sábado, 28 de outubro de 2017

Dica aos empreendedores: o preço já está dado. Agora, escolham seus custos

Dica aos empreendedores: o preço já está dado. Agora, escolham seus custos
Empreendedores que não entenderem isso só irão prosperar em mercados protegidos
Foi ainda em minha juventude que, ao dialogar com um amigo, tive uma constatação que alterou para sempre a minha visão de mundo sobre a economia.
Este amigo queria abrir um restaurante simples. Como eu cursava economia, ele me pediu dicas.
Automaticamente, fiz a ele duas perguntas:
— Quanto você acha que as pessoas estarão dispostas a pagar pelo seu serviço?
Em seguida:
— O que você consegue fornecer a este preço?
Isto ocorreu ainda antes de eu descobrir a Escola Austríaca de economia e todas as suas implicações. Para mim, tal abordagem simplesmente parecia ser o método mais lógico e racional. Você simplesmente não conseguirá vender algo se as pessoas não concordarem com o preço. Consequentemente, você não pode estipular um preço que as pessoas não estão dispostas a pagar.
Donde se conclui que não é o empreendedor quem determina os preços dos bens e serviços, mas sim o consumidor. O consumidor estipula o quanto ele está disposto a pagar por um bem ou serviço, cabendo ao empreendedor se virar para tentar fornecer este bem ou serviço a um custo operacional que viabilize sua operação.
Consequentemente, o empreendedor bem-sucedido será aquele que, de um lado, consiga vender aquilo que seu público consumidor está disposto a comprar e, de outro, faça isso a um custo operacional que viabilize lucros.
Custos de produção não determinam preços
Ao contrário do que muitos imaginam — inclusive vários empreendedores —, os preços não são determinados pelos custos de produção. Com efeito, é exatamente o contrário: os custos de produção são incorridos de acordo com o preço do produto final.
Os consumidores determinam quanto estão dispostos a pagar por cada bem e serviço ofertado, cabendo então ao empreendedor saber ofertá-los a este preço e a um custo operacionalmente viável.
Mais especificamente, os preços não são estipulados por empreendedores e empresas; eles são descobertos por eles. Já os custos, por sua vez, são escolhidos e assumidos pelos produtores: os produtores irão escolher aquele processo de produção cujo custo eles estimam ser menor que o preço final pelo qual eles imaginam que seu produto será vendido no mercado.
Como sempre enfatizou Mises, o empreendedor é, na realidade, é um especulador, alguém que possui uma estimativa quanto às futuras condições do mercado e, baseado nessa estimativa, realiza empreendimentos que, caso antecipem corretamente as futuras demandas dos consumidores, irão resultar em lucros. Disse ele:
Um empreendedor tem de estar sempre estimando quais serão os preços futuros dos bens e serviços por ele produzidos. Ao estimar os preços futuros, ele irá analisar os preços atuais dos fatores de produção necessários para produzir estes bens e serviços futuros. Caso avalie que os preços dos fatores de produção estão baixos em relação aos possíveis preços futuros de seus bens e serviços produzidos, ele irá adquirir estes fatores de produção. Caso sua estimativa se revele correta, ele auferirá lucros.
Portanto, o que permite o surgimento do lucro é o fato de que aquele empreendedor que estima quais serão os preços futuros de alguns bens e serviços de maneira mais acurada que seus concorrentes irá comprar fatores de produção a preços que, do ponto de vista do estado futuro do mercado, estão hoje muito baixos.
Consequentemente, os custos totais de produção serão menores que a receita total que o empreendedor irá receber pelo seu produto final.
Por isso, os custos operacionais são, para cada empreendimento, uma escolha baseada no julgamento do produtor.
Vale também observar que os preços finais dos bens e serviços, e os custos operacionais incorridos em sua produção, nem sequer são determinados pelos mesmos agentes econômicos. Os preços são determinados pelos consumidores; os custos, escolhidos pelos produtores.
Portanto, a crucial escolha sobre ofertar ou não um bem ou serviço segue duas etapas: primeiro, o empreendedor tem de antecipar corretamente qual preço poderá ser cobrado pelo produto final (o preço determinado pelo consumidor); segundo, o empreendedor tem de ver se será capaz de produzir este bem a um custo suficientemente baixo, de modo a tornar o empreendimento viável (sua escolha de custo).
Por tudo isso, empresas que aplicam o método da "adição do custo" — que estipulam o preço de acordo com custo total mais uma margem de lucro — estão abrindo mão de serem empreendedoras. Elas simplesmente assumem que os custos já estão dados e, com isso, "escolhem" o preço final do produto de acordo com o custo (utilizando uma aritmética simples, do tipo "custo mais 15% de lucro").
Embora o método seja consideravelmente mais rápido, a empresa que o adota corre o risco de ir mais rapidamente à falência.
O preço baseado no custo pode acabar se revelando alto demais (consequentemente não satisfazendo um número suficiente de consumidores) ou baixo demais (consequentemente reduzindo o lucro possível).
A chance de se estipular o preço correto ao simplesmente acrescentar uma margem de lucro sobre o custo é muito pequena.
O preço está certo - agora, escolha seu custo
Empreendedores frequentemente desperdiçam uma enorme quantidade de tempo tentando decidir o preço de seus produtos — ou, pior ainda, escolhendo qual o método para precificá-los. O problema é que, não importa o quanto eles tentem lutar contra, o fato é que eles nunca têm controle sobre quanto os consumidores estão dispostos a pagar.
E isso se aplica inclusive para grandes empresas.
Em 1983, a Apple apresentou o computador Lisa, gabando-se de que ele iria dominar todo o mercado de computadores da época e prometendo que ele levaria a concorrente IBM à falência. A Apple estipulou que Lisa teria um preço de varejo de US$ 9.995 (quase US$ 24.000 em valores de hoje).
Ninguém comprou. O fracasso desta máquina foi um dos maiores da história da empresa. A Apple tentou estipular o preço do seu equipamento baseando-se no custo de US$ 50 milhões que a empresa teve para desenvolvê-lo, mas o público discordou. Isso deixou a empresa com um prejuízo enorme (para a época).
Já a Mulberry, a famosa empresa especializada em elegantes bolsas de couro, optou recentemente pelo caminho oposto. A empresa estava perdendo receitas e os lucros estavam caindo anualmente. E então, ela decidiu reduzir os preços de suas bolsas de couro para torná-las mais acessíveis para sua clientela. Apesar de agora ter um lucro menor por bolsa, o maior volume de bolsas vendidas fez com que as receitas da empresa voltassem a subir.
A estipulação arbitrária de preços é um mito. Em última instância, você não tem com estipular o preço de mercado de seus produtos. Somente os consumidores podem fazer isso. O preço que eles estipulam é o único que vale. Como empreendedor, tudo o que você pode fazer é descobrir quanto os consumidores estão dispostos a pagar por seu produto e então avaliar se há como você forneça-lo a um custo que viabilize o empreendimento. Se você cobrar caro, não vai vender muito; se cobrar barato, não terá lucro.
O problema com os monopólios e cartéis protegidos pelo estado
No entanto, há uma exceção a esta regra.
Ela ocorre sob um arranjo de grande intervencionismo estatal, no qual uma grande empresa opera dentro de um mercado regulado e protegido pelo governo, blindada da concorrência. Empresas telefônicas, companhias aéreas, postos de combustíveis, empresas de ônibus, bancos e grandes indústrias (como a automotiva) são exemplos de empreendimentos que operam em mercados protegidos por agências reguladoras ou por tarifas de importação.
Mercados regulados são diferentes de mercados abertos e livres porque possuem barreiras artificiais à entrada de concorrentes. Consequentemente, tais mercados "redistribuem" seus custos operacionais: como a entrada de novos concorrentes é burocraticamente protegida pelo governo, os eventuais novos entrantes têm de arcar com custos artificialmente altos caso queiram entrar no mercado. Essa barreira artificial protege as empresas já estabelecidas — as quais têm maior poder de estipular preços — e permite que elas imponham seus custos operacionais aos eventuais (e poucos) novos entrantes.
Em outras palavras, há menos empresas e, consequentemente, menos concorrência.
Sob esse arranjo intervencionista, as empresas nem sempre precisam descobrir os preços corretos para seus produtos, pois a ameaça de novos empreendedores se aproveitarem desta ineficiência e entrarem no mercado é muito pequena. Consequentemente, sob este arranjo, o método da "adição do custo" pode funcionar. A concorrência não irá solapar sua escolha de preços, ao contrário do que ocorreria em um mercado livre.
Por isso, grandes empresas que operam protegidas em economias mistas e intervencionistas não necessariamente precisam ser geridas por administradores com grande tino empreendedorial. Sua operação pode rapidamente se tornar burocratizada.
(Já em mercados altamente inovadores, como o de tecnologia, os administradores das grandes empresas já estabelecidos têm continuamente de assumir o papel do empreendedor: eles têm de descobrir novos produtos, os quais requerem novos processos de produção. Por exemplo, a decisão da Apple de produzir o iPhone foi necessariamente empreendedorial — e foi empreendedorial não porque Steve Jobs não recorreu ao método da "adição do custo", mas sim porque não havia informação disponível relevante para este novo tipo de produto.)
O método da "adição do custo", em outras palavras, só "funciona" quando há pouca inovação (dinamismo) no mercado: ou seja, só funciona em mercados intervencionistas e com grandes barreiras artificiais à entrada de concorrentes. E, ainda assim, ele está atrelado ao (limitado) julgamento empreendedorial do administrador: o método da adição de custo só pode realmente ser utilizado pelas empresas quando o preço final assim calculado não é obviamente exorbitante.
Um óbvio exemplo prático do método da "adição de custo" — e, consequentemente, de falta de empreendedorismo — ocorre quando os preços de bens importados mudam abruptamente de acordo com súbitas variações da taxa de câmbio. Em um mercado sem barreiras à entrada (mas com taxas de câmbio flutuantes), os preços dos bens de consumo nas lojas não subiriam com uma desvalorização do câmbio, ou vice-versa. Afinal, as preferências dos consumidores não se alteraram neste curto espaço de tempo.
Assim, em um mercado livre e sem protecionismos, flutuações na taxa de câmbio não seriam refletidas — ao menos não imediatamente — nos preços dos produtos nas lojas. Um empreendimento em um arranjo competitivo iria ajustar a única coisa que é realmente variável: sua estrutura de custos. Eles não seriam capazes de aumentar os preços.
Por tudo isso, o uso do método da "adição de custo" para a escolha de preços é um claro sintoma de uma ausência de forças concorrenciais de mercado — ou então é apenas falta de conhecimento empreendedorial do administrador. Quando tal método é utilizado em um mercado livre e concorrencial, o empreendedor rapidamente é expulso do mercado pelos consumidores. O único arranjo em que tal método parece sensato é em mercados que não são livres, pois os empresários que o praticam, mesmo sem entender o mercado, conseguem se safar sem sofrer grandes punições dos consumidores.
O método da "adição de custo" representa o exato oposto de uma verdadeira precificação de mercado, colocando o poder nas mãos do empresário burocratizado e blindando-o dos consumidores. Neste arranjo, a satisfação do consumidor é algo totalmente secundário.
Conclusão
Mercados protegidos pelo governo concedem um passe-livre a empreendedores ineficientes e de mau juízo empreendedorial, os quais têm grande liberdade para estipular preços. Já mercados concorrenciais — como são os mercados em que operam as micro, pequenas e médias empresas — não permitem erros na estipulação dos preços.
O pequeno ou médio empreendedor, tão logo descobre o preço do seu bem ou serviço, possui algum controle sobre seus lucros. Ele tem de escolher os custos que ainda permitam um lucro líquido sem reduzir a qualidade de seu produto. Isso pode até incluir alterações no peso e no volume do produto, mas não deve envolver alteração no preço nominal.
Estipular preços com base nos custos de produção é, em mercados concorrenciais, a receita para o desastre. Em vez de agir assim, a primeira pergunta que o empreendedor deve se fazer é: quanto os consumidores estão dispostos a pagar pelo meu bem ou serviço? Depois: é possível manter os custos baixos de modo a viabilizar o empreendimento?  Se a resposta é 'sim', então esse empreendedor está no jogo.




Como ganhar dinheiro (mesmo sendo pobre)

Como ganhar dinheiro (mesmo sendo pobre)


A principal dificuldade em ganhar dinheiro e enriquecer é que você tem de ter um dinheiro de reserva para criar aquilo que é chamado de "renda passiva", que é a renda que continua crescendo sem que a pessoa tenha de trabalhar.  Isso significa que, para enriquecer, você tem de juntar um capital que seja suficiente para ser investido e tenha rendimento. 
E, para obter esse capital, não há mágica: você tem de criar valor; você tem de ter uma atividade diária que seja valorizada por pessoas.
Logo, duas conclusões: 1) você tem de trabalhar em algo que seja valorizado e demandado por consumidores.  Só assim você conseguirá acumular algum dinheiro; 2) se a taxa básica de juros vigente em seu país for alta, melhor para você, pois seu dinheiro aplicado renderá mais.
Pessoas pobres permanecem pobres por três razões. 
A primeira é que sua mão-de-obra é tão simples, que a demanda por ela não é alta.  Uma mão-de-obra ganha valor de acordo com sua escassez e sua qualidade.  Trabalhadores de redes fast food, ou caixas de supermercado e padaria simplesmente não são uma mão-de-obra escassa.  Isso faz com que seus contracheques sejam baixos.
A segunda razão é que as pessoas pobres que têm uma renda mais maleável — ou seja, uma renda que não está totalmente comprometida com despesas fixas e essenciais — têm de saber escolher entre várias opções.  Entre as pessoas ricas, alguns vícios podem ser considerados meras excentricidades, uma vez que esses vícios, na maioria dos casos, não causam a ruína de suas circunstâncias presentes e futuras.  Já entre os pobres, os vícios — dentre os quais os mais comuns são cigarros e bebidas — consomem um dinheiro que, em outras circunstâncias, poderia ser utilizado para aplicações financeiras, as quais formariam aquele colchão necessário para criar a renda passiva.  Uma pessoa que não controla seus vícios e que por isso vive exclusivamente de salário a salário é uma pessoa que em vez de estar se esforçando para controlar seu próprio destino, está com o seu destino controlado pelo mercado de trabalho.
A terceira razão é que, sem que tenham nenhuma culpa por isso, as pessoas pobres possuem acesso apenas a uma fatia muito limitada da economia — que é aquela que está fisicamente próxima deles. Vários pobres continuam sem acesso à internet, a qual é hoje a maior força-motriz por trás da acumulação de riqueza.  Aliás, vários pobres nem sequer têm acesso a uma livraria ou até mesmo a uma boa educação.
Com esses três fatores combinados, as pessoas pobres muito provavelmente continuarão pobres.  E o comportamento agregado de indivíduos no mercado mostra que isso é verdade.  Histórias de sucesso continuam sendo a exceção.  Sendo assim, torna-se fácil acreditar que as pessoas pobres não têm nenhuma outra escolha senão continuarem pobres.  Esse artigo é uma tentativa de mostrar que tal argumento não procede, e também de mostrar como a pobreza pode ser superada por meio da compreensão das forças naturais do mercado.
Para remediar o primeiro problema da pobreza — a mão-de-obra de uma pessoa pobre não ser escassa —, é necessário adquirir educação.  O indivíduo tem de saber tornar sua mão-de-obra qualificada e demandada. 
Isso pode ser feito tanto por meio do autodidatismo quanto por meio da educação em uma escola técnica.  Aprender as técnicas de um trabalho específico, como fazer aulas técnicas em um sábado à tarde para adquirir um certificado de operador de empilhadeiras, é um esforço que, embora sobrecarregue o indivíduo temporariamente e até mesmo aumente seus gastos, poderá lhe trazer uma maior acumulação de riqueza no longo prazo. 
Não basta apenas olhar o salário do final do mês para determinar o que pode e o que não pode ser comprado.  Qualquer planejamento para o futuro tem de ser feito com o intuito de ganhar o máximo de dinheiro possível.  Isso significa que o indivíduo terá de poupar dinheiro para fazer essa especialização.  Logo, ele não poderá gastar seu pouco dinheiro comprando cigarros, cerveja ou comendo uma comida mais cara.  Sacrifícios serão necessários no curto prazo. 
Pessoas que sobrevivem de salário a salário deveriam economizar o máximo possível a cada semana.  Após um ano de poupança extrema, uma pessoa que trabalha em troca de salário mínimo já terá algumas economias.  Se as taxas básicas de juros do país estiverem altas, tanto melhor: suas aplicações irão render mais, e sua poupança será menos sacrificante.  A partir daí, não será difícil investir esse dinheiro em cursos técnicos que lhes deem um certificado.  Em países em que tais cursos são subsidiados ou mesmo "gratuitos", não há nenhuma desculpa para não fazer isso.  Com esforço e dedicação, um jovem pobre pode se tornar um grande mecânico de automóveis, um serviço para o qual sempre haverá demanda.
No pior dos cenários, que é aquele em que uma pessoa pobre não possui meios de transporte para se locomover até o local do curso técnico — quando, por exemplo, as tarifas de ônibus são caras, ou nem sequer há ônibus —, uma bicicleta terá de ser adquirida.  Daí a importância ainda maior da poupança.  Trata-se de um gasto que na verdade é um investimento.
Inversamente, os dois vícios mencionados — cigarros e álcool — não acrescentam absolutamente nada à riqueza de um indivíduo.  Ao contrário, são gastos que representam uma contínua subtração de sua riqueza, principalmente no mundo atual, em que os preços desses bens só fazem crescer à medida que os governos vão elevando os impostos que incidem sobre esses itens.  Cortar a cervejinha pode ser algo bem sacrificante em termos de prazer pessoal; mas quando se considera que a escolha é entre um momento de prazer ou uma vida bem-sucedida, a opção deveria ser bem clara.
O terceiro problema, que é o das oportunidades de acordo com a localização do indivíduo, também terá de ser resolvido por meio da poupança.  Computadores e até mesmo laptops terão de ser adquiridos; e podem ser adquiridos no mercado de usados por preços bem em conta.  Ter um computador ou um laptop pode parecer uma despesa incrível para alguém que ganha salário mínimo; mas, de novo, com planejamento, poupança, sacrifícios e corte de gastos inúteis, é algo totalmente viável.  Não é fácil, mas é totalmente factível.  No mundo atual, ter um computador é quase obrigatório.
Uma pessoa que não tenha acesso à internet em casa poderá ter de ir a uma fonte que forneça internet, como uma biblioteca.  Ou, no extremo, poderá usar uma LAN house.  Daí a necessidade de mais poupança.  
A questão então passa a ser a seguinte: tendo investido em uma bicicleta ou em um computador, o que o indivíduo terá de fazer para enriquecer?  Com um computador, os serviços mais demandados (e, por isso, os mais escassos) envolvem programação.  Livros sobre programação de computadores, muito embora nem sempre estejam totalmente atualizados, podem ser encontrados em bibliotecas públicas.  Vários deles, como Visual Basic para iniciantes, vêm com DVDs que podem ser utilizados como ferramenta de auxílio. 
Aliás, o próprio YouTube possui vídeos que ensinam vários tipos de programação de computador.  E, procurando com paciência, a internet fornece vários .pdfs gratuitos de apostilas de programação.  Com dedicação e paciência, qualquer um pode se tornar um webmaster.
Consequentemente, não é impossível que um sujeito que trabalha em alguma rede de fast food ou que é caixa de padaria, e que hoje não tem nem meio de transporte e nem computador, possa por meio desses sacrifícios e esforços subir na vida.  Ele pode não virar um milionário, mas sem dúvida sua renda irá aumentar substantivamente.
Um grande problema ao qual todos estão sujeitos é que essa renda que momentaneamente parece ser contínua e suficiente pode repentinamente sumir.  Trabalhadores podem ser demitidos.  Empresas podem falir.  O mercado pode simplesmente tornar algumas profissões obsoletas.  Em algum momento no futuro, pode até ser possível que computadores se programem sozinhos de acordo com um arranjo de preferências pré-determinadas.  Aquele indivíduo ou aquela família que até então estava confortável em uma profissão repentinamente descobre que sua renda voltou a correr risco.
O que fazer?
O objetivo supremo de ganhar dinheiro é ganhar dinheiro o suficiente para que investi-lo se torne uma vocação.  Isso irá fornecer uma vida com mais segurança e mais certezas.  Investidores podem controlar aquilo em que investem.  Tanto o sucesso quanto o fracasso são determinados pelas escolhas que fazem.  Isso é o oposto de ter de seguir ordens de um patrão, que é quem decide por conta própria se o empreendimento no qual você trabalha irá fracassar ou ser bem-sucedido. 
Por isso, o objetivo da independência vocacional deveria ser óbvio: você começa sendo um assalariado, mas deve utilizar o dinheiro para se qualificar continuamente, até se tornar um empreendedor autônomo.  Hoje, com a internet, você tem acesso a praticamente qualquer livro-texto ou vídeo técnico que queira.  Tendo um meio de locomoção — uma bicicleta ou até mesmo um carro simples e usado, que já deixou de ser caro há muito tempo —, sua esfera de influência econômica se estende para muito além de sua residência. É assim que você começará a realmente ganhar dinheiro.
Após adquirir uma renda contínua e confiável, e com os vícios controlados, é possível poupar cada vez mais dinheiro, o que permitirá um colchão que traga alguma tranquilidade.
Visto por esse prisma, aquele senso comum que diz que devemos "trabalhar para ganhar dinheiro para sobreviver" é somente parte da solução.  Mais especificamente, é a primeira parte da solução.  O objetivo supremo é "trabalhar para ganhar dinheiro para que, então, você possa ser autônomo ou trabalhar em troca de um salário ainda maior".
Conclusão: se você mora em um país que oferece cursos técnicos gratuitos, cujas taxas de juros são relativamente altas, e você tem acesso à internet, não há desculpas para não ganhar dinheiro.  Você pode não ficar milionário, mas pode perfeitamente deixar de ser pobre.  O processo é simples, mas muito trabalhoso.  Exige sacrifício e dedicação.  Mas qualquer um pode fazê-lo.


Aos futuros empreendedores: para ser realmente bem sucedido, crie algo que não tenha concorrentes

Aos futuros empreendedores: para ser realmente bem sucedido, crie algo que não tenha concorrentes
Existem várias empresas que criam muito valor, mas que não são consideradas valiosas pelo mercado.  Criar valor não é o suficiente; é necessário saber capturar uma parte do valor que uma empresa cria.
Isso significa que até mesmo grandes corporações podem ser um empreendimento ruim.  Por exemplo, as empresas aéreas americanas servem milhões de passageiros e ganham, anualmente, centenas de bilhões de dólares.  No entanto, em 2012, quando o preço médio das passagens aéreas foi de US$178, as companhias aéreas ganharam apenas 37 centavos por passageiro. 
Compare isso à Google, que cria menos valor mas captura muito mais valor.  A Google teve uma receita de US$50 bilhões em 2012 (enquanto as empresas aéreas tiveram receitas de US$160 bilhões), mas conseguiu fazer com que 21% dessa receita se convertesse em lucro — mais de 100 vezes a margem de lucro do setor aéreo. 
A Google ganha tanto dinheiro, que hoje a empresa vale três vezes mais do que todas as companhias aéreas americanas juntas.
As empresas aéreas concorrem entre si ao passo que a Google está isolada em seu mercado.  Economistas utilizam dois modelos simplificados (e extremamente falhos) para explicar essa diferença: concorrência perfeita e monopólio.
Em qualquer livro de microeconomia, a "concorrência perfeita" é considerada o modelo ideal.  Um mercado que supostamente está em concorrência perfeita alcança o equilíbrio quando a oferta dos produtores satisfaz a demanda dos consumidores.  Em um mercado perfeitamente competitivo, não há nenhuma diferença entre as empresas e todas elas vendem os mesmos produtos homogêneos.  Dado que nenhuma empresa possui qualquer poder de mercado, todas elas têm de vender a qualquer que seja o preço determinado pelo mercado.  Se houver perspectivas de lucro, novas empresas entrarão no mercado, aumentarão a oferta, reduzirão os preços e, com isso, acabarão eliminando os próprios lucros que as atraíram ao mercado.  Se muitas empresas entrarem no mercado, todas sofrerão prejuízos, algumas irão à falência, e os preços voltarão aos níveis de antes.  No modelo de concorrência perfeita, nenhuma empresa aufere lucros no longo prazo.
Ainda segundo a teoria microeconômica convencional, o oposto da concorrência perfeita é o monopólio.  Enquanto uma empresa em um mercado de concorrência perfeita tem de vender a preços de mercado, uma empresa monopolista é dona exclusiva de seu mercado, de modo que é ela quem determina seus preços.  Dado que não há concorrência, ela produz seus bens e serviços na quantidade e aos preços que irão maximizar seus lucros. 
Para um economista convencional, todos os monopólios são iguais, não importa se a empresa é do tipo que maliciosamente elimina seus rivais, ou se ela obtém uma concessão do estado, ou se ela é eficiente e, por meio de inovações, adquire uma posição de proeminência. 
Meu objetivo aqui, no entanto, não é analisar as duas primeiras (empresas que utilizam métodos ilegais e empresas favoritas do governo), mas sim aquelas empresas que são tão boas naquilo que fazem, que nenhuma outra é capaz de oferecer um substituto à altura.  Farei aqui uma defesa desse tipo de "monopólio", que não é um monopólio no sentido clássico do termo — quando há barreira legais (impostas pelo estado) à entrada de concorrência —, mas sim no sentido de empresas que conseguiram grandes fatias de mercado exclusivamente por meio de sua competência, de sua eficiência, e de seus bons serviços.
Portanto, até o restante deste artigo, sempre que me referir a "monopólio", estarei me referindo especificamente a esse tipo de empresa.
A Google é um bom exemplo de uma empresa que saiu do zero e obteve esse tipo de monopólio: desde o início da década de 2000, quando ela se distanciou da Microsoft e da Yahoo!, ela praticamente não tem concorrentes no quesito ferramenta de busca.
Economistas convencionais criaram um mito em torno da concorrência perfeita, uma fantasia segundo a qual, como descrito acima, firmas idênticas e minúsculas existem de forma estática, não fazendo nada diferenciado e não obtendo nenhum lucro.  Já eu digo que quem realmente melhora o padrão de vida das pessoas são empreendedores que criam esse tipo de "monopólio" que eu defendo.
Com efeito, a teoria da concorrência perfeita é totalmente oposta à ideia do capitalismo: o capitalismo tem como base a acumulação de capital, ao passo que, sob um arranjo de concorrência perfeita, todos os lucros são abolidos.  Logo, a primeira lição para empreendedores é clara: se você quer criar valor e quer capturar esse valor, não crie um empreendimento que não se diferença de outros já existentes.
Seguindo essa minha definição de monopólio, quanto do mundo é realmente monopolista?  Quanto está realmente sob concorrência quase perfeita?  É difícil dizer com precisão porque nossas observações cotidianas sobre esse fenômeno são bastante confusas.  Para o observador externo, todos os empreendimentos podem ser vistos como razoavelmente semelhantes, do modo que conseguimos perceber apenas pequenas diferenças entre eles.  Mas a realidade é bem mais binária do que isso: muitas empresas estão mais próximas de um extremo do que somos capazes de perceber.
A confusão advém do fato de que empresas que estão nessa posição "monopolista" são obrigadas a distorcer a verdade apenas para se proteger.  Elas sabem que, caso se vangloriem de sua posição, elas serão imediatamente auditadas, escrutinadas e atacadas pelo governo.  E dado que elas compreensivelmente querem que seus lucros obtidos com essa posição "monopolista" se mantenham intactos, elas tendem a fazer de tudo para ocultar esse seu "monopólio" — normalmente exagerando o poder de sua (inexistente) concorrência.
Por exemplo, veja como a Google fala a respeito de seus negócios.  Ela certamente não alega ser um monopólio. E, segundo a definição clássica — que diz que monopólio é quando há barreiras legais à entrada de concorrentes —, ela de fato não é monopolista.  Mas e segundo a minha definição de monopólio?  Ela é ou não é?  Se sim, um monopólio em quê? 
Digamos que a Google seja, acima de tudo, uma ferramenta de busca.  Segundo dados de maio de 2014, ela detém 68% do mercado de busca. (Seus maiores concorrentes, Microsoft e Yahoo!, detêm 19% e 10%, respectivamente).  Se isso ainda não parece ser dominante o bastante, considere o fato de que a palavra "google" já é hoje um verbete oficial no Oxford English Dictionary — mais especificamente como um verbo "googlar". Sugiro não ter expectativas de que o mesmo irá acontecer com o Bing.
Agora, suponha que a Google seja primordialmente uma empresa de publicidade.  Isso muda as coisas.  Nos EUA, o mercado de publicidade em ferramentas de busca é de US$17 bilhões por ano.  A publicidade online é de US$37 bilhões por ano.  Todo o mercado americano de publicidade é de US$150 bilhões por ano.  E o mercado global de publicidade é de US$495 bilhões por ano.  Portanto, mesmo se a Google monopolizasse completamente o mercado de publicidade em ferramentas de busca nos EUA, ela ainda assim deteria apenas 3,4% do mercado de publicidade global.  Sob essa perspectiva, a Google é apenas um pequeno concorrente em um mundo competitivo.
Mas e se classificarmos a Google como uma multifacetada empresa de tecnologia?  Essa me parece ser uma classificação sensata; além de seu motor de busca, a Google cria dezenas de outros produtos de software, sem contar seus carros robotizados, seus celulares Android e seus aparelhos de computação vestível.  Mas 95% das receitas da Google advém da publicidade em seu mecanismo de busca; seus outros produtos geraram apenas US$2,35 bilhões em 2012, e seus produtos tecnológicos apenas uma fração disso.  Dado que o mercado mundial de produtos tecnológicos é de US$964 bilhões, a Google detém apenas 0,24% disso — algo praticamente irrelevante. 
Portanto, ao se classificar como apenas mais uma empresa de tecnologia, a Google consegue fugir de todo os tipos de atenção indesejada.
Já os não-monopolistas adotam uma postura exatamente oposta.  Para tentar se distinguir da sua concorrência, eles dizem estar em uma categoria à parte.  Empreendedores sempre tendem a minimizar o tamanho da concorrência, mas esse é o maior erro que um empreendedor iniciante pode cometer.  A tentação fatal é a de descrever seu mercado de maneira excessivamente estreita e limitada, de modo que você, por definição, acaba sendo o dominante.
Por exemplo, suponha que você queira abrir um restaurante na sua vizinhança especializado em comida britânica.  "Ninguém pensou nisso e não há ninguém fazendo isso!", você pode dizer.  "Vamos dominar todo o mercado."  Mas isso só irá realmente ocorrer se o mercado relevante, isto é, se o mercado esperando para ser descoberto, for especificamente o mercado de comida britânica.  Mas e se o mercado relevante for o mercado de restaurantes em geral?  E se todos os restaurantes da redondeza já fizerem parte do mercado relevante?
Essas são perguntas difíceis, mas o principal problema é que há um incentivo para que você não faça essas perguntas.  Quando você ouve que a maioria dos novos restaurantes vai à falência em apenas um ou dois anos, seu instinto é o de dizer que o seu será diferente.  Você gastará um bom tempo tentando convencer as pessoas de que você será um empreendedor excepcional e diferenciado, em vez de apenas considerar seriamente a probabilidade de que você irá ser mais um na lista dos fracassos.  O mais recomendado seria você fazer uma pausa no seu entusiasmo e considerar se realmente há pessoas na sua vizinhança que prefeririam comer comida britânica em vez de todas as outras opções já existentes.  Pode ser que tais pessoas não existam.
Ainda em 2001, sempre que eu e meus companheiros de trabalho na PayPal íamos almoçar na rua Castro, em Mountain View, Califórnia, fazíamos nossa escolha de restaurante, começando pelas categorias mais óbvias, como comida indiana, sushi ou sanduíches.  Tão logo decidíamos por uma categoria, havia outras opções dentro daquela categoria: comida indiana do norte da Índia ou do sul da Índia, restaurante mais chique ou mais barato etc. 
Em contraste a esse mercado de restaurantes extremamente competitivo, o PayPal era, até então, a única empresa do mundo que oferecia um serviço de pagamentos via email.  Nós empregávamos menos pessoas do que os restaurantes da rua Castro, mas nosso empreendimento valia muito mais do que todos aqueles restaurantes juntos. Abrir um novo restaurante indiano ali na rua Castro dificilmente seria uma boa maneira de ganhar muito dinheiro. 
A lição é: se você perder o foco da questão principal, que é a realidade da concorrência, e se deixar levar por frivolidades e por fatores diferenciais triviais — por exemplo, talvez você pense que seu restaurante irá bombar só porque ele terá um molho melhor feito com uma receita de sua bisavó —, seu empreendimento dificilmente sobreviverá.
O problema de abrir um empreendimento em um ambiente concorrencial vai muito além da falta de lucros.  Imagine que você seja o dono de um daqueles restaurantes da rua Castro.  Você não é tão diferente das outras dezenas de restaurantes concorrentes, o que significa que você tem de se esforçar bravamente para sobreviver.  Se você oferecer comida barata, com baixas margens de lucro, você provavelmente irá pagar aos seus empregados apenas o salário mínimo.  E você ainda terá de extrair deles o máximo de eficiência.  É exatamente por isso que, em restaurantes pequenos, a avó trabalha no caixa e os filhos lavam os pratos.
Já um "monopólio" — segundo minha definição — como a Google é diferente.  Dado que a empresa não tem de se preocupar em competir com ninguém, ela tem maior amplitude para se preocupar com seus empregados, com seus produtos e com seu impacto no resto do mundo.  O lema da Google — "Não seja mau" —, embora seja em parte um estratagema de marketing, é característico de um tipo de empreendimento que é bem-sucedido o bastante para levar a ética a sério sem colocar em risco sua própria existência.  Nos negócios, o dinheiro ou é tudo ou é um objetivo muito importante.  Monopolistas podem se dar ao luxo de pensar em outras coisas além de ganhar dinheiro; já os não-monopolistas não.  Em um cenário de "concorrência perfeita" — ou algo próximo disso —, uma empresa está tão concentrada em conseguir uma margem de lucro de hoje, que é impossível ela fazer um planejamento de longo prazo. 
Logo, apenas uma coisa pode permitir que uma empresa vá além de sua luta diária pela sobrevivência e possa dar atenção a outros fatores: obter lucros "monopolistas".
Então um monopólio é bom para todos que participam dele, certo?  Mas o que dizer das pessoas que estão fora dele?  Procede a crítica de que lucros superdimensionados são obtidos à custa do resto da sociedade?  De certa forma, sim: lucros vêm do bolso dos consumidores, e, sendo assim, vários monopólios (segundo a minha definição) merecem sua má reputação — mas somente em um mundo em que nada muda.
Em um mundo estático, um monopolista é somente um coletor de receitas.  Se você detém uma reserva de mercado sobre um determinado bem, então você pode elevar o preço o tanto que quiser; os consumidores não terão alternativa senão comprar de você.  Pense no jogo Banco Imobiliário: as escrituras apenas trocam de mão entre os jogadores, mas o tabuleiro nunca muda.  Não há como vencer criando um tipo melhor de empreendimento imobiliário.  Os valores relativos das propriedades estão permanentemente fixados, de modo que tudo o que você pode tentar fazer é comprar todas elas.
Por outro lado, o mundo em que nós vivemos é dinâmico: podemos inventar e criar coisas novas e melhores.  Monopolistas (na minha definição) criativos dão aos consumidores mais escolhas ao acrescentarem categoriais totalmente novas à abundância do mundo.  Monopolistas (na minha definição) criativos não são apenas bons para o resto da sociedade; eles são poderosas forças-motrizes para torná-la melhor.
Neste sentido, podemos dizer que a Apple obtém lucros monopolistas ao criar, produzir e comercializar o iPhone, e que esses lucros são a recompensa pelo fato de a empresa ter criado maior abundância, e não — ao contrário de monopolistas no sentido clássico do termo — escassez artificial: os consumidores demonstraram estar felizes em finalmente ter a escolha de pagar um pouco mais caro para ter um smartphone que realmente funciona. 
O próprio dinamismo desse tipo de monopólio explica por que os monopólios (na minha definição) mais antigos não impedem a inovação: com o iOS da Apple na vanguarda, o aumento do uso do celular como instrumento de informática reduziu dramaticamente a dominância de décadas do sistema operacional da Microsoft.
Antes disso, o monopólio da IBM sobre hardware durante as décadas de 1960 e 1970 já havia sido sobrepujado pelo monopólio da Microsoft sobre softwares.  Nos EUA, a AT&T deteve um monopólio sobre serviços de telefonia durante boa parte do século XX, mas hoje qualquer americano pode obter um plano barato de telefonia celular de qualquer uma das várias operadoras.
Se esses monopólios (na minha definição) realmente tivessem a tendência de restringir o progresso, eles seriam perigosos, e todos nós deveríamos nos opor a eles.  Porém, a história do progresso é uma história de melhores e mais eficientes empresas monopolistas (na minha definição) substituindo as mais antiquadas e ineficientes.  Monopólios (na minha definição) estimulam o progresso porque a perspectiva de anos, ou até mesmo décadas, de lucros monopolistas fornece um poderoso incentivo para a inovação.  Os monopólios (na minha definição) podem continuar inovando porque seus lucros lhes permitem fazer planos de longo prazo e financiar ambiciosos projetos de pesquisa.  Já empresas que operam em ambiente fortemente concorrencial, e cujas margens de lucro são apertadas, não podem nem sequer sonhar com esses tipos de projetos ambiciosos.
Portanto, resta a pergunta: por que os economistas são tão obcecados com este tipo de monopólio que nada tem de coercivo?  Em minha opinião, trata-se de uma relíquia da história.  Economistas copiaram seus modelos matemáticos dos físicos do século XIX: eles veem indivíduos e empresas como átomos intercambiáveis, e não como criadores exclusivos, singulares e excepcionais.  Suas teorias descrevem um estado de equilíbrio em que há uma fictícia concorrência perfeita simplesmente porque tal arranjo é o mais fácil de ser modelado, e não porque tal modelo representa a mais acurada descrição da realidade. 
Mas o equilíbrio de longo prazo previsto pela física do século XIX era um estado em que toda a energia está igualmente distribuída e todo o resto está estático — também conhecido como a morte térmica do universo.  Qualquer que seja suas visão sobre termodinâmica, trata-se de uma metáfora poderosa. 
Já no verdadeiro ambiente empreendedorial, o equilíbrio significa imobilismo, e imobilismo significa falência.  Se sua indústria está em um equilíbrio concorrencial, então a eventual falência dela simplesmente não fará nenhuma falta ao mundo; algum outro concorrente idêntico a você sempre estará pronto para assumir o seu lugar.
O equilíbrio perfeito pode descrever um vazio que existe no universo.  Pode até mesmo caracterizar vários empreendimentos.  Mas toda e qualquer nova criação ocorre longe do equilíbrio.  No mundo real — ou seja, fora da teoria econômica —, um empreendimento só se torna bem-sucedido na exata medida em que ele fornece algo que outros não sabem fornecer.  Sendo assim, um monopólio (na minha definição) não é uma patologia ou uma exceção.  O monopólio (na minha definição) é a condição precípua para um empreendimento bem-sucedido.
Tolstoi famosamente começou sua obra "Anna Karenina" observando que "Todas as famílias felizes são iguais; já as infelizes o são cada uma à sua maneira".  Com os negócios ocorre justamente o oposto: todas as empresas felizes são diferentes; cada uma obtém um monopólio (na minha definição) ao demonstrar saber solucionar um problema único.  Já todas as empresas fracassadas são iguais; elas não conseguiram fugir da concorrência.
Inovar, criar valor, superar os rivais e aumentar as receitas e os lucros: essa é a minha noção de concorrência e esse é o tipo de comportamento empreendedorial que deve ser aplaudido. 
FONTE 

Dica aos jovens: sejam ambiciosos e parem de perder tempo com o sistema educacional convencional



Eis os 10 passos recomendados

Aproveitando férias com a família, depois de um dia de muita diversão, comecei uma aula com meus filhos (13 e 15 anos) sobre mercado digital, o potencial da internet e o oceano de oportunidades que este novo mundo apresenta.
Logo após a aula, eles me fizeram uma pergunta:
"Pai, diante do que você acabou de apresentar, por que as pessoas saem de casa, passam um tempão no trânsito para chegar a um escritório para trabalhar 10 horas por dia, para em seguida voltarem para casa num enorme engarrafamento em troca de um salário geralmente baixo?"
Minha resposta não poderia ser mais simples e direta:
"Porque a escola não ensina para elas o que estou ensinando agora para vocês. Ao contrário, a escola ensinou para elas que todos precisam e dependem de um salário para sobreviver e, por isso, muitos se sujeitam a esse estilo de vida."
Outro dia, um conhecido me fez essa pergunta:
"Flávio, eu não paro em nenhum emprego. Que conselho você me dá?"
Respondi:
"Quem disse que você precisa de um emprego fixo? Abra sua mente para um novo mundo e liberte-se deste mundinho comum que o sistema insiste em lhe enfiar goela abaixo."
E, todas as vezes que falo sobre isso, alguém me pergunta:
"Mas, Flávio, se todo mundo pensar assim, não vai ter mais gente para trabalhar nas empresas..."
Sempre respondo:
"Jamais todos vão pensar assim, pois nem todos terão a coragem de sair do fluxo da boiada. Lá, a maioria se sente ilusoriamente mais segura."
Para começar, fique longe do sistema educacional convencional
Aparentemente, as pessoas ainda não se deram conta de como o sistema de ensino convencional, cujo currículo é totalmente comandado pelo governo via Ministério da Educação, condicionou as grandes massas à inércia intelectual. Quando não estão doutrinando idéias revolucionárias de inspiração claramente marxista, apenas ensinam que o ápice da sua aspiração deve ser ou um concurso público ou um emprego de carteira assinada.
A maioria segue esse fluxo sem questionar. Vivem desse jeito porque seus pais viveram assim e seus avós também. Por terem se acostumado com o cativeiro isso, imaginam-se brutalmente inseguras fora dele. A ideia de voarem com suas próprias asas e de caçarem sua própria comida literalmente as aterroriza. Sentem-se com medo de ficarem sem o alpiste e a água no copinho que consomem diariamente dentro de sua gaiola. 
Sim, a escola e a faculdade — ou seja, todo esse sistema de ensino retrógrado — estão formatadas para formar empregados, e não para criar empreendedores. E isso naquelas instituições consideradas de excelência. Nas instituições públicas há a prevalência do fator político voltado para o controle das massas, que usa a prerrogativa do currículo ministrado pelo governo para doutrinar politicamente jovens dizendo se tratar de "causas sociais".
Resultado desse show de horrores: de um lado, um amontoado de jovens desperdiçando seu grande potencial fazendo concursos públicos (para então viver sugando os impostos dos mais pobres); de outro, mais um amontoado de jovens sem nenhuma experiência prática disputando a tapa as vagas de emprego no mercado de trabalho, o que exerce uma pressão para baixo no valor dos salários.
Consequentemente, por não terem experiência prática e por causa da enorme oferta de mão-de-obra, aqueles que conseguem a vaga de emprego recebem salários baixos. E reclamam.
O que eles aparentemente não entendem é que você não ganha um salário de acordo com sua pessoa ou carisma, mas sim de acordo com sua capacidade de gerar valor. Acima de tudo, de acordo com sua raridade. Um bom professor é muito importante, mas o Messi é mais raro e, por isso, é disputado por muitos clubes; e, como consequência desse leilão, ganha muito mais.
E fazer-se raro é sempre uma consequência de ter a coragem de sair voando de sua gaiola. Dentro dela, você vale muito menos. Você é apenas mais um na multidão de escravos modernos que têm um estilo diferente dos escravos de antigamente. Esses, antes da carta de alforria, tinham até moradia e comida pagos pelo seu dono. Hoje, os escravos modernos se endividam junto aos bancos do governo para passar os próximos 30 anos pagando por um apartamento, entram no rotativo do cartão de crédito até para fazer compras no supermercado, pagam uma quantia obscena de impostos, pensam que a CLT é um benefício que lhes dá alguma segurança, pagam contribuição sindical para sustentar pelegos controlados por partidos políticos, acreditam que as escolas e hospitais públicos são de graça, e acham normais as mordomias dos donos da corte.
Ao final da vida, sem poupança acumulada, enfrentam a triste fila do INSS para receber uma aposentadoria gerenciada pelo governo — que, a cada ano, aumenta o prazo mínimo para receber o benefício e diminui o reajuste.
O máximo que lhes é permitido é ir para o trabalho resmungando na segunda-feira ou depois de um feriado.
É algum pecado ser empregado? Claro que não. Eu mesmo tenho milhares deles. É um enorme desperdício, isso sim, você acreditar que não tem alternativas e, consequentemente, pautar sua vida pela lavagem cerebral pela qual passou dentro do sistema de ensino.
O que eu faria se tivesse 18 anos
Recentemente, alguém me perguntou: "Flávio, se você tivesse minha idade (18 anos), com seu conhecimento e experiência, o que você faria?"
Respondi:
1. Para começar, jamais teria um emprego de carteira assinada.
2. Jamais me envolveria com pirâmides que prometem ganhos fáceis.
3. Venderia algum produto. Qualquer um: picolé, bala, bombom, relógio, pão etc. Escolheria o produto com o qual mais me identifico e estudaria tudo sobre ele.
4. Em uma segunda fase, depois de conquistar um pouquinho de capital, criaria modelos recorrentes de venda desse produto, tipo um serviço de entrega de pães todas as manhãs para os consumidores associados. Eu me dedicaria a vender esse plano. Tudo sem muito capital, mas que me permitisse começar pequeno e sonhar grande e com escala.
5. Viveria com não mais do que 50% do que ganhasse para ampliar meu capital de giro.
6. Estudaria, com grande afinco, todas as fases do processo a fim de começar a fabricar meu próprio produto, e investiria em minha própria marca.
7. Ampliaria meu mix de produtos.
8. Criaria canais de distribuição alternativos. Por exemplo, franquias, online, venda direta, B2B etc.
9. No auge da companhia, venderia para um fundo, banco ou concorrente, embolsando uma enorme liquidez.
10. Com 5% do capital conquistado, começaria tudo de novo e investiria os 95% em investimentos conservadores.
Os problemas mais frequentes
1. O sistema de ensino convencional não prepara para nada isso.
2. A sociedade discrimina os que começam esse tipo de jornada, mas bajula os que chegam ao final dela.
3. As pessoas têm medo de sair do quadrado.
4. Você raramente terá apoio se disser que não quer mais seguir a boiada — isto é, fazer faculdade para conseguir um diploma.
5. Capital é bom, mas é possível conquistá-lo vendendo.
6. Pessoas convencionais têm preconceito com vendas.
7. Muitos, ao conquistarem seu primeiro sucesso, querem logo comprar um carro zero como sinal de status. Em vez de ampliarem seu capital de giro, ampliam suas dívidas.
8. Outros ficam apegados ao negócio que criaram e, assim, perdem o timing para vendê-lo.
9. Lucro não é pecado e sonhar não é para alienados.
10. Você irá atrair interesseiros. Saiba distinguir quem é quem nesse jogo.
Teoria e prática
Muitos desavisados, quando leem isso, pensam que é tudo apenas blá-blá-blá teórico, e imediatamente disparam: "Falar é fácil, mas a prática não é tão simples assim".
Bem, nos últimos 20 anos, fundei uma dezena de empresas. Comecei minha vida vendendo relógios do Paraguai e, em seguida, vendi curso de inglês. Hoje, vendo empresas. Não, não é nada simples, mas de uma coisa eu tenho a certeza: se eu tivesse 18 anos de idade com o conhecimento que tenho hoje, certamente não seguiria a boiada nem o modelinho convencional para o qual a grande multidão é diariamente treinada dentro das escolas e universidades.
Se a mim for dado o privilégio de viver por mais algumas décadas, eis o que gostaria que meus olhos testemunhassem:
a) que meus filhos, como eu, nunca tenham uma carteira de trabalho assinada;
b) que eles nunca dependam de governo e que voem com suas próprias asas, sem medo e sem serem tolhidos pelo sistema de ensino (quanto a isso, eles já colocam a escola em seu devido lugar: pouca ou nenhuma significância em sua educação).
Como minha esfera de influência direta são apenas meus filhos, minhas pretensões se restringem apenas a eles.
Quanto a você, não aceite nada menos que o seu potencial possa lhe dar. E faça por merecer. Não se permita ser doutrinado por ambiciosos lobos vestidos de cordeiro, seja nas redes sociais, na escolas e universidades, ou nos palanques da vida.
Viva seu sonho e coloque-o em prática, ainda que tenha de lidar com os medíocres de plantão que acham que voar é para pássaros alienados que seguem modismos. Modismo mesmo é seguir a boiada e viver de alpiste pelo resto da vida.

Homem vai a necrotério se despedir da esposa e vê enfermeiro abusando do corpo

Homem vai a necrotério se despedir da esposa e vê enfermeiro abusando do corpo 


Depois de ser preso pelos policiais locais, o enfermeiro do Hospital das Clínicas de La Paz explicou que estava em "transe" quando estuprou a mulher



Um marido em luto encontrou o corpo de sua esposa sendo abusado por enfermeiro em um necrotério na Bolívia
iStock
Um marido em luto encontrou o corpo de sua esposa sendo abusado por enfermeiro em 
um necrotério na Bolívia


Um homem, ainda em luto, esperava se despedir de sua esposa pela última vez quando foi ao necrotério do hospital onde ela falecera. Entretanto, ao chegar no local, encontrou um enfermeiro abusando do corpo da mulher. O caso aconteceu em La Paz, capital da Bolívia, na última segunda-feira (16).
De acordo com o portal britânico Mirror , o enfermeiro Grover Macuchapi, de 27 anos, foi atacado pelo marido e, em seguida, levado do necrotério por policiais locais. Na prisão, agora, o homem enfrenta acusações de violação de corpo e atos obscenos, apesar de não poder ser acusado de necrofilia, já que o crime não está enquadrado nas leis bolivianas.
Segundo o chefe da polícia Dougla Uzquiano, o incidente aconteceu apenas algumas horas após a morte da paciente, uma mulher de 28 anos, no Hospital das Clínicas de La Paz. “Parentes da mulher foram ao hospital para lidar com assuntos financeiros. O marido, então, viu um enfermeiro estuprando sua esposa”, Uzquiano declarou.
Ainda de acordo com o Mirror , o funcionário do hospital disse que estava em “transe” enquanto abusava da mulher. “Algo aconteceu. Foi como em um sonho. A última coisa que eu me lembro é de sentir uma pancada quando o marido dela me bateu”, disse Macuchapi.

Necrofilia nos Estados Unidos 

O  funcionário de um necrotério de Ohio, nos Estados Unidos, revelou ter abusado de ao menos 100 cadáveres em 2014, e ainda afirmou ter continuado a cometer o crime mesmo após sua mulher o denunciar às autoridades, de acordo com o Daily Mail . 
Ao falar sobre os incidentes em um áudio obtido pela emissora WCPO , o funcionário do Condado de Hamilton acusado pelo crime, Kenneth Douglas, disse "eu ficava sobre os corpos e fazia sexo com eles."
A primeira denúncia contra Douglas foi feita em 2009. Na época, ele já cumpria pena por ter violado o cadáver de uma jovem em 1982, e estava sendo investigado por suspeita de outros casos de necrofilia praticados nos 16 anos em que trabalhou no local.
Em pronunciamento, o então procurador do condado de Hamilton, Joe Deters, informou que exames de DNA realizados pela polícia mostravam que ao menos outras duas mulheres haviam sido vítimas do empregado do necrotério.