reach, greater visibility and greater trunk strength. In particular, these features tend to be advantageous for team games like basketball, volleyball and handball.
2) Men on average fare better than women in many visuospatial tasks due to sexual dimorphism in the visual cortex. It is unknown if one year of testosterone suppression therapy and some years of male-to-female hormone replacement therapy with estrogens in an *adult* brain is enough to revert, through neuroplasticity, this visuospatial advantage. Ceteris paribus, this confers an advantage in any sport involving for instance hand-eye-coordination or foot-eye-coordination, such as golf, football and ping pong.
3) Many trans women athletes transition after competing at elite level sports as males. This prima facie confers them psychological and cognitive advantages for having developed motor engrams under competitive levels that do not exist in female sports. For instance, in strength sports, a transitioned male-to-female olympic weightlifter may still carry motor circuitry that were formed while snatching loads no woman has been physically able to lift.
I could go on and mention several additional advantages related to other sex differences such as body type, bone density, phenotype variability and hormones (trans women athletes for instance are allowed to have greater basal testosterone levels than females from birth) .
An objective test for fairness is quite easy to do; we just have to check if on average, trans women athletes are having athletic performance statistically equivalent to athletes who are females from birth. Given existing anecdotal evidence, I believe that unfortunately, this isn't the case; transgender woman athletes that are not sufficiently competitive to compete as males are receiving incentives to transition in order to achieve athletic milestones. And that is unfair to women.

Permitir que as mulheres transexuais concorram no desporto feminino é fundamentalmente injusto e concordo com a previsão de que isso irá perturbar significativamente a concorrência profissional feminina num futuro próximo. Permitam-me que elabore algumas razões:

1) homens em média são mais altos do que mulheres e prima facie, " as mulheres trans " em média são mais altas do que " Mulheres da cei ". maior altura incorre estatisticamente em várias vantagens para vários esportes, tais como mãos maiores, maior alcance, maior visibilidade E maior força de tronco. Em particular, estas características tendem a ser vantajosas para jogos de equipe como basquete, voleibol e handebol.

2) homens em tarifa média melhor que as mulheres em muitas tarefas visuo devido ao dimorfismo sexual no córtex visual. Desconhece-se se um ano de terapia de supressão de testosterona e alguns anos de terapêutica hormonal de substituição de hormona masculina com estrogénios em um cérebro * Adulto * é suficiente para reverter, através da neuroplasticidade, esta vantagem visuo. Igualdade de, isto confere uma vantagem em qualquer desporto que envolva, por exemplo, coordenação manual ou coordenação dos olhos, como o golfe, o futebol e o pingue-pongue.

3) muitas mulheres trans-atletas transição depois de competir no nível de elite esportes como machos. Esta prima facie confere-lhes vantagens psicológicas e cognitivas por terem desenvolvido engramas de motor em níveis competitivos que não existem no desporto feminino. Por exemplo, em desportos de força, a transição de um halterofilista masculino para o feminino pode ainda transportar circuitos de motor que foram formados ao roubar cargas que nenhuma mulher foi fisicamente capaz de levantar.

Poderia falar várias vantagens adicionais relacionadas com outras diferenças sexuais, como o tipo de corpo, a densidade óssea, a variabilidade do fenótipo e as hormonas (atletas de mulheres trans, por exemplo, são autorizados a ter níveis de testosterona basais maiores do que as fêmeas desde o nascimento).

Um teste objectivo para a justiça é muito fácil de fazer; só temos de verificar se, em média, os atletas das mulheres trans estão a ter desempenho atlético estatisticamente equivalente aos atletas que são fêmeas desde o nascimento. Dadas as evidências anedótica existentes, acredito que infelizmente, não é o caso; atletas mulheres transexuais que não são suficientemente competitivos para competir como machos estão recebendo incentivos à transição para alcançar Marcos Atléticos. E isso é injusto para as mulheres.


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