sexta-feira, 28 de abril de 2017

Custo de trabalhador para patrão é mais que o dobro de seu salário


Custo de trabalhador para patrão é mais que o dobro de seu salário


Mario Campagnani
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Ao conferir o contracheque, não há quem não reclame dos descontos no salário referentes ao Imposto de Renda e à contribuição previdenciária ao INSS. Mas os trabalhadores nem desconfiam que a mordida do governo seja ainda maior no bolso do patrão. É que o documento não revela as despesas que o empregador tem para mantê-los na folha e que podem chegar a 117% do valor bruto que recebem. É como se um funcionário com um salário de R$ 1.500 custasse à empresa R$ 3.255 por mês.

Os empresários afirmam que o dinheiro desses tributos poderia ser utilizado na contratação de mais mão de obra, em novos investimentos ou em melhorias salarias. A empresa Alterdata Software, que conta com 650 funcionários, é uma $que defendem a tese.
— Como somos uma prestadora de serviços, cerca de 70% do que faturamos vai para pagamento de custos com pessoal — diz o diretor-executivo Ladmir Carvalho.
Sem redução
O governo estudava a redução gradativa da contribuição do INSS das empresas, de 20% até zerá-la. A análise, porém, foi adiada, por receio do impacto que uma renúncia fiscal de R$ 90 bilhões por ano provocaria nos cofres públicos. Para a advogada tributarista do Centro de Orientação Fiscal (Cenofisco), Rosânia de Lima Costa, o custo com INSS, além de alto, não beneficia o trabalhador que gerou o desconto:
— É um dinheiro que vai para o fundo da Previdência Social apenas. Esse alto gasto é um incentivo para que a informalidade impere..


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/economia/custo-de-trabalhador-para-patrao-mais-que-dobro-de-seu-salario-2257961.html#ixzz4fZOIqOXG


Sem redução
O governo estudava a redução gradativa da contribuição do INSS das empresas, de 20% até zerá-la. A análise, porém, foi adiada, por receio do impacto que uma renúncia fiscal de R$ 90 bilhões por ano provocaria nos cofres públicos. Para a advogada tributarista do Centro de Orientação Fiscal (Cenofisco), Rosânia de Lima Costa, o custo com INSS, além de alto, não beneficia o trabalhador que gerou o desconto:
— É um dinheiro que vai para o fundo da Previdência Social apenas. Esse alto gasto é um incentivo para que a informalidade impere..


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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Eduardo Velasco - Homossexualidade na Grécia Antiga: um mito que está sendo derrubado

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Eduardo Velasco - Homossexualidade na Grécia Antiga: um mito que está sendo derrubado

por Eduardo Velasco
Nós reescreveremos a história, a história cheia de mentiras heterossexuais". - ("Manifesto Gay")
Está por toda a parte. É mencionado o tempo inteiro, em talk shows de televisão, em livros, por meio de professores universitários e através da Internet, repetido incessantemente; mesmo em sites como Wikipédia, por exemplo, neste "artigo" (para chamá-lo de alguma forma) sobre a pederastia na Grécia. Todos parafraseiam isso, tornou-se um "meme", um slogan que as massas repetem sem pensar, semelhante ao famoso jargão "somos todos iguais". Toneladas e toneladas de desinformação são derramadas na história grega, e inúmeros autores que escrevem um monte de páginas sobre o tema, assumindo que a mentira é verdade.
Mas, afinal, sobre o que estamos falando, exatamente? Atualmente, todo mundo assume que os antigos gregos eram uns viadinhos afeminados. No entanto, este dogma é apenas mais um gigante com pés de barro, e aqui esse gigante vai ser despedaçado – vamos demonstrar a verdade.
Neste artigo abordaremos o mito grego mais (infelizmente) conhecido: o mito de que a homossexualidade fazia, sistematicamente, parte da sociedade grega e de que a pedofilia era comum e socialmente aceita. Como veremos, aqui, a tese não é a de que a homossexualidade não existia entre os gregos, mas sim que a moralidade tradicional atribuía uma má reputação ao comportamento homossexual. Também mostraremos que, na maioria dos casos, houve punições prescritas para a conduta homossexual (como a pena de morte, o exílio ou marginalização da vida pública).
Esse artigo é dirigido principalmente àqueles que querem pensar que a homossexualidade grega era vista como “normal”, e àqueles que querem fundamentar suspeitas de que a homossexualidade na Grécia seja algo mais do que mera suspeita. Na verdade, houve sim homossexuais na Grécia; mas (como você pode perceber) esse fato não significa que isso era visto como uma "prática comum", muito menos que a pedofilia era uma "instituição social", como alguns autores gays absurdamente afirmam; muitos desses autores alegam que, na Grécia, ninguém havia sido preso por fazer apologia da pedofilia – e também sem bases para isso, difamando gratuitamente a história de um país inteiro.

É detestável que uma mitologia milenar seja usada para legitimar fenômenos modernos decadentes, válidos apenas para a vida moderna. Desde o início, a doutrina oficial do Sistema pretende apresentar a Grécia antiga como a “terra prometida” dos gays, uma espécie de paraíso homo, e isso é demais para um verdadeiro amante da Grécia, ao qual ninguém pode vender esses slogans, porque conhece corretamente o imaginário mitológico da Hélade, ou mesmo para muitos gregos modernos, que abominam o fato de outras sociedades decadentes usarem a história do seu país para justificar seus próprios desvios. 
Como veremos mais adiante, o filme "Alexandre" (2004) foi exibido somente quatro dias na Grécia e foi um fracasso absoluto: os gregos conhecem sua própria história com a palma da mão, lêem todos os livros sobre o tema (incluindo em grego antigo/clássico) e sabem como é ter de lidar com escritores psicologicamente destruídos (como quatro nova-iorquinos, mais especificamente) para explicar a história de seu próprio país.
A ORIGEM DO MITO
A primeira "coincidência" que clama ao céu e que as pessoas ignoram (porque as massas são preguiçosas demais para procurar algo fora da sacrossanta TV) e que as revistas infalíveis e os livros oficiais rejeitam, é que quase todos os "especialistas" que reivindicam uma propagação endêmica de pedofilia homossexual na Grécia... eram ou são homossexuais. Esta não é uma questão trivial, uma vez que isso implica necessariamente que as perspectivas de tais autores são inevitavelmente influenciadas por suas próprias tendências pessoais e por seu desejo desesperado de legitimar a sua orientação sexual minoritária em um ambiente "hostil" (já que, diferentemente deles, a maioria da população é irremediavelmente heterossexual), o que faz com que enxerguem homossexualidade até mesmo em reprodução de amebas.
Nós nos referimos, por exemplo, a "experts" como Walter Pater, Michel Foucault, John Boswell, John Winkler, David Halperin e Kenneth James Dover, que aparentemente viviam em suas mentes uma série de fantasias em detrimento da história grega. Quem começou tudo foi precisamente Walter Pater (1839-1894), professor em Oxford. Por alguma estranha coincidência, ele e todo o seu círculo de seguidores eram homossexuais (por exemplo, Pater foi professor de Oscar Wilde, o famoso poeta Inglês) e, portanto, não é de se surpreender que extrapola-se as relações sodomitas que tinha com seus alunos; as relações entre professores e alunos na Grécia eram mais uma espécie de treinamento. Quando Pater havia sido abandonado por seu mentor veterano, Benjamin Jowett (devido a uma confusão escandalosa), Pater teve um envolvimento com um tal de William Money Hardinge, um estudante de 19 anos que tinha atraído para si a atenção pública por conta de sua homossexualidade. Provavelmente, o argumento mais desviante e absurdo de Pater é o de que o "amor platônico" não tinha nada a ver com a Psique, sendo puramente sexual.

A origem do mito da homossexualidade grega e da "pedofilia instrutiva" remonta a este homem, Walter Pater, professor de Oxford bastante conhecido por conta da sua homossexualidade e de seus assuntos sobre essa temática com seus alunos, tais como William M. Hardinge (ou o famoso poeta Oscar Wilde). Este grupo exclusivo de vitorianos decadentes foi responsável por ter acomodado a história grega às suas fantasias pessoais (para um professor que “brincava” com seus próprios alunos, justificar que na antiga Grécia as relações professor-aluno estavam tingidas com a homossexualidade era algo bastante conveniente), sendo sua obra aplaudida um século mais tarde, com o advento de uma nova onda de autores – "coincidentemente", todos (ou quase todos) eles homossexuais reconhecidos – que retomaram a causa durante a era hippie. Desde então, “super-sábios” de talk shows de TV, de tabloides, de jornal e de vários ambientes virtuais, da Wikipedia e da saúnas gays dedicam repetir esse meme como papagaios, sem sequer se preocupar em verificar a veracidade dessas informações.
Em seus escritos, esses autores são cautelosos, sempre utilizando frases hesitantes e ambíguas como "parece", "pode", "se parece com um", justamente para criar o espaço necessário para se manipular e impor a própria visão, objetivando sempre ver fantasmas e sinais homossexuais onde eles não existem. Mais adiante, veremos bem como esses escritores forçam e manipulam coisas para ver a homossexualidade debaixo de cada pedra; mas, por agora, basta dizer que, sem exceção, os "argumentos" deles só lidam com persuasão de quem já se mostra convencido desde o início.
Desde que esses autores escreveram suas teorias (principalmente no final do século XIX e, em seguida, durante a onda hippie da Esquerda pós-1968 do século passado), ninguém trouxe nada de novo sobre o tema, todas as revistas e todos os tentáculos dos meios de comunicação só repetiram a mesma desinformação, e muitos deles anulavam e derrubavam qualquer coisa "tradicional", repetindo como discos arranhados a mesma coisa, parafraseando o que esses autores haviam escrito. Todas essas informações que percorrem a Internet (e que estão limitadas a afirmar abertamente que "os gregos eram homossexuais") vêm simplesmente de pessoas que só repetem o que os outros escreveram, e eles realmente não chegam a conclusões por conta própria – ou são oriundas dos próprios homossexuais. 
Onde está, portanto, o “problema” grego? O problema é que:
Os gregos, em particular os de origem jônica (como os atenienses) e que foram mais influenciados por costumes orientais, tendiam a "reter" muito suas esposas e removê-las da vida pública, suprimindo a imagem feminina – algo que foi muito bem satirizado pelo historiador Indro Montanelli. Esta situação não foi um fenômeno essencialmente pan-helênico, porque as mulheres de origem dórica (como as espartanas, por exemplo) tinham uma liberdade verdadeiramente notável; em qualquer caso, os laços pessoais mais fortes tendiam a ser estabelecidos entre homens, como será discutido em seguida.
Os gregos (e isto inclui todos eles) admiravam a beleza, não importando onde ela se manifestava: tanto em homens quanto em mulheres; mas, daí concluir que eles sempre traduziam essa beleza em atos sexuais, há um longo caminho, como veremos mais adiante.
Em um povo que enfatizava tanto a formação desportiva, o combate e a camaradagem, era normal que, durante as aventuras e grandes batalhas, passando muito tempo longe de casa, laços extremamente profundos (laços raramente compreendidos por uma sociedade pacifista, afeminada e sedentária como a nossa) fossem forjados; mas, em qualquer caso, esses laços não passavam de uma fraternidade sólida, algo como uma männerbund. Apesar da enorme importância que o relacionamento entre mestre e discípulo teve na Grécia, e que, sem dúvida, com o advento da decadência alguns destes relacionamentos podem ter se degenerado em homossexualidade, veremos que não foram poucas as cidades-Estado que tomaram medidas para salvaguardar a sacralidade desta instituição de ensino.
Hoje, o ideal de beleza do imaginário coletivo é a mulher de trinta anos (o que não faz com que todas as mulheres se tornem lésbicas). Na Grécia, o ideal de beleza era o jovem que estava entre a adolescência e a maturidade, tendo sido considerado como o único tipo humano que combinava uma vida de exercício violento ao ar livre com a saúde da juventude e a força da masculinidade.
As palavras gregas para designar o mestre iniciador e o jovem iniciado (que aspirava se tornar um homem) foram, respectivamente, erastes e eromenos, que, numa tradução literal, seria algo como "amante" e "amado". Como veremos, no entanto, a mentalidade da antiguidade fazia uma distinção clara entre amor carnal e amor platônico, e esses relacionamentos foram fundados no segundo tipo, considerado mais elevado, mais altruísta, dissociado do carnal e mais capaz de incutir força e sabedoria. Na Grécia, pensava-se que um jovem precisava da orientação e do conselho de um maior para se tornar sábio na vida ou exaltado nos esportes, na caça e no combate.

Se houve um lugar onde o comportamento sodomita dissonante era desaprovado, esse lugar foi certamente nas associações de caçadores e soldados no passado distante (chamado männerbunden, em alemão), onde o trabalho em equipe, a fraternidade, o dever e a camaradagem de honra predominavam sobre os instintos individuais, os quais eram descarregados nos combates ou nas mulheres, muitas vezes capturadas e levadas à força. O melhor documento para se familiarizar com a mentalidade, a psicologia e modo de vida de uma männerbund antiga é, sem dúvida, a "Ilíada", o épico de grande excelência escrito por Homero, num mundo grego onde as tradições remontam ao Paleolítico.
Como já ficou claro, este artigo não se destina a negar que houve homossexualidade na Grécia (se até mesmo leis foram promulgadas contra esse comportamento, é porque obviamente ocorreram casos), ou que todos os fatores acima jamais tendiam a tornar-se normais com o passar dos séculos, especialmente sob condições de decadência e abandono da tradição ancestral, o acabou normalizando o sexo entre homens. O que abordamos aqui e o que se nega neste artigo é que essas relações eram endêmicas, normais e socialmente aceitáveis – e até mesmo "regulamentadas". Essas relações nada tinham a ver com as tradições helênicas originais.
Dito isso, comecemos a refutar o mito.

ALGUNS APELIDOS PARA OS HOMOSSEXUAIS NA GRÉCIA –  A IMPORTÂNCIA DE AEDOS
Historicamente, a maioria das sociedades humanas proibiram e estigmatizaram práticas sexuais estéreis ou aquelas que implicavam em risco de infecção. A homossexualidade satisfaz ambas as condições, porque, por um lado, não é capaz de gerar uma nova vida, e, por outro lado, o orifício utilizado não é exatamente a parte mais limpa, higiênica e saudável do corpo humano. A Grécia antiga não foi uma exceção a esta regra geral, mesmo não havendo palavras modernas como "heterossexual", "homossexual" ou "gay". Os "héteros" eram apenas pessoas normais que cumpriam o que era natural; e, para os homossexuais, havia uma série de palavras, geralmente altamente desonrosas e indignas, com significados reservados:
- Euryproktos: bunda aberta.
- Lakkoproktos: bunda de poço. 
- Katapygon, kataproktos: homossexual passivo.
- Arsenokoitai: homossexual ativo.
- Marikas: aquele que é saltitante, pulando para cima e para baixo.
- Androgynus: homem-mulher, "travesti", efeminado, mariquinha, ambíguo.
- Kínaidos (κιναίδος): causador de vergonha. Kínaidos é a junção de Kineo (mover) e Aidos (vergonha, deusa da modéstia, respeito, humildade, reverência, deusa Nêmesis companheira e corretora das transgressões morais). "Aquele que traz a ira de Aedos". Como veremos, o problema da Aedos é que ela sempre foi acompanhada pela cruel Nêmesis (Indignação), uma divindade vingativa que se encaixa bem no conceito de "karma" ou de castigo pelos pecados, e que revela que os gregos pensavam que todos os que praticavam a sodomia estavam moralmente comprometido; ela tinha uma espada de Dâmocles sobre a cabeça, que segurava pacientemente e que iria cair – mais cedo ou mais tarde. Mas o fato é que, no imaginário grego, Aedos foi associada precisamente ao ano no qual:

"Quando Zeus criou os seres humanos e suas almas, introduzindo-as em cada ser humano. No entanto, ele deixou de fora a Vergonha (Aedos, reverência, respeito, decência, modéstia). Uma vez que ele não sabia onde colocá-la, ordenou que fosse inserida no ânus. A Vergonha, no entanto, queixou-se disso e ficou chateada, considerando que o pedido de Zeus estava abaixo de sua dignidade. Conforme ela se queixava profundamente, o Constrangimento disse: 'concordarei em ser inserido desta forma, apenas com a condição de que, quando alguma coisa entrar atrás de mim, eu vou sair imediatamente' ". (Esopo, "Fábulas", 528).
Este mito resulta que, de acordo com a mentalidade tradicional grega, o sexo anal envolve, ao mesmo tempo, a ausência de modéstia (a modéstia era considerada uma virtude na Grécia) e o ato de espalhar a vergonha em torno de alguém.
Outra questão é que, em uma cultura europeia pagã onde cada atividade, cada lugar e cada momento da vida têm o seu próprio deus "patrono" ou protetor, seria de se esperar – especialmente em uma sociedade onde a homossexualidade era supostamente galopante – uma divindade ou um número de espíritos de algum tipo que fossem direcionados a proteger a homossexualidade, e não há. Ou melhor, se for o caso: essas “divindades” são os sátiros, os daimones degenerados que realizavam todas as perversões imagináveis ​​para a mente humana, e que, na Grécia, não gozam de boa reputação. Mas isso será discutido posteriormente. Por outro lado, em uma civilização que concede o status de “normalidade” à homossexualidade, esse status se torna favorecido acima da própria heterossexualidade; num lugar assim, seria de se esperar que o erotismo fosse personificado numa divindade representada por um jovem rapaz; mas a realidade, mais uma vez, não é essa: a deusa do amor, a portadora de Eros e todas aquelas coisas que fazem os homens perderem a cabeça, é justamente Afrodite, o arquétipo da mulher alfa.
O MITO DE LAIO COMO UM EXEMPLO DE AEDOS EM AÇÃO
O mito de Laio é um exemplo perfeito do que acontece se Aedos atrai insultos para a Hybris (ou Húbris), fazendo com que a vingança de Nêmesis seja aplicada de acordo com o conceito arcaico e clássico obtido do exemplo da Hélade. Começaremos falando sobre o primeiro kínaidos e pedófilo da mitologia grega, Laio, e veremos o que acontece como consequência desse “pecado".
Laio (do grego Λάϊος, ou "canhoto"), era de linhagem real da cidade de Tebas, mas, quando ele deveria subir ao trono, seus primos o usurparam e Laio ficou exilado em Pisa, aonde o rei Pélope (de cujo nome vem "Peloponeso") acolheu-o como convidado. Pélope queria que Laio ensinasse seu filho, Crisipo, as artes da equitação, numa relação de professor e aluno. No entanto, Laio profanou o aspecto sagrado e a natureza platônica dessa relação, abusando sexualmente do pobre garoto. Este, por pura vergonha (lembre-se do conceito de Aedos), acabou por cometer suicídio. A violação sem precedentes de Laio trouxe como consequência a vingança divina sobre ele e, assim como Aedos tinha feito Crisipo se matar, Nêmesis, companheira de Aedos, puniu o pecado de Laio. Os deuses criam um plano para canalizar a sua raiva no crime, dando exemplo para o resto dos mortais, punindo a perversão e amaldiçoando todas as nações da Laio, até que elas desaparecessem num banho de sangue.
A maldição começa quando os deuses enviam a esfinge para Tebas. Este ser, com o corpo de leão, cabeça de mulher e asas de um pássaro, é dedicado a espalhar o terror pelos campos de Tebas, destruindo plantações e estrangulando todos aqueles que são incapazes de resolver seus enigmas. Laio acaba se casando com Jocasta, mas o oráculo de Delfos adverte que eles não deveriam ter filhos, porque o bebê seria um homem destinado a matar o pai e se casar com a própria mãe. Moira (o destino) não pôde ser evitada e a profecia foi cumprida: Édipo, que tinha sido enviado para longe de sua família, mata o próprio pai sem saber quem ele era e, para salvar Tebas da esfinge, se casa com a própria mãe, a rainha Jocasta, tornando-se rei de Tebas até que, quando os fatos são finalmente conhecidos, por vergonha (Aedos e Nêmesis em ação), Jocasta se enforca e Édipo remove os próprios olhos. Quanto às crianças que nasceram desta união incestuosa, duas delas, Etéocles e Polinices, morrem lutando um contra o outro, enquanto que as filhas, Antígona e Ismele, são condenadas à morte. A justiça é servida a Édipo por conta daquilo que Laio, seu avô, havia cometido.

Édipo e a Esfinge. Embora tenha sido bem-sucedido matando o monstro e se entronizando como o rei de Tebas, o herói Édipo, sendo o filho do kínaidos Laio, foi amaldiçoado pelos deuses; quando soube que tinha matado o pai e se casado com a mãe, tendo filhos com ela (algo como o sacrilégio ou Hubris absoluto), Édipo arrancou os próprios olhos.

Em relação à questão da homossexualidade neste mito, devemos fazer várias perguntas. Por qual motivo Crisipo cometeria suicídio se o sexo entre professor e aluno era “tão normal” na Grécia? Por que Zeus enviou a esfinge para Tebas como punição? Por que até mesmo a linhagem de Laio foi amaldiçoada? Este mito foi claramente projetado para prevenir contra a homossexualidade e para advertir aqueles que são ingratos pela hospitalidade de seus hospedeiros, vilmente contaminando a dignidade de criaturas inocentes. Os mitos de Laio e de Édipo possuem muitas lições morais. Por um lado, a lição de que a aberração é sempre punida pelos deuses, eventualmente, tendo consciência disso ou não; e que Aedos é sempre seguida, mais cedo ou mais tarde, pela vingança "cármica" de Nêmesis. Por outro lado, há a lição de que os pecados dos pais são pagos pelo menos até a terceira geração. E, finalmente, que os seres malignos e os monstros (como a Esfinge) são os filhos da traição e da aberração, criados pelas transgressões dos homens – especialmente as sexuais.
Quando pensamos no fato de que esse mito foi uma tradição transmitida oralmente de geração em geração, representado teatralmente ano após ano em uma civilização que dava a maior importância em estar em paz com os deuses, é difícil pensar que os gregos (particularmente os tebanos, em cuja pólis havia ocorrido o mito do kínaidos Laio) aceitassem esse comportamento, que é justamente o que se pretende implicar como doutrina oficial no sistema atual.
Por essa razão, devemos agora voltar nossa atenção para o Batalhão Sagrado, um corpo de elite do exército de Tebas criado por Epaminondas ou Górgias em 378 AEC, que acabou derrotando e ocupando a própria Esparta e, de acordo com alguns autores, consistia em 150 "pares homossexuais". Acredita-se que há uma alusão ao Batalhão Sagrado no "Banquete" de Platão (178e), quando ele fala da conveniência de ter "um exército de amantes e amados". Se examinarmos a fonte original da frase, encontramos os termos gregos "genesthai e stratopedon eraston te kai paidikon", onde o termo eromenos (“mordedor de fronhas” segundo os escritores homossexuais modernos; aluno segundo o sentido comum de qualquer pessoa normal tenha lido literatura grega) não aparece em qualquer lugar; mas encontramos o termo paidikon (que significa “menino”). O que os pseudo-experts não mencionam é que a inovação de Epaminondas consistiu em modificar as táticas de combate de seu exército. Os mais jovens (estudantes com força e impulso) formavam a linha de frente e os veteranos (os tutores, homens de sabedoria e experiência) compunham as linhas de trás. O que Epaminondas fez foi misturar essas duas categorias de soldados igualmente em todas as linhas, combinando a experiência dos veteranos com a coragem dos jovens. Além disso, como em muitos outros casos, não há absolutamente nada (a não ser a imaginação desses “experts”) mostrando qualquer traço de homossexualidade nesses "parceiros", que são equiparados com a batalha binomial da Infantaria atual, ou a instituição anteriormente citada entre professor e aluno, de caráter platônico. 
Como confirmação, no ano 338 AEC, após a batalha de Queronéia, na qual a resistência grega à invasão macedônia foi esmagada, o rei Filipe da Macedônia, pai de Alexandre Magno, olhou para os campos de corpos de soldados mortos de Tebas que lutaram heroicamente até a morte. Depois de um longo tempo olhando para eles, ele exclamou: "Que pereçam miseravelmente aqueles que pensam que estes homens fizeram ou sofreram alguma coisa vergonhosa!". 
Outra relação ao caso de Laio é citada na obra "Leis", de Platão (836c), quando o ancião ateniense, representante de pontos de vista platônicos, fala sobre "o costume que estava em vigor antes de Laio diz-nos que é estabelecido pelo direito que não se deve manter relações carnais com homens jovens como se eles fossem mulheres, baseando-se no testemunho da natureza dos animais e mostrando que o macho não toca o macho para este fim, porque não está em conformidade com a Natureza". Laio seria visto aqui como um transtorno da lei natural, contrariando os deuses. O ateniense defende a ideia de que a lei não deve ser benevolente para com a homossexualidade, uma vez que ela não incute nada de elevado na alma do "ativo" (que é acusado de lascívia) ou nada de valoroso na alma do "passivo" (que é acusado de não ser natural ao tentar imitar o papel feminino).
HOMOFOBIA NAS LEIS E A MORALIDADE GREGA
Nesta seção, veremos uma série de citações que dão testemunho de uma homofobia clara, atestando que haviam cidades-Estado gregas, incluindo algumas das mais importantes, onde a homossexualidade era proibida e punida com duras penas, e que, em tal caso, dificilmente pode-se dizer que a homossexualidade era "comumente aceita", ou que constituía uma "instituição social", ou mesmo que a Grécia era uma imensa Chueca [NT: bairro de Madri, famoso por sua alta concentração LGBT – o termo também pode ser lido como chuca], que é justamente o que a maioria das pessoas acredita atualmente, principalmente por conta do sistema educacional e da mídia.
Em seu "Contra Timarco", o orador Ésquines (389-314 AEC) nos fala sobre as famosas leis de Sólon, dentre as quais podemos destacar aquelas que seriam consideradas como “homofóbicas”:
“Se algum ateniense cometer etairese (relações sexuais homossexuais), não lhe será permitido:

- participar como um dos nove arcontes;

- realizar trabalhos sacerdotais;

- agir como juiz do Estado;

- participar de cargo público, nem na pátria nem no estrangeiro, seja por eleição ou por concurso;

- ser enviado como mensageiro; participar de debates;

- participar de sacrifícios públicos;

- adentrar os limites de um espaço purificado para congregação do povo;

- Se alguém que esteve envolvido em atividades sexuais ilegais como as descritas, ou que seja pego no exercício dessas atividades, esse alguém será executado”.
O discurso de Ésquines carrega tonalidades cada vez mais homofóbicas principalmente quando ele convida os juízes a recordar o comportamento de seus antepassados atenienses, que eram "severos para com toda a conduta vergonhosa" e consideravam "preciosa" a "pureza de seus filhos e de seus concidadãos." Ele também elogia as medidas radicais dos espartanos contra a homossexualidade, citando o ditado que afirmava que "é bom imitar a virtude, mesmo que praticada por um estrangeiro".
Como vimos, essa lei da “avançada” e “progressista” democracia ateniense seria hoje descrita como “homofóbica e “fascista”, e é uma das muitas razões pelas quais devemos mostrar a ironia que a democracia atual apresenta ao tentar fincar suas raízes na Grécia: mesmo Atenas, talvez o Estado grego mais “liberal”, só permitia o voto aos cidadãos, ou seja, os homens mais velhos e livres, capazes de vencer extenuantes testes físicos (estamos falando de proezas esportivas que hoje não seriam realizadas pela minoria da população), e que estavam dispostos a defender a integridade da pólis ateniense com suas armas e com seu sangue.
De sua parte, Demóstenes (384-322 AEC), político e orador ateniense, cita uma medida “homofóbica” similar em sua obra “Contra Andrócio” (30), quando especifica que aqueles que praticam atos de sodomia “não terão o direito de falar em público nem apresentar uma queixa diante de um juizado”.
A conclusão retirada dessas citações, inevitavelmente, é a de que os homossexuais atenienses eram proibidos de assistir eventos públicos, culturais, religiosos ou populares, de qualquer tipo, convertendo-se em cidadãos de segunda classe (metoikos).
O caso de Platão (427-347 AEC) me faz graça,  por um lado porque ele sempre elogia as medidas espartanas (que, como veremos, eram homofóbicas, autoritárias e "fascistas") e, por outro, porque ele fala o tempo todo sobre a importância da "abstinência", da "moderação", da "autocontenção" e do comedimento; ele atribui grande importância ao controle dos instintos e prazer a tal ponto que, hoje, praticamente todos o veriam como um velho “rançoso” ― e ainda assim ele é levado em consideração, principalmente pelo ideal de "amor platônico", um amor idílico, desprovido de natureza sexual ― como poderia ser, por exemplo, expresso pelo poeta renascentista Petrarca a um etéreo "amado", que não parece deste mundo: era um amor ascético e ritual, que catalisava a excelência do espírito e que não coincidia necessariamente com o amor físico.
Já entrando no assunto, conferimos o dialogo “Leis”, de Platão, e nos deparamos com isso:

Quando o homem se une à mulher para procriar, o prazer experimentado supõe-se ser devido à natureza [kata physin]; mas é contrário à natureza [para physin] quando um homem se junta a outro homem, ou uma mulher com outra mulher, e aqueles culpáveis de tais enormidades estão movidos por sua escravidão ao prazer. Todos nós censuramos os cretenses por terem inventado o mito de Ganímedes.” (636c)
Mais adiante, o velho ateniense dá duas opções possíveis para uma legislação em sentido sexual:

Poderíamos forçar uma das duas práticas amorosas: ou ninguém se atreve a tocar em qualquer pessoa nascida de nobres e livres, exceto o marido para com sua própria mulher, ou semear qualquer semente profana ou bastarda em concubinato, nem contra a natureza, dando sementes estéreis a homens ― ou se deve remover completamente o amor dos homens”. (841ce)
Em “Fedro”, Platão fala sobre como os homossexuais deveriam ter medo de serem descobertos (o que não seria normal numa sociedade onde a homossexualidade fosse uma “instituição social”, como pregam os iludidos autores homossexuais):

Vocês têm medo da opinião pública, e temem que, se as pessoas o descobrirem [sobre um caso de amor homossexual] vocês sejam repudiados”. (231e)
Outra tradução diz:

"Vocês temem o costume que prevalece, segundo o qual, se as pessoas descobrirem, cairia sobre ti a infâmia."
Enquanto isso, Plutarco, um autor posterior (46-120 EC), contrasta, em sua obra “Erotismo”, a união “natural” entre homem e mulher com a “união de homens, contrária à natureza”; em algumas linhas, diz mais de uma vez que aqueles que “coabitam com os homens” o fazem por physin, ou seja, por contrariedade à Natureza (751ce).
Outro escritor, já nos tempos romanos, chamado Luciano de Samósata (125-181 EC), em sua obra "Erotes" ("Amores"), tem inúmeras “pérolas homofóbicas”, entre as quais podemos destacar algumas; mas é aconselhável ler o trabalho todo, já que este é um debate entre o amor para com os homens e o amor para com as mulheres, no qual o autor se posiciona claramente a favor do "divino Platão" e da opção heterossexual:

Uma vez que uma coisa não pode ser originada a partir de uma única fonte, a cada uma das espécies Ela [a "mãe primordial"] deu dois sexos: o macho, ao qual ela deu o princípio da semente, e a fêmea, que tem a moldou como o referido recipiente da semente. Ela os une através do desejo, e os combina de acordo com a saudável necessidade, de modo que, permanecendo em seus limites naturais, a mulher não pretenda transformar-se em homem, nem o homem pretenda tornar-se indecentemente afeminado. É esse o modo como a união de homens e mulheres tem perpetuado a raça humana, até os dias de hoje...”. (19)

Geia (ou Gaia) era a equivalente grega da Terra (ou Tellus) romana, Erda germânica ou consorte de Urano, o grande progenitor celeste. Ela era relacionada ao matrimônio, à gravidez e à fertilidade das mulheres. Luciano de Samósata refere-se a ela quando fala da “mãe primordial”.
No início, os homens viviam imbuídos de sentimentos típicos dos heróis dignos e honrados, os quais a virtude os tornava como os deuses; Obedeciam às leis estabelecidas pela Natureza e, reunindo-se com uma mulher em idade apropriada, geravam crianças virtuosas. Mas, gradualmente, a raça a partir desse ponto levou ao abismo da luxúria e do prazer, e o homem procurou caminhos novos e errantes. Finalmente, a luxúria, quebrando todas as barreiras, violou até mesmo as leis da Natureza. Além disso, o primeiro homem que olhou para seu semelhante como se ele fosse uma mulher teria conseguido seu intento sem ter recorrido à violência tirânica ou ao engano? Duas pessoas do mesmo sexo foram encontradas numa cama; quando olharam um para o outro, eles sequer ficaram corados por conta daquilo que haviam feito um ao outro. Eles semearam a semente (como diz o ditado) em rochas estéreis, trocaram um ligeiro prazer de uma grande desgraça”. (20).
Poderíamos continuar dizendo que não foram poucas as comédias teatrais (como, por exemplo, as de Aristófanes) que utilizavam uma linguagem extremamente chula para depreciar os homossexuais, especialmente aqueles que tomavam o papel passivo (os chamados kataproktos). Se a homossexualidade fosse uma prática “padrão” na Grécia, isso implicaria que o comediante estaria se afastando ― da pior maneira possível ― de todo o seu público masculino.
Sem dúvida, toda a “homofobia” que vimos ao longo desse texto acaba se ofuscando diante das leis daquela que era, com certeza, a mais “homofóbica” e religiosa de todas as pólis gregas.
ESPARTA
As disposições espartanas sobre os prazeres me parecem as mais belas de todas as existentes entre os homens”. - (Megilo, na obra “Leis”, de Platão, trecho 637a)
O caso de Esparta é particularmente sangrante, porque existindo evidências sólidas de “homofobia”; alguns autores homossexuais tentam ocultá-las para validar seus pontos de vista, e, confiando cegamente na ignorância de seus leitores, vendem a imagem de uma Esparta que era um paraíso homossexual. Vamos ao ponto e, para isso, tomemos um fragmento do Capítulo 14 do livro "Esparta e sua lei":

“O ritmo de vida que levava o homem espartano era de uma intensidade como para matar a uma manada de rinocerontes, e nem sequer as mulheres de Esparta teriam podido suportá-lo. Assim pois, o mundo da milícia espartana era em si mesmo todo um universo – um universo de homens. Por outro lado, a intensa relação afetiva, o culto à virilidade e a camaradagem que se dava entre os componentes do binômio, entre mestre-aluno, na falange de combate e em toda a sociedade – e que os débeis de nossos tempos não entendem nem poderão entender jamais –, serviu para alimentar em nossos dias o falso mito da homossexualidade. E isso apesar de que os componentes do binômio eram considerados irmãos, pois a cada espartano lhe era inculcado que cada varão de sua geração era seu irmão”.
Sobre isso, Xenofonte escreveu o seguinte:

Se alguém, por ser um homem honesto, admirava a alma de um menino e tentava torná-lo um amigo ideal e associa-se com ele, sendo isso aprovado, então se acreditava na excelência deste tipo de treinamento. Mas se ficasse claro que a razão para a atração era a beleza exterior do menino e as intenções eram sexuais, então se proibia a conexão, tratando-a como uma abominação; assim, erastes e eromenos [1] se abstinham de relações sexuais com meninos, do mesmo modo que os pais se abstêm de relações carnais com seus filhos ou irmãos e irmãs entre si”. - (“Constituição dos lacedemônios", II, 13).

Aqui vimos que essa relação entre homem e adolescente em Esparta era a relação professor-aluno, baseada no respeito e na admiração, constituída como um tipo de treino, uma forma de aprendizagem, de instrução em sua própria maneira. A sacralidade da relação professor-aluno ou instrutor-aspirante foi contestada pelo Sistema por algum tempo, como a camaradagem. E, no entanto, ambos os tipos de relacionamentos são o fundamento da unidade dos exércitos. Hoje, as crianças crescem à sombra da influência feminina das professoras, mesmo até a adolescência. É difícil saber até que ponto a falta de influência masculina limita suas vontades e ambições, tornando-os mansos, maleáveis e manipuláveis, que é o que convém ao Sistema.
Outros falavam sobre a instituição espartana do amor do mestre para com o discípulo, mas sempre deixaram claro que esse amor era "casto". O romano Aélio disse que se dois homens espartanos "sucumbissem à tentação e se permitiam ter relações carnais, deviam reparar a afronta à honra de Esparta, se exilando ou dando cabo de suas próprias vidas". Basicamente, isso significava que a pena para a homossexualidade na cidade-Estado de Esparta era a morte ou o exílio (consideradas, naquele tempo, piores do que a própria morte).
Temos outro exemplo da natureza platônica das relações professor-aluno em Esparta em "Discursos" de Máximo de Tiro (cerca de 180 EC), no qual ele escreve que: "Qualquer homem espartano que admirasse um menino lacônio, o admira unicamente como também admira uma bela estátua. Pois os prazeres carnais deste tipo são transportados sobre eles pela Húbris e proibidos" (20e). Húbris era considerada como um estado de espírito ou um demônio que se abatia sobre o homem mortal através do orgulho, da arrogância e da ignorância aos deuses e suas leis, levando-o a cometer atos sacrílegos contra a ordem natural. O mito de Laio e Édipo, como foi visto acima, é talvez o exemplo perfeito de "Húbris absoluta" (violando o filho de um rei anfitrião, matando o pai, tendo filhos com a mãe) e da relação cármica deste conceito de "pecado "ou com Aedos e Nêmesis punindo o sacrílego. 
Apesar de tudo visto aqui, na Wikipédia há uma seção inteira dedicada ao tema da "pedofilia em Esparta", e o engraçado é que os escritores (que são eles próprios pró-pedofilia) nunca dão nenhuma evidência clara da homossexualidade (como damos aqui provas claras das leis “homofóbicas”) nem mencionam fontes originais (ao contrário, eles as evitam a todo o custo), mas se dedicam a deliciar a própria imaginação por meio da especulação simplesmente barata, escrevendo verdadeiros absurdos sem parar, imaginando “sinais” de homossexualidade em situações nos quais qualquer pessoa normal e saudável só enxerga amizade, companheirismo, carinho e, sim: amor, amantes e amados, mas em nenhum caso um amor carnal.

SUPOSTOS PARES HOMOSSEXUAIS E EXEMPLOS DA MITOLOGIA E DA HISTÓRIA DA GRÉCIA
A mitologia não deve ser levada ao pé da letra, porque não é uma "história" propriamente dita, mas o que precisa ser feito é conceder a importância que ela merece, porque nela estão incorporadas as crenças, a mentalidade e a bagagem de valores de toda uma civilização, e isso tudo nos dá a chave para a sua psicologia, seu imaginário coletivo, seus ideais e sentimentos, ou seja, o que realmente movia os indivíduos do passado.
Se deve-se crer que os exemplos que se seguem são homossexuais, então precisamos de provas que vão além da paranoia de alguns autores homossexuais que escreveram sob a influência de maconha na era hippie. É o caso dos gays modernos que abrem um livro de história e enxergam homossexualidade até mesmo nas páginas em branco, o que se assemelha bastante aos militantes afrocentristas, que vêem "civilizações negras" mesmo no antigo Egito. Tais declarações só podem prosperar num ambiente ignorante. Mas, voltando às fontes literárias originais, qualquer um pode se livrar de sua ignorância e insegurança neste tema ― e de ter que acreditar naquilo que certos tipos homossexuais decadentes escrevem.

AQUILES E PÁTROCLO
Aquiles e Pátroclo são, talvez, o "casal gay" mais conhecido do mundo grego. De acordo com as pressões do lobby gay estadunidense, estes dois homens eram amantes homossexuais, e, portanto, sem qualquer dúvida, dormiam juntos e praticavam a nobre, pura e respeitável arte sodomita.
Bem, novamente o mais aconselhável é verificar essa alegação em primeira mão, voltando às fontes originais sempre precisas e sempre respeitáveis, escritas não por homossexuais mencionados mas pelos gregos da antiguidade. E que fonte seria melhor do que a própria "Ilíada", onde a ira de Aquiles contra Agamenon, por este último ter roubado a bela Briseis, sua escrava favorita (uma raiva um tanto quanto imprópria para um “homossexual”)? Vamos analisar o Canto IX do trabalho acima mencionado:

Aquiles dormia no canto mais retirado da tenda, com uma mulher que trouxera de Lesbos: com Diômeda, filha de Forbante, aquela de belas bochechas. E Pátroclo se deitou ao lado da parede oposta, tendo ao seu lado Ífis, aquela de bela cintura, que Aquiles lhe havia concedido por tomar a Esciro, cidade da excelsa Ênio”. (657-668).
Depois de ler essas palavras, nós, "com firmeza", pedimos a todos aqueles que defendem a suposta homossexualidade de Aquiles e Pátroclo com nada além de seus próprios delírios por evidências: onde vocês vêem homossexualidade? Se Aquiles e Pátroclo eram amantes, por qual motivo eles dormiam em lados opostos da tenda, cada um com uma mulher? Eles não deveriam dormir juntos? Onde está a menção do "amor" entre Aquiles e Pátroclo como algo sexual, algo além de uma intensa amizade ou de um amor platônico entre irmãos de armas?
Sem falar que o comportamento de Aquiles, em toda a saga de Tróia é o de um macho alfa ao quadrado. Ele se orgulha de ter tomado, destruído e saqueado muitas cidades, de ter matado incontáveis ​​homens e de ter escravizado e possuído suas mulheres e suas filhas. Ele se irrita quando Agamenon se apropria de Briseis, sua escrava favorita; e, quando os aqueus queriam que Aquiles voltasse para a batalha, não o tentavam com jovens efebos (o que seria normal para um homem que "se casa apenas para procriar, mas que se diverte com homens", como os homossexuais reivindicam), mas sim com uma infinidade de belas escravas, com virgens e com mulheres “talentosas na arte do prazer”, bem como uma série de recompensas materiais que agora não vêm ao caso. Pátroclo, mais velho e mais sábio do que ele, é apenas seu professor e iniciador, além de amigo, e a atitude que ele tem para com Aquiles é como a de um irmão mais velho. A intensidade das aventuras vividas em torno da guerra tinha forjado um vínculo de camaradagem e amizade particularmente intenso, o que é muito claro quando, com a morte de Pátroclo nas mãos do herói troiano Heitor, Aquiles se afunda no mais terrível desespero. Alega-se que a reação de Aquiles é forte demais para que fosse uma relação de mera fraternidade, porém, mais tarde na Ilíada, o rei Príamo sente uma tremenda dor quando seu filho Heitor cai sob a lança de Aquiles, que, depois, chafurda o cadáver no excremento de animais, o que demonstra que, para os gregos, o amor erótico nada tinha a ver com o desespero pela perda de um ente querido.
Em suma, o exemplo de Aquiles e Pátroclo representa muito bem a imbecilidade geral em nossa sociedade, e como a mídia e o lobby gay pressionam essas informações e provocam descaradamente a opinião pública ocidental ignorante e mal informada, abusando dela por meio da prática da mentira.
ZEUS E GANÍMEDES
De acordo com alguns círculos, Zeus e Ganímedes são dois exemplos que formam um dos "casais homossexuais por excelência" no panorama olímpico. Consideremos esse mito com cuidado.
Ganímedes era um príncipe de Tróia, que, recém-saído da adolescência, vivia uma fase transitória de caçador-coletor num entorno selvagem, o que era bastante comum na Grécia tradicional (Esparta também tinha este hábito), como um rito de passagem para marcar a chegada da masculinidade. Impressionado com seu porte, Zeus se transforma em águia e o sequestra no Monte Ida, levando-o ao Olimpo para ser o copeiro dos deuses.
O que significa “copeiro”? 
"Copeiro", como o próprio nome indica de forma adequada, é alguém que serve as copas. E só um tolo poderia pensar que os deuses e deusas desejavam alguém feio para servir-lhes néctar. Os deuses procuravam um "garçom" fisicamente bonito, e isso é bastante compreensível, uma vez que esses deuses não eram donos de um lugar qualquer, mas sim reis supremos do Olimpo, e devemos nos lembrar de que, dentre todos os povos, os gregos eram aqueles que concediam maior importância à beleza física, associando-a inevitavelmente com a divindade – e exatamente por essa noção o jovem mais belo do mundo seria, forçosamente, levado à morada dos deuses imortais para estar ao lado deles como um deus. [2]
O que se pretende deixar claro com isso, é que os autores que rapidamente colocam uma etiqueta homossexual no mito de Ganímedes, de dentro de seus apartamentos urbanos sofisticados do século XXI estão a cometer um erro: julgar um mito que tem origens milenares de acordo com os padrões modernos. Agora, sobre esse caso, vejamos o que Homero diz sobre Ganímedes:

... E ele gerou três filhos irrepreensíveis: Ilo, Assáraco e o mais belo dos homens, Ganímedes, aquele que se parecia com um deus, raptado pelos deuses por conta de sua formosura para que servisse néctar a Zeus, vivendo com os imortais”. - ("Ilíada")

Assim, o sábio Zeus raptou Ganímedes por sua beleza, para que vivesse entre os imortais na morada dos deuses, servindo néctar a Zeus, coisa admirável de se ver! Agora, honrado pelos imortais, leva o doce néctar vindo de uma cratera de ouro”. - ("Hino a Afrodite").
Levante a mão aquele que, em lugar de ler "servir néctar" ou "leva o doce néctar vindo de uma cratera de ouro" leu "empinar a bunda cheia de vaselina para ser sodomizado por todo o Olimpo". Onde, então, estão os sinais de homossexualidade neste mito? Só mesmo nas mentes daqueles que tiram isso do nada, e daqueles que engoliram a mentira pelo seu valor nominal, sem fazer perguntas. Repito: Zeus fez dele um copeiro, ou seja, alguém que serve bebidas. Não há no mito nenhuma menção de que Zeus coabitou com ele carnalmente uma única vez, ou que tenha violado ou assediado o rapaz quando ele deixou cair o sabão. 
A resposta terá de ser justificada pela importância dos sinais que estão "escondidos" e que são uma "chave simbólica". É bem conhecida a ambiguidade do amor gay, desde o início de sua imaginação, mas a realidade é que a mitologia grega é bastante explícita ao falar sobre estas questões: muitas vezes falar de "possuir", "juntar-se no amor" etc., e em caso de dúvida, o fato de que essas relações tenham gerado crianças apaga qualquer questionamento. Nesta lenda, como em tantos outros supostos "mitos homossexuais", não temos absolutamente nada de homossexual. Por que os autores de tais mitos desejariam cobrir a ambiguidade, se eles vieram de uma sociedade em que a homossexualidade "era aceite e tida como certa"? A resposta é que a homossexualidade pedófila só existe na imaginação de alguns homossexuais que leram esses mitos, subsidiadas pelo Sistema oficial e incondicionalmente apoiado por seu exército progressista de críticos literários que têm se dedicado a espalhar desinformação de uma forma tão virulenta que qualquer pessoa sem julgamento próprio agora as toma como uma verdade. 
Pois bem: por causa disso (e apesar da esmagadora falta de provas de que Zeus a qualquer momento tenha feito sexo anal com Ganímedes), uma rápida pesquisa na Internet irá revelar dezenas de páginas que falam de "homossexualidade", "mito pederástico" etc. Além disso, qualquer pessoa que entrar na Wikipédia poderá ver como um homossexual tirou do chapéu a conversa de que "Ganímedes foi transformado em amante de Zeus", sem nenhuma evidência de que os seus próprios pressupostos (inevitavelmente influenciados por sua orientação sexual minoritária e seu desejo de dar a legitimidade histórica que nunca teve) sejam verídicos.
Além disso, como veremos, Zeus é um deus que sequestra, estupra e seduz dezenas, se não centenas de milhares (a Ilíada quase dá a sensação de que há poucos soldados, reis e heróis que não sejam descendentes dele) de deusas e mulheres mortais, depois de se tornar touro, cisne, chuva, raio, Sol etc. Em cada caso, carrega o ciúme e a raiva de Hera, sua esposa, deusa do casamento monogâmico que parece entrar em conflito com os impulsos polígamos do onipotente pai celestial e reprodutor insaciável, cujo comportamento pode talvez ser descrito como "extremamente heterossexual" ou "macho alfa".
APOLO E JACINTO
Na mitologia grega, Jacinto era um príncipe espartano, belo e forte, pelo qual o deus Apolo havia tomado sob sua proteção para ensiná-lo a se tornar homem. De acordo com Filóstrato, Apolo ensinou Jacinto a atirar com o arco, tocar lira, a sobreviver em florestas e montanhas, e fez com que o jovem se destacasse em vários esportes e disciplinas de ginástica; seu papel de professor e iniciador é bem evidente, não só em relação a Jacinto, mas em toda Esparta, uma vez que Jacinto, por sua vez, estava transmitindo o conhecimento adquirido através de Apolo a seus compatriotas. Durante uma dessas práticas, o deus e o jovem estavam se revezando no lançamento de disco. Em certo ponto, Apolo jogou o disco muito forte e Jacinto, para impressioná-lo, tentou pegá-lo, mas ao cair do céu, o disco rebateu no chão, atingido a cabeça do jovem e matando-o. Apolo, desolado, não permitiu que a alma do jovem fosse reclamada por Hades e, com o seu sangue, criou a flor do jacinto.
Existe alguma homossexualidade explícita no mito? Existe alguma intervenção de Eros ou Cupido? Há alguma coisa a sugerir que entre Jacinto e Apolo existe algo além do amor professado entre dois bons irmãos ou companheiros de treinamento? Quem tem alguma evidência para trazer, fale agora ou cale-se para sempre. Depois de ler o que tem a dizer autores que abordaram o mito de Jacinto, como Heródoto ("Histórias"), Pausânias ("Descrição da Grécia"), Luciano ("Diálogos dos deuses"), Filóstrato ("Imagens") e alguns outros, não é possível encontrar absolutamente nada que sugira o amor erótico, mas sim uma profunda amizade entre mestre e discípulo.
Bem, para uma mente homossexual, o mito de Jacinto demonstra irrefutavelmente não só a homossexualidade pederasta e o sexo anal, mas também demonstra que todos os espartanos praticavam a pedofilia homossexual... Só porque a festa em comemoração a Jacinto foi importante em Esparta![3] Como vimos, Esparta estava longe de ser um arco-íris e um paraíso gay, e o comportamento de Apolo na mitologia grega também é definitivamente "pouco gay" (entre outras coisas, é o deus que amaldiçoa o kínaidos Laio a pedido de Pélope), como veremos adiante. 
Uma versão alternativa explica que Zéfiro, o vento do oeste, caiu de Taigeto (a montanha a partir da qual os espartanos praticavam sua eugenia, jogando no abismo todos os bebês que não eram considerados saudáveis e fortes) e desviou o disco por sentir inveja de Jacinto. Sem embargo, mais uma vez, não encontramos conotações eróticas, como se encontra nas relações entre Zéfiro e a deusa Íris, cuja união originou precisamente a Eros (de acordo Alceu).

"Apolo e Dafne", por Arno Breker. Segundo a mitologia grega, Apolo se gabou de ser melhor arqueiro que o Cupido (o "anjo" que fere os mortais com o amor à primeira vista). Em vingança, Cupido disparou uma flecha em Apolo, que o encheu de amor por uma ninfa da árvore chamada Dafne. Mas ela, por sua vez, foi atingida por uma flecha pontiaguda, o que causou um profundo desprezo e repugnância dela para com o deus. Apolo, desesperado, perseguia-a (talvez um comportamento estranho demais para um suposto “homossexual”), enquanto Dafne fugia em terror. Implorando a ajuda de um deus, Dafne se transformou em laurel no mesmo instante em que Apolo a havia alcançado. Embora alguns homossexuais encurralados digam que esta é uma parábola sobre o "desencanto para com o sexo oposto", a realidade é que Apolo abraçou a árvore e, chorando, disse: "Dafne, meu primeiro amor", e a partir de então o loureiro se tornou uma árvore sagrada
O CASO DE ALEXANDRE MAGNO
Alexandre é uma figura histórica que tem sido extremamente manipulada. Os judeus alegam que ele adorava no Templo de Salomão, os membros da ex-república iugoslava da Macedônia afirmam que ele era eslavo; e, agora, os homossexuais dizem que ele era um membro da seita deles. Portanto, não é de se surpreender que, quando saiu o filme "Alexandre", em 2004, um grupo de 25 advogados gregos ameaçou processar a Warner Bros e Oliver Stone (diretor do filme e filho de um corretor judeu da bolsa de Nova Iorque), acusando-os de distorcer a história conforme sua conveniência. Na Grécia, o filme ficou nas bilheterias por apenas quatro dias e foi um completo fracasso.
Em primeiro lugar, devemos recordar certos fatos sobre Alexandre, que sobreviveram até hoje e que foram escritos séculos após sua morte e, portanto, devem ser lido com cuidado. No entanto, como sempre, temos evidências suficientes para não ter de engolir o que certas pessoas nos dizem sobre o imperador macedônio, principalmente o filho de um capitalista judeu de Nova Iorque. Assim, todas as fontes concordam ao descrever Alexandre como um homem sexualmente contido e de modo algum promíscuo. Na verdade, Plutarco explica como Alexandre ficou ofendido quando um comerciante lhe ofereceu dois rapazes:

Escreveu-lhe em certa ocasião para Filóxeno, general da armada naval, relatando ter uma vez encontrado um mercador chamado Teodoro, que estava vendendo dois rapazes de grande beleza, perguntando se Alexandre queria comprá-los. Alexandre ficou tão ofendido com a oferta que disse muitas vezes para seus amigos em alto tom: 'O que Filóxeno pode ter visto de indecente e desonesto em mim para me tomar como receptor de tal mercadoria?' Ele respondeu imediatamente com muitas ofensas, dizendo que o mercador e sua mercadoria poderiam ir para o inferno. Da mesma forma, ele atacou duramente um jovem chamado Hagnon, que lhe tinha escrito dizendo querer comprar um menino chamado Cróbulo, famoso na cidade de Corinto por sua beleza”. (Plutarco, "Vida de Alexandre," XXII).
Quanto ao seu suposto romance com seu amigo Heféstion, mais uma vez, não há absolutamente nenhuma evidência para supor que os dois amigos de infância eram parceiros de sodomia, e na verdade não há nenhum historiador sério que afirme categoricamente que eles eram amantes, uma vez que não há dados que sugiram isso – e fazer essa afirmação seria muito imprudente. Com efeito, já em Susã, a capital do Império Persa, Alexandre deu a princesa Dripetis como esposa a Heféstion, e o próprio Alexandre se casou com Estatira, a filha mais velha de Dario e irmã de Dripetis. Ele também manteve relações com Barsine (que lhe deu um filho, Heracles) e com Roxana ("a mulher mais bonita da Ásia"), que lhe deu um filho póstumo, Alexandro.
Quanto ao famoso beijo que Alexandre deu em Bagoas, o eunuco, e que é frequentemente citado como prova da “homossexualidade” de Alexandre, mais uma vez encontramos o que acontece quando um costume tradicional é julgado com uma vara de medição moderna: um mal-entendido. 
Plutarco descreve como Bagoas ganhou um concurso de dança, e como as tropas macedônicas aplaudiram, pedindo que Alexandre beijasse o rapaz (na bochecha, o que nada tem a ver com o beijo típico de Hollywood que querem nos vender), o que o imperador concordou em fazer. Para começar, devemos deixar claro que este incidente ocorreu depois da travessia do deserto de Gedrósia, e todos aqueles presentes na cerimônia, inclusive Bagoas, eram sobreviventes da marcha, o que faz com que seja normal esperar que os soldados pedissem por um sinal de respeito para com o jovem que havia ganhado o concurso. O mais importante é o significado do beijo. No mundo inteiro e ao longo da história, os beijos tiveram significados de vários tipos. No Japão, tradicionalmente, o beijo era apenas uma questão de mãe para filho, enquanto que no Ocidente o beijo tem conotações cerimoniais e públicas, como um cumprimento ou um sinal de respeito, por exemplo; em Roma (beijos nas mãos, na bochecha ou nos lábios), durante o cristianismo primitivo, os fiéis se beijavam na bochecha. Na antiga Pérsia, onde Alexandre se encontrava, homens de posição semelhante beijavam as bochechas uns dos outros. Algo bastante simples, que, para o nosso contexto social, é "uma afeminação", mas que não o era na época de Alexandre; mais uma vez, não podemos julgar um costume antigo ou tirar conclusões a partir dele ("eles eram homossexuais") com base no raciocínio e nas normas psicológicas da mentalidade moderna. Além disso, para enxergar uma relação sexual num simples beijo na bochecha é necessário ter bastante fé, especialmente se essa é a única evidência que temos.
A REALIDADE: A MITOLOGIA GREGA COMO APOLOGIA AO AMOR CRIATIVO (OU AO PODER DA PROCRIAÇÃO)
Tendo refutado a questão dos "amantes masculinos", podemos mencionar os casais heterossexuais mais famosos da mitologia grega para esclarecer o comportamento dos deuses e heróis, que provavelmente nos faz repensar coisas como a poligamia, uma vez que os deuses e heróis, ao invés de uma "parceira", costumavam ter um harém inteiro, com o objetivo de semear no mundo as crianças semi-divinas.
• Zeus - Hera, Leto, Deméter, Dione, Éris, Maia, Métis, Mnemósine, Selene, Têmis, Europa, Alcmena, Dânae, Antíope, Calisto, Carme, Egina, Elara, Electra, Eurínome, Himalia, Io, Lâmia, Laodâmia, Leda, Mera, Niobe, Olímpia, Pluto, Pirra, Taigete, Talia, Iodama e muitas outras mais.
• Ares - Afrodite (que deu à luz a Harmonia), Aérope, Agraulos (mulher, apesar da ressonância masculina do nome), Altea, Astíoque, Atalanta, Cirene, Crisa, Demonice, Ênio, Eos, Erítia, Estérope, Filómone, Rea Silvia (mãe de Rômulo e Remo, chamada de Ilia na Grécia), Otrera, Pelópia, Protogênia, Tirine, Tritaia e outras mais.

Ao contrário do Marte romano, o Ares grego não era um deus de mera força militar ou do valor frio do soldado, mas o deus da matança, da carnificina, da força bruta, da pilhagem, do roubo e do estupro, o deus de se perder o controle e buscar o confronto; em suma, o deus da violência pura, da guerra primitiva e bárbara. Seus epítetos ("terror dos mortais", "mãos ensanguentadas", "salteador de muralhas", "assassino", "impetuoso", "brutal") falam por si. Significativamente, a única parceira capaz de equilibrar seu ardor é Afrodite, o outro lado da moeda.
• Poseidon - Agámede, Alope, Amímone, Amfitrite, Arne, Astipalea, Calírroe, Calquínia, Canace, Celeno, Ceróesa, Ciona, Clito, Cloris, Córcira, Deméter, Etra, Euríale, Eurínome, Europa, Gea, Halia, Hipótoe, Ifimédia, Líbia, Mélia, Medusa, Melantéia, Mitilene, Peribea Quíone, Salamina, Satiria, Toosa Tiro e outras mais.

• Apolo - Acanta, Arsínoe, Cassandra, Calíope, Cirene, Corínis, Dafne, Dríope, Etusa, Hécuba, Leucótoe, Manto, Psámata, Quione, Reo, Sínope, Terpsícore, Urânia, dentre outras.

Urânia, musa da astrologia e da matemática, era amante de Apolo, com quem teve Lino, um grande músico que ensinou Hércules a tocar lira (infelizmente, para ele, Hércules era um aluno indisciplinado que tinha coisas melhores para fazer, como engravidar as cinquenta donzelas téspides; Hércules matou Lino ao bater-lhe com uma lira quando ele o repreendeu). No "Banquete" de Platão, alguns se referem a ela como "Afrodite Urânia" (que nasceu da força reprodutiva de Urano, derramada sobre o mar, nascida a partir da união entre Zeus e Dione, segundo outra versão), afirmando claramente que era um amor "para a alma" e que, também, era "livre de violência". Isso excluiria uma penetração fálica luxuriosa através de um orifício como o ânus, desenhado pela Natureza para evacuar resíduos tóxicos e infecciosos, e que, de acordo com a moralidade Helênica, abrigava Aedos ― a Vergonha. Afrodite Urânia representa, em suma, o que entendemos por "amor platônico". 
• Hades: Perséfone, Mente e Leuce.

O rapto de Perséfone”, de Gian Lorenzo Bernini.
• Hércules - Mégara, Ónfale, Deianira, Iole, Mélite, Auge. Em um episódio, Hércules chega ao palácio do rei Téspio, a quem a aparência do herói impressionou tanto que ele ofereceu suas cinquenta filhas solteiras (os reis eram polígamos e tinham um harém inteiro de mulheres, o que poderia gerar dezenas de crianças); Téspio chamou as téspidas (como eram conhecidas suas filhas), para torná-las mulheres de Hércules, gerando filhos dele; Hércules dormiu com elas durante toda sua estadia para a caçada do leão de Citerão. Em sete noites (dependendo da versão do mito) ele engravidou todas elas (Policasta, Nike, Glicera, Graia, Lalage, Alcione, Neda, Maira, Fóloe, Clite, Adésia, Septeria, Estéropa, Plinteria, Foronea, Doríquia , Faena, Ariona, Deidia, Brima, Cleodora, Altea, Euriganéia, Agalis, Ardota, Inaca, Lica, Nausítoa, Esquinfória, Gigas, Jacinta, Leuque, Kérite, Eurifília, Elócia, Glauca, Deidâmia, Crisa, Lisa, Pirena, Oréada , Talasiana, Xuta e Trisáulea - Leda, sendo praticamente uma criança, "tremendo e prestes a desmaiar", foi substituída por Policasta, mais velha, que tomou o seu lugar e foi possuída pelo herói), tendo inúmeros filhos homens que mais tarde seriam chamados de heráclidas. De acordo com a tradição grega, os heráclidas são associados aos dórios, que conquistaram grandes partes da Grécia, arrasando as cidades dos aqueus; os reis de Esparta e Macedônia consideravam-se descendentes dos heráclidas (filhos e netos de Herácles ou Hércules).
• Teseu - Perigune (filha do bandido Sínis), Ariadna, Fedra (irmã de Ariadna), Antíope (a guerreira amazona).
• Perseu - Andrômeda.
• Peleu - Tétis.
• Aquiles - Briseis, Diômeda e um grande número de mulheres que ele capturou em populações devastadas.
• Ulisses - Penélope, Calipso, Circe, Calídice.
• Agamenon - Clitemnestra, Criseide, Cassandra e também Briseis, devolvida a Aquiles depois de feito um juramento solene atestando não tê-la possuído sexualmente, como narrado na Ilíada.
E muitos e muitos mais...

Podem surgir alegações dos ditos "especialistas" que alguns desses deuses e heróis tiveram "amantes masculinos". Então, eu peço provas. As mulheres foram fisicamente mencionadas como tendo sido carnalmente possuídas pelos deuses ou heróis correspondentes, e muitas delas geraram filhos desses deuses e homens. Quero evidências na mitologia grega original, de que deuses ou heróis permaneceram com os homens numa relação que vá além de uma grande amizade, camaradagem e fraternidade. Eu quero as "provas" de que Zeus possuía sexualmente Ganimedes, ou que Aquiles fazia sexo anal com Pátroclo. [4]
Como vimos, não existem tais provas. Os famosos "amantes" são apenas bons amigos, unidos por fortes laços de admiração e por profundas experiências em combate ou aventuras, ou outros assuntos que nada têm a ver com o amor erótico, mas sim, no máximo, com o amor platônico, e não há absolutamente nenhuma evidência para que se possa supor que havia algo sexual envolvido nessas relações, mas sim um amor quase comparável àquele que existe entre bons irmãos.
ASSUNTO IRREFUTÁVEL #1: O "BANQUETE" DE PLATÃO
O "Banquete" é um diálogo filosófico em que vários participantes prestam homenagem a Eros, deus do amor, sob a forma de exaltação e fala, trazendo a visão que cada um tem sobre o amor, que é uma fonte primária para entender a mentalidade ateniense daquele tempo (estamos a falar, em qualquer caso, do século IV AEC, numa fase já decadente). Sem dúvida, todos os estudiosos e especialistas subsidiados e envolvidos com palestras e que vivem de estórias, apoiados por um sistema que está interessado em espalhar mentiras, sempre abrem o Banquete de Platão como um exemplo de que "a civilização grega era homossexual", com base em algumas linhas encontradas nesse livro.
No entanto ― e infelizmente para os apóstolos da homossexualidade grega ―, todo mundo deve saber que os diálogos platônicos, muitas vezes consistem num debate que opõe visões opostas representadas pelos participantes. A razão é que, para Platão, todas as partes devem estar presentes em um debate e ter a oportunidade de apresentar e defender seu ponto de vista. Há personagens que representam idéias contrárias a Sócrates, precisamente, a fim de contrastar opiniões diferentes e, portanto, não pode sequer ser mencionado sem pensar como se o próprio Platão tinha falado ou concordado com tudo o que está exposto. Por estas razões, em cada caso, é necessário especificar quem falou o quê e investigar o personagem, para ver se ele representa um ponto de vista relacionado com o platônico (dos quais Sócrates e outros são porta-vozes) ou o oposto.
Da intervenção de Pausânias, pode-se dizer que o mesmo trás várias abordagens para o assunto, e nunca menciona o amor carnal homossexual. Podemos destacar um trecho relativamente forte:

"Seria necessário, incluso, que houvesse uma lei proibindo a queda no amor com os jovens". - (Pausânias, 181d).
Em outro trecho, ele reflete sobre o porquê de o relacionamento entre professor e aluno ser necessário e benéfico, não devendo ser abolido, dizendo que "pode-se contribuir na inteligência e na virtude em geral, e nas outras necessidades para se fazer aquisições na educação e saber geral" (Pausânias, 184d-e). Neste caso, como no de Esparta, se está falando de um relacionamento com vista ao desenvolvimento pessoal e a "formação", em que a sabedoria de um homem maduro ajuda um menino a se tornar um homem e que, mais uma vez, a interação entre sodomitas e afeminados está ausente.
Após estas citações um tanto vagas, vemos em Aristófanes um personagem que não deve cair bem para um bom platônico, uma vez que, na peça "As Nuvens", ele zomba abertamente de Sócrates; e, no Banquete, ele mostra um comportamento excêntrico que talvez foi introduzido por Platão como um sinal para indicar ao leitor que o ponto de vista expresso por ele não merece reverência. Assim, podemos ler:
“[...] Aristodemo disse-me que Aristófanes deveria falar, mas ele soluçava casualmente, seja por comer demais ou por alguma outra causa, e por isso não foi capaz de falar; 

Aristófanes disse ao médico Erixímaco, que estava reclinado no assento ao lado dele:

-Erixímaco, é justo que tires meus soluços ou fale por mim até que eles passem.

E Erixímaco respondeu:

- Bem, posso fazer as duas coisas. Falo, de fato, em seu lugar; e você, quando passar teu soluço, falará na minha vez. Mas, como eu digo, possivelmente, se você prender a respiração por bastante tempo, talvez te passem teus soluços; do contrário, faça gargarejos com água. Mas, se ele é realmente muito forte, pegue algo que possa irritar o nariz e te provocar espirros; se você fizer isso uma ou duas vezes, por mais forte que seja teu soluço, ele passará.” (185c-d-e).
Tal é a confusão que esta passagem nos mostra, que não poucos aqueles que riem do ocorrido, especulando sobre seu significado. E a apresentação feita por Aristófanes, que sequer conseguiu falar por causa de seus soluços e que teve de recorrer a Erixímaco até seu soluço passar, é questionável e um tanto cômica, para não mencionar que em um ato ritualizado como era o de um diálogo filosófico, em que cada intervenção era vista cercada por sinais dos deuses para o bem ou para o mal, os soluços de Aristófanes não são exatamente um bom sinal.
Quando finalmente termina seus soluços e consegue falar, Aristófanes desenvolve um discurso extravagante sobre os andróginos, seres esféricos com oito patas e duas faces, que se moviam rolando pelo chão e que reuniam as estruturas sexuais masculinas e femininas, embora alguns fossem apenas do sexo masculino dos dois lados, ou apenas do sexo feminino, em ambos os lados. De acordo com o raciocínio absurdo de Aristófanes, esses seres haviam desafiado os deuses e Zeus os dividiu ao meio, de modo que Aristófanes faz malabarismos argumentativos improváveis e distorce toda uma mitologia para justificar que dois homens podem gostam de ir para a cama juntos, transformando um “*” num “O”; Aristófanes ― o de soluços, gargarejos e espirros, que zomba de Sócrates ― nos diz que:
“Como resultado [da partição do andrógino comum], alguns homens não são parte daquilo que se considera como sexo comum, sendo então chamados de andróginos; muitos são amantes de mulheres, e também pertence a esse gênero a maioria dos adúlteros; e muitas mulheres vêm dele, e, por sua vez, são aficionadas em homens, e são adúlteras. Mas poucas mulheres não prestam muita atenção aos homens, sendo mais inclinadas às mulheres, e neste gênero também se incluem as lésbicas. Poucos, no entanto, são os homens que perseguem outros homens e, no enquanto, eles são jovens, sendo atraídos por homens, felizes em se deitar e abraçar entre si [5]; estes são os melhores entre os jovens e adolescentes, pois eles são os mais viris por natureza. Alguns dizem que são sem vergonha, mas estão errados. Eles também fazem isso não só pelo despudor, mas também pela ousadia, virilidade e masculinidade, abraçando o que é semelhante a eles”. (191de-192a).
Pela excentricidade de seu próprio discurso, não é de se estranhar que Aristófanes fique desconfortável, e que em determinado momento tenha que fazer uma solicitação como essa: "Não me interrompa, Erixímaco, para zombar do meu discurso" (193b) ― e logo depois termina seu breve discurso pedindo clemência:

“Este, Erixímaco, é o meu discurso sobre o Eros, diferente, por sinal, do seu. Não me ridicularize, como eu já lhe pedi, para que ouças também o que dizem cada um dos restantes, ou melhor, cada um dos outros dois, Agatão e Sócrates”. (193de).
Embora Aristófanes represente apenas um ponto de vista dentre muitos, sua visão não é apresentada de forma a gerar confiança, tanto que ele mesmo está ciente de que nela há brechas para que os outros zombem de seu discurso; mesmo assim, os autores da teoria pró-homossexual citam suas palavras como se elas representassem a visão do próprio Platão.
Da homenagem de Agatão a Eros, talvez se pudesse distinguir uma citação que diz que "com relação à procriação de todos os seres vivos, quem nega que ela seja fruto da capacidade de Eros de nascer e crescer em todos os seres?" (197a), que, deixando subentendido que Eros é responsável pela procriação, também deixa claro que a divindade pertence ao reino do sexo heterossexual, que é o único capaz de gerar uma nova vida.
No entanto, a jóia do Banquete platônico sem dúvida é (e como sempre) a intervenção de Sócrates, que foi o mestre de Platão. Sócrates cita o discurso que tinha ouvido anos atrás de uma mulher que ele considera como "sábia", dizendo a seus interlocutores: "Vou dizer o discurso sobre Eros que ouvi um dia, dos lábios de uma mulher de Mantinéia, Diotima, que era sábia nestas e em muitas outras coisas" (Sócrates, 201d). As palavras de Diotima, além de serem extremamente interessantes sobre as coisas do amor, fora do debate hétero vs. homo, também contêm uma verdadeira apologia ao amor heterossexual como um ato criativo:

“- De que forma e em que a atividade você poderia chamar isso de amor, ardor e esforço daqueles que o perseguem? O que é precisamente esta ação especial? Você pode dizer?

- Se pudesse – disse eu - não seria de admirar, Diotima, por sua sabedoria, nem viria novamente para que eu pudesses aprender precisamente estas coisas.

- Bem, vou dizer-lhe - disse ela -. Esta ação especial é de fato a procriação em beleza, tanto com o corpo quanto com a alma.

- O que redisseste requer adivinhação, pois não o entendo – disse eu.

- Bem, eu vou lhe dizer mais claramente: – disse ela – é o impulso criativo, Sócrates, que, na verdade, todos os homens têm, não só pelo corpo, mas também de acordo com a alma, e quando eles estão numa certa idade, a nossa natureza nos dá desejos de procriar. Mas não pode procriar na feiura, mas apenas na beleza. A união do homem e da mulher é, de fato, a procriação; e essa é uma obra divina, para garantir a fertilidade e a reprodução; isso é o que existe de imortal no ser vivo, que é mortal (206 AEC).
Sócrates elogiou a sabedoria da senhora, principalmente por ela ter feito uma canção para o amor heterossexual como "obra divina". Mais tarde, ele se fixa na natureza para extrair lições de conduta para os homens civilizados:

“- Se bem que – disse ele – que se possa pensar que os homens fazem isso [os sacrifícios associados com acasalamento e o cuidado com a prole] por reflexão, sobre os animais, no entanto, o que poderia ser a causa de tais disposições amorosas? Você pode dizer isso para mim? - E mais uma vez eu lhe dizia que não sabia.

- E você pensa - disse ela – conseguir tornar-se um especialista do amor, se não consegues compreender isso?

- Bem, é precisamente por isso, querida Diotima, que, como eu disse antes, vim até você, consciente de que preciso de professores. Diga-me, portanto, a causa disso e de tudo o mais relacionado às questões de amor.

- Bem, - disse ela - se você acha que o amor é, por natureza, o que temos repetidamente acordado, não é de se surpreender, uma vez que, neste caso, e pela mesma razão que acima foi citada, a natureza mortal procura, na medida do possível, sempre existir e ser imortal. Mas isso só pode dar-se por esse meio: através da procriação, porque sempre se deixa um ser novo para substituir um velho”. (207bcd).

Se não foi clara a atitude de Sócrates com Diotima quando seus discípulos se referem a ela como "sábia", dando louvores à sua "sabedoria", quando admite que ela tem mais conhecimento do que ele ou quando ele diz que "veio até ela consciente de que precisava de professores”, então vale o fechamento que se faz quando ele reconhece que estava "cheio de admiração” (208b), chamando-a, ele mesmo, de "Diotima, a muito sábia” (idem) e voltando aos seus discípulos dizendo: "Este, Fedro e outros amigos, foi o que Diotima disse, o que me convenceu". (212b).
Portanto, em oposição a Aristófanes, um personagem que não consegue falar por causa do soluço (por comer e/ou beber muito rápido), e que é conhecido por ter zombado de Sócrates no passado e que faz uma defesa complicada da homossexualidade, temos Diotima, uma mulher que o próprio Sócrates chama de "muito sábia", e que faz uma grande homenagem a Eros exaltando a união do homem e da mulher como um gerador ativo de novas vidas, e deixando claro que o poder de procriação de tal união é a sua superioridade sobre qualquer outra forma de amor. Neste ponto, não há dúvida de que Sócrates concorde com essa visão. De fato, o narrador mostra-nos o desconforto de Aristófanes quando Sócrates concluiu seu elogio à heterossexualidade:

Quando Sócrates terminou de dizer isso, contou-me Aristodemos que, enquanto os outros elogiavam, Aristófanes [o único que tinha defendido a homossexualidade] tentou dizer alguma coisa, já que Sócrates o havia mencionado numa fala em seu discurso. Mas, de repente, a porta do pátio foi atingida e houve um grande barulho como que de participantes de uma festa, e ouviu-se o som de uma flauta” (212c).
De fato, "Aristófanes tentou dizer alguma coisa", mas como poderia ser de outra forma, mais uma vez, a providência, associada em tempos pagãos com a vontade dos deuses, interrompeu suas palavras: "Não muito tempo depois, ouviu-se no pátio a voz de Alcibíades, muito bêbado" (212D). Agora, um dos personagens que é a cereja final sobre o bolo platônico do Banquete faz sua aparição, apresentado como se segue:

“Saúde, senhores! Acolheis como um companheiro de bebida um homem que já está completamente bêbado? (...) Ou me insultam porque eu já estou bêbado? Pois, embora estejam rindo de mim, eu sei que falo a verdade”. (212E-213a).
Alcibíades relata que, no passado, ele havia enfrentado Sócrates, que em uma época foi declarado inimigo seu; mas agora ele se abraçava ao pescoço do filósofo, sendo rejeitado por ele. Alcibíades parecia estar, com efeito, "apaixonado" por Sócrates; mas, como ele dizia com razão, "comparar o discurso de um homem embriagado com discursos de homens sóbrios não seria justo" (214c):

“Levantei-me, então, sem dizer nada, e o envolvi com meu manto – pois era inverno -; caí sob o velho manto deste velho homem, e, preparando meus braços para esse homem verdadeiramente divino e maravilhoso, passei a noite toda ao redor dele. Aqui, também, Sócrates, dirás que eu estou mentindo. Mas, apesar de eu fazer tudo isso, ele estava completamente vitorioso, me desprezando, zombando de minha beleza e me afrontando; e eu que pelo menos pensei que era alguma coisa, oh juízes! Pois sois juízes para a arrogância de Sócrates. Então, sabem bem os deuses e deusas que levantei-me depois de dormir com Sócrates, que me foi indiferente, como se eu tivesse dormido com o meu pai ou com meu irmão mais velho. (219bcd).
Alcibíades foi inserido no diálogo porque é sabido que os bêbados nunca mentem [6] e, assim, a ação de Sócrates de rejeitar um homem, mesmo que fosse muito bonito e muito prestigiado é clara. Então, Alcibíades elogia a indiferença de Sócrates, sua valentia em combate, sua dureza, seu caráter espartano, sua resistência ao frio e ao álcool e sua sabedoria. Todos esses elogios (incluindo um elogio que Sócrates rejeitou, deixando claro que ele não era gay), como já dissemos, eram a "probabilidade de um certificado", subsídios proferidos por um homem que, estando bêbado, presumivelmente diz a verdade.
Em suma, Sócrates tinha Alcibíades na palma da sua mão e podia ter se envolvido sexualmente com ele (o que, de qualquer forma, excluiria, por respeito a Aedos, a penetração de qualquer tipo); mas, para infelicidade da comunidade gay moderna, Sócrates o havia rejeitado desdenhosamente.

ASSUNTO IRREFUTÁVEL #2: OS VASOS "HOMOERÓTICOS"

Esta imagem é uma das favoritas dos autores que representam a Grécia como uma "civilização homossexual", ou pelo menos uma civilização onde as práticas homossexuais foram totalmente aceitas e se tornaram parte da paisagem cotidiana.

Sem dúvida, há vasos da antiguidade representando cenas gregas claramente homossexuais. Isso eu não vou discutir. O que vou fazer é pontuar.

Foram encontrados dezenas de milhares de vasos (apenas na província da Ática, temos mais de 80.000 deles), e os vasos com um teor homoerótico claro são apenas 30! Sendo generoso. Estamos a falar de cerca de 0.03% dos vasos totais encontrados. Eles não deveriam ser (se estamos supostamente falando de uma cultura na qual a homossexualidade pedófila era padrão) mais numerosos?
Não, eles eram minoria de forma desproporcional. Assim, falar do "status dominante da pederastia na vida social ateniense" tomando por base esta evidência fraudulenta seria muito mais ousado do que atacar nossa própria cultura de homossexuais só porque 5% dos personagens dos nossos programas de televisão são gays. Se estes sinais estão mostrando uma "civilização homossexual" (que nunca existiu), então a nossa civilização, com as associações pró-pedofilia, pró-bestialidade, casamento homossexual (que não existia na Grécia), desfiles do "orgulho gay" etc., qualifica-se como integralmente sodomita.
Mas há mais: destes 0,03% de cenas gays representadas, a maioria desses atos são realizados pelos sátiros, seres degenerados do imaginário coletivo grego (seres feios, meio homens meio cabras) com desejo sexual descontrolado e excessivo, após a realização das maiores abominações sexuais imagináveis ​​pela mente humana (em algumas estatuetas, eles são vistos copulando com cabras, por exemplo). Outro detalhe ligeiro que não é mencionado é que, na maioria das cenas, não se representam relações sodomitas, o que parece produzir surpresa e escândalo naqueles que testemunham isso.

A má reputação do sátiros, além de vir representada em cenas de bestialidade que não cabem ao artigo por respeito ao leitor, é bem ilustrada nesta escultura, na qual Pã, o chefe dos sátiros, importuna Afrodite com sua lascívia, onde a deusa está enxotando-o com golpes de sandália. O "anjo" que voa em torno de Afrodite é Eros, inevitavelmente associado a ela.
O problema é que, como as pessoas perderam o hábito de pensar por si mesmas, eles colocaram um par de imagens acompanhadas de uma carta sem erros ortográficos e estão predispostos a acreditar no que interessa o manipulador da vez. Mas vamos olhar para alguns exemplos de dedução sherlockholmesiana impecável sobre a homossexualidade na Grécia antiga com base na cerâmica, a mão de um grandíssimo, respeitável, bem apessoado e uma autoridade em conferências: Kenneth J. Dover. [7]
K. J. Dover apresenta como provas supremas um total de 600 vasos (4% do total), dos quais, sendo extremamente (repito: extremamente) generoso, apenas 20-25 têm um teor nitidamente homossexual. O restante (575) é completamente inofensivo, tanto que o autor usa reviravoltas, meandros e provocações psicológicas completamente forçadas (e até mesmo cômicas), como se existissem sinais de homossexualidade onde eles simplesmente não se encontram. Assim, em uma imagem onde uma bengala e um anel aparecem, o autor diz que "a vara e aro têm simbolismo homossexual" (apesar de não ter a cortesia de explicar esse suposto simbolismo para nós, héteros incultos e vulgares), e que o garoto está em uma "pose de vergonha", provavelmente porque o homem que ama está conversando com uma mulher (?) ou porque ele teria preferido tomar a iniciativa própria (!). Em outro vaso (o E378), um pênis pequeno e um grande escroto significam, segundo ele, a existência de pedofilia; e numa imagem onde Aquiles cura Pátroclo, Dover diz que "o artista estava sob grande pressão para não fazer pinturas dos genitais de Pátroclo" (?). É um verdadeiro insulto à inteligência que um homossexual alucinado como Dover seja considerado um "especialista em sexualidade na Grécia antiga", sendo citado por livros bastante reconhecidos, como uma autoridade sobre o assunto.

Todo esse jargão imaginário que enxerga relações pedófilas onde elas não existem é incompreensível e chocante para um hétero (ou seja, para alguém normal), mas, para um homossexual, parece ser a coisa mais normal do mundo ver sinais, ambiguidades, suposições e provocações em cada esquina. Como resultado, não é de se espantar que tais autores, desesperados para legitimar sua opção sexual, tentem adaptar o mundo à sua mente. E o triste é que isso não é isso. O triste é que, devido à ação dos poderosos lobbies homossexuais nos EUA, da indústria de mídia, a opinião pública acaba por engolir tais teorias. Eu digo: sejam livres, estudem!

Capa do livro de K. J. Dover. Segundo o autor, a imagem desse cara mostra que a pederastia e a homossexualidade eram padrões na Grécia. Sem dúvida, quem pensa assim o faz porque sua mente já é portadora de tais pensamentos; mas as pessoas normais, as pessoas bem-ajustadas biologicamente, vêem apenas um rapaz com um aro e um galo.
Devemos terminar deixando claro que a grande maioria (estamos a falar de mais de 99%) das esculturas, cerâmicas, mosaicos, estatuetas, afrescos etc., da Grécia antiga que representam o amor erótico, sempre retratam o sexo entre homens e mulheres. Mas acontece que mesmo se tivesse cenas homossexuais gratuitas, também no caso do Pórtico da Glória da Catedral de Santiago de Compostela há cenas de homens que cometem sodomia (e ninguém poderia pensar que isso torna homossexual toda a civilização católica gótica ou barroca, uma vez que essas cenas de sodomia fazem parte de representações de vários pecados, com a intenção justamente de estigmatizá-los. Então, talvez devêssemos nos perguntar se, por acaso, dos 0,03% dos vasos com temas homoeróticos claros ou vagos (subjetivamente) não haveria uma percentagem significativa destinada precisamente a criticar a homossexualidade ou ridicularizá-la, como é claro no caso dos sátiros (que eram os maiores expoentes da homossexualidade), bem como a depravação sexual incontável, e que simplesmente não gozavam de boa reputação.

SOBRE O LESBIANISMO
Provavelmente, de todas as mentiras sobre a homossexualidade, Safo de Lesbos é a pior desde que o nome de sua ilha natal tem sido usado para se referir a mulheres homossexuais, as chamadas lésbicas. Safo de Lesbos (VII-VI AEC) é, certamente, a melhor poetisa de todos os tempos (Platão chamou-a de "a décima musa"). Herdeira de dívidas, ela decidiu fundar uma academia, para a qual viriam moças jovens de toda a Grécia para aprender poesia, música, dança, costumes, ritualismo religioso e, geralmente, o que caracteriza uma mulher completa que aspiravam a se casar com um homem nobre, para formar sua própria família. Assim como Esparta teve sua ageilai ou hordas, onde os meninos gradualmente aprendiam a ser homens sob a orientação de um iniciador, Lesbos tinha a academia sáfica para moças de boa família.

As jovens da academia sáfica chamavam-se "servidoras das musas". As musas eram nove divindades femininas que acompanhavam Apolo no Monte Helicon, e que são consideradas como responsáveis pela inspiração dos artistas. Escultores gregos conheciam bem a morfopsicologia (leia-se a leitura do caráter de um indivíduo por seus traços físicos) e as estátuas, portanto, não eram apenas retratos de corpos bonitos, mas também de corpos necessariamente portadores de uma alma bela. Quem esculpiu a musa desta imagem certamente representou uma maneira maravilhosa da personificação da bondade, saúde, serenidade e beleza.
A obra de Safo chegou até nós muito fragmentada (só temos um poema completo, recolhido por Dionísio de Halicarnasso, e o resto de seu trabalho tem muitos buracos para que se possa saber com certeza sobre ele, quanto mais tentar vislumbrar homossexualidade), mas consiste principalmente de hinos e louvores que as meninas aprendiam com ela, e homenagens àquelas que concluíam os estudos, entrando na idade adulta e deixando o mundo idílico da academia para se casar com um homem. Este gênero poético foi chamado de epithalamia (músicas de casamento), onde se falava sobre a beleza de uma jovem que estava prestes a se tornar esposa e mãe. Assim, os fortes laços construídos entre ela e suas discípulas ― às quais ensinava tudo que sabia ― mostram que Safo ficava cheia de tristeza pela perda de suas “filhas” que estavam prestes a partir, mas não temos absolutamente nada para dar a entender que havia um relacionamento além de uma afeição intensa, totalmente desprovida de carga sexual. Temos até uns versos conhecidos, dedicados a uma de suas meninas, deixando a academia porque havia conseguido um noivo para levá-la para casa e fazer dela uma mulher:

"Semelhante aos deuses parece-me
o homem que agora se senta à tua frente
e tua doce voz ao lado dele a escuta
ainda que tu o fales".
Versos pouco próprios para uma “lésbica hardcore”.
De acordo com Kenneth J. Dover, Safo caracteriza o homem como "um deus" não porque admirava sua beleza, sua masculinidade, seu comportamento ou a sua força sobre-humana, mas porque é "inimaginavelmente sortudo", porque "ele capta o interesse sexual das jovens" e provoca "desmaios por conta de sua beleza" (não, não estou brincando, o sr. Dover diz exatamente essas palavras em seu livro "Greek Homossexuality", na página 178).
Para ele, o fato desconfortável da vida de Safo é que, além de ser uma mãe (tinha uma filha chamada Cleis) e além de ser uma esposa, ela se suicidou por amar um homem, um marinheiro chamado Faon, que, aparentemente, não a correspondia com a mesma intensidade. O leitor leu certo: "a maior lésbica de todos os tempos", a "fundadora e mãe do lesbianismo", cometeu suicídio por amar... um homem.
Há outro assunto bastante revelador, que consegue “heterossexualizar” cada vez mais a academia de Safo, é que as discípulas de Lesbos foram aquelas que desenvolveram o culto religioso de Adônis, um herói mitológico que personificava a beleza do jovem e que ainda hoje é usado para designar um homem extremamente bonito. Nada é mais desconfortável para mitólogos gays modernos que o suposto epicentro do "lesbianismo" rendesse culto a uma figura que representa o máximo atingível pela beleza masculina.
Sem falar que, a julgar pelos versos de Safo, sua academia estava longe de ser um paraíso de caminhoneiras com corte de cabelo masculino, um reduto marítimo "lésbico", já que a ilha de Lesbos foi como um reduto da feminilidade idílica, incorruptível e pura, em que a chegada de um homem vem indicar às jovens que a adolescência havia terminado e que agora devem pôr ao serviço de sua raça toda a feminilidade cultivada.
De onde vêm, então, as "lésbicas", se não há nada a sugerir uma relação entre essas meninas para além de uma grande irmandade? Vêm, mais uma vez, do círculo gay de Oxford liderado por Walter Pater e, mais recentemente, dos autoproclamados "especialistas em sexualidade grega", como o francês Yves Battistini (1922-2009). Este "especialista", como um exemplo da manipulação, encontrou um verso que dizia προς δ'αλλον τινα χασκει ("prós d'allon tina haskei"). Isso, traduzido da forma devida, significa "fazia outra pessoa sorrir". No entanto, este falsificador premeditado traduziu a expressão como "mas o objeto de sua paixão é outra coisa, uma menina".

 Lésbia, mas não lésbica: Safo de Lesbos cometeu suicídio por um homem, que é talvez o ato mais extremo que se pode levar a cabo por conta do amor. 
LIMPAR NOSSO VOCABULÁRIO
O vocabulário moderno a respeito da homossexualidade é baseado em duas mentiras: mentiras sobre as palavras gay e lésbica.
“Gay”, em inglês, significa (ou ao menos significava) "alegre".
"Lésbica”, como já vimos, refere-se à ilha grega de Lesbos, onde Safo ensinava e, como já expliquei, não tinha nada relacionado ao lesbianismo.
“Pederastia” vem do termo paiderastia, que nem mesmo significava pedofilia, mas sim a relação de ensinar um menino. Da mesma forma, erastes e eromenos devem ser traduzidos como "amante" e "amado"; e, apenas se especificado de alguma forma, estamos falando de um amor platônico e, portanto, casto.
Por estas razões, o comportamento sexual entre pessoas do mesmo sexo deveria simplesmente ser chamado de "homossexuais", seja entre homens ou mulheres; e, quando não, devemos lançar mão da variedade rica de palavras que nascem espontaneamente da alma popular, que são autênticas, ao contrário das palavras politicamente corretas e orwellianas, forçadas pelos meios de comunicação da indústria e grupos de pressão de homossexuais a fim de limpar a péssima imagem pública que os homossexuais tiveram ― e que, por mais que tentem, continuam tendo.

ALGUMAS CHAVES DA MENTALIDADE HOMOSSEXUAL MODERNA
É impossível compreender a distorção desses mitos se você não se aprofundar um pouco nas mentes distorcidas. Rafael Pi diz em seu livro ("Los gays vistos por un hetero"), que os gays, sonhadores ao quadrado, por causa do tipo de ambiente pseudo-marginal em que se movem, precisam ver (e de fato vêem) "sinais" de homossexualidade em todos os lugares, porque amam a ambiguidade e as segundas intenções. Em 99% dos casos, esses sinais só existem em sua imaginação. É normal para aqueles que participam nas paradas gays e que têm muitos parceiros sexuais por ano verem sinais de homossexualidade em tomadas de parede. Enxergam-na em Sherlock e Watson, em Batman e Robin... Mas onde a homossexualidade realmente está? A resposta mais frequente é geralmente "que é perceptível". Não, não é perceptível. Está na sua mente, e a sua mente é fortemente influenciada pela variedade de experiências sexuais que você teve com o mesmo sexo, e que o levam a acreditar que isso é normal. Isto é o que faz com que, todos os anos, um grande número de homossexuais seja atacado, não simplesmente por violência, mas porque a sua própria disposição em ver sinais de homossexualidade onde eles não existem também os predispõe a se envolver em reações violentas.
Então, assim como eles precisam acreditar em "redutos gays" imaginários, como de acordo com a mitologia de que os vasos, quartéis, escolas, mosteiros e prisões são ambientes totalmente homossexuais, seria bom e necessário saber também que esses lugares não eram um paraíso gay, uma terra santa da homossexualidade enlouquecida, onde até mesmo Cristo vivia fora do armário sinistro e encaixotado da heterossexualidade, e onde qualquer um podia oferecer o orifício para o primeiro jovem que passasse sem que uma multidão espumasse de raiva e o linchasse por considerá-lo pedófilo e doente mental. E que melhor terra santa que a Grécia, um modelo respeitado da civilização e raiz de todo o Ocidente clássico?
Outras chaves psicológicas recorrentes na mentalidade do homossexual moderno é que ele persiste em acreditar que dentro de cada homem há uma maricona ansiosa para aparecer, incapaz de aceitar que a homossexualidade é algo que a grande maioria dos homens simplesmente rejeita e considera como antinatural, se não repugnante. Para estes indivíduos, a Grécia seria supostamente o exemplo que todo homem deveria ser homossexual e "sair do armário".
Eu não acho, na maioria dos casos vistos acima, que os autores intencionalmente manipulam os dados. Eu acho que eles sinceramente acreditam estar lidando com amostras de homossexualidade e que só eles são capazes de entender as "chaves ocultas"; daí eles acenderam as lâmpadas e começaram a escrever páginas e mais páginas de pura especulação infundada, de "sinais" que simplesmente não existem. Rejeitar esta teia de mentiras não é "homofobia", é defender a verdade da identidade sexual natural (à qual devemos a nossa existência presente e da qual depende o futuro da sobrevivência da nossa espécie) atribuída a nós biologicamente, juntamente com nosso sexo no momento em que somos concebidos; é se negar a aceitar uma mentira, ainda que pequena.

POR QUE TANTA MENTIRA, TANTA ACEITAÇÃO E TANTA HIPOCRISIA? 

Hoje, temos uma rede social de professores e "intelectuais" homossexuais, aplaudidos e subsidiados pela promoção da desintegração social e pelo nivelamento de um "rebanho global" dócil, sem identidade e sem hierarquias, com um sistema adequado para ser facilmente dominado por uma elite oligárquica inteligente que se dedica a viver suas fantasias doentias em detrimento da história de uma bela civilização europeia, cujo nome se pretendeu limpar neste artigo.
Uma minoria organizada contra a maioria desorganizada e as povos destruídos. A mentira é propagada sem mais delongas, as fontes mencionadas são deliberadamente ignoradas por aqueles que querem comparar uma civilização decadente hierárquica e aristocrática com certos fenômenos da vida moderna. O lobby homossexual nos EUA é tão poderoso que não só procurou justificar a homossexualidade e tirá-la da clandestinidade, como agora também tem pregado que a maioria dos grandes homens históricos eram homossexuais, a tal ponto que é difícil encontrar um personagem notável que “não fosse gay” segundo eles. Em vez de se referir aos fatos e dados da história, os propagadores de mentiras escritas, (coisas como, por exemplo, dizer que "Leonardo Da Vinci era gay"), quando seria necessário, em qualquer caso, dizer algo como: "Minha opinião é que Leonardo Da Vinci era homossexual ― e eu não tenho nenhuma prova disso, mas é minha opinião".
Por que tudo isso acontece? A resposta é que o mundo, especialmente o mundo ocidental, está passando por um processo de estrogenização e afeminação gradual dos valores, corpos, mentes e ideias. Há certos grupos de poder, especialmente os grupos de poder econômico, financeiro e midiático, que consideram que as identidades (sexual, étnica etc.) e instituições (especialmente familiares) estão em seus planos para alcançar um rebanho internacional facilmente manipulado e despojado de consciência de classe; em suma, a identidade, o poder do grupo, o "eu sou" e o "nós somos", acaba por ser um obstáculo na obtenção de uma escravidão global. E, para demolir estes obstáculos, os círculos de poder internacional concedem seu apoio a todos os meios que tendem a desestabilizar tudo aquilo que é "tradicional", voltados a destruir todas as identidades humanas do planeta, sejam elas raciais, nacionais, religiosas, sexuais, familiares e de classe. Ao promover o mito da homossexualidade grega, esses grupos podem matar dois coelhos com uma cajadada só: por um lado, eles promovem a desintegração sexual e dissolução social, o que é inevitável que se suceda nesse caso, mais cedo ou mais tarde; e, por outro lado, também poluem um dos grandes pontos de referência da identidade europeia e de qualquer renascimento ocidental.
Por outro lado, os grupos gays (que naturalmente querem ver suas inclinações prolongadas e reconhecidas) querem que o sua gente não se sinta negligenciado ou desvalorizado pela história e pela sociedade. E, uma vez que os helenos são um modelo de civilização para muitos, que melhor maneira de justificar a homossexualidade do que fazendo uma relação entre ela e a grandeza e a beleza da civilização grega? Que melhor maneira de fornecer cobertura para algo repugnante para a maioria da sociedade do que a invocação da Hélade, admirada e respeitada no mundo inteiro? Não poucos se baseiam na alegada homossexualidade grega para pregar a legalização e a tolerância da homossexualidade. Essas pessoas devem saber que, nos tempos antigos, a poligamia e o sexo com meninas menores de idade eram coisas infinitamente mais difundidas do que a homossexualidade. Isso significa que nós devemos nos apressar para legalizar essas coisas?
Em suma, este artigo é apenas um exemplo de que ler as obras originais sempre impede que alguém nos venha dizer o que devemos ou podemos pensar. Infelizmente, a coisa usual é que se você quiser confiabilidade, você deve descobrir por si mesmo.
NOTAS
[1] Erastes e eromenos são normalmente traduzidos como "amantes" e "amados", ou "pretendentes" e "pretendidos", mas realmente devemos procurar palavras mais adequadas, e hoje essas palavras são associadas com a homossexualidade – mas uma mínima atenção aos escritos gregos revela que não eram esses os significados originais. "Professor" e "aluno" seriam equivalentes muito mais fiéis ao contexto moderno. Precisamos repensar a tradução pela simples razão de que eu não sei que tipo de relação homossexual é aquela em que são proibidas "relações carnais". O caráter de "amante" e "amado" deve ser, portanto, como o amor puramente platônico, um emoldurado por relação de admiração, respeito, veneração e fraternidade, um amor totalmente desprovido de corantes eróticos como nós os entendemos nos tempos modernos.
[2] Ganímedes sobreviveu até os dias de hoje por meio do zodíaco, como Aquário.
[3] Sudeste de Esparta, na cidade de Amicla, onde havia um montículo (no estilo das estruturas funerárias erguidas nas antigas culturas da Europa Central), que foi o túmulo de Jacinto e onde os espartanos realizavam as chamadas “Jacintas”, festividades típicas que duravam três dias, em que a morte e ressurreição de um ídolo religioso eram celebradas.
[4] Isto também se aplica no caso heterossexual: não há nenhuma evidência de que Ártemis, a deusa virgem, teve relações sexuais com Órion, mas sim que eles eram bons companheiros de caça e que foram unidos por um vínculo platônico.
[5] Note-se que aqui não se fala em "relações carnais" ou "posse" de qualquer tipo. Embora não entrem na categoria de sexo, "se deitar e abraçar" excluem penetração pela região que abriga Aedos e que provocam a vingança de Nêmesis (o que é reconhecido até mesmo por autores homossexuais sectários e díspares em suas afirmações, como K.J. Dover ou Karola Reinsberg, que deixam claro que a penetração anal não fazia parte das relações supostamente homossexuais na Grécia antiga porque era desaprovada, com a qual nós devemos nos perguntar que tipo de "paraíso gay" era a Grécia, se o sexo anal era tido como sacrilégio). Até mesmo Aristófanes, ainda de acordo com o trabalho “pró-homossexual” do "Banquete" (em qualquer caso, pró-bissexual, já que os gregos eram casados ​​e tinham filhos), seria certamente considerado como um homossexual muito “leve” para hoje.
[6] Na verdade, ele está citando um provérbio grego que afirma que "o vinho e as crianças sempre dizem a verdade", em consonância com o ditado espanhol que diz que "os bêbados e as crianças nunca mentem". Esta ideia reforça ainda mais a sinceridade excessiva de Alcibíades.
[7] Talvez, outra das esferas argumentativas de Dover, quando confrontado com a homofobia de Platão (que sempre buscou inspiração na inocência natural dos animais), é afirmar que "Platão não sabia nada sobre animais".