sábado, 24 de setembro de 2016

O FEMINISMO DESVIRTUANDO INSTITUIÇÕES

O FEMINISMO DESVIRTUANDO INSTITUIÇÕES

O Caso do Promotor em Júlio Castilhos-RS
que humilhou uma vítima de estupro.

15.505 Caracteres (Notas de Referência exclusas)


Em plena época onde a Terceira-Via ideológico política tenta popularizar nomes e propostas nacionalistas ignoradas pela quase totalidade da população, o nome "Julio Castilhos" foi repercutido num contexto deletério e absolutamente diferente do que gostariam os que pretendem reavivar a memória de seu legado. Trata-se do caso ocorrido na cidade sulista que leva seu nome, sobre o "promotor que humilhou vítima de estupro".
Diferente do que fizeram a grande maioria das nossas fontes "jornalísticas", vamos no ater diretamente ao relatório da Desembargadora Jucelana Lurdes Pereira dos Santos, que obtive no link do Estadão 01, até onde vi o único a disponibilizar o Acórdão em seu inteiro teor, em PDF, no que merece ser elogiado por estar um tanto acima do baixíssimo nível jornalístico geral. Também estou disponibilizando cópia da decisão, na íntegra, em meu próprio site 02.
Vejamos então os fatos básicos, a quase totalidade deles por completo omitidos nas notícias mais populares na internet, com especial e honrosa exceção do jornal Zero Hora 03, que forneceu uma visão mais ampla do ocorrido, com reportagens bem mais detalhadas, e com um enfoque diferente da cobertura da maior parte do restante da mídia.

O QUE DE FATO OCORREU

Em Novembro de 2012 o Conselho Tutelar da comarca de Julio de Castilhos - RS, município cujo nome remete ao inspirador do Castilhismo 04, descobriu por meio de denúncia anônima que uma jovem de então 12 anos vinha sofrendo abusos sexuais há cerca de ao menos um ano. Grávida, teve acesso ao aborto legal pelo SUS, visto que seria vítima de estupro presumido e com isso implicou seu próprio pai, que já tinha antecedentes de más condutas sexuais com outras moças da família. Formalmente a denúncia foi recebida pela justiça em 05/03/2013, o réu foi autuado por meio de provas testemunhais em 08/09/2014, e teve prisão efetivada em 27/04/2015.05
Originalmente, o pai havia sido condenado a 27 anos de prisão, mas recorrendo da decisão, a pena foi posteriormente reduzida a 17 anos. No julgamento desse recurso, e em 20/02/2014, o promotor Theodoro Alexandre da Silva Silveira, que tinha como objetivo condenar o réu, foi surpreendido pelo fato de que a principal testemunha de acusação, a própria menor vítima do fato, simplesmente voltou atrás, dizendo que o pai não era realmente o culpado, o que implicaria no fato óbvio de que a justiça condenara um inocente. Pressionada, a jovem alegou que o verdadeiro pai da criança abortada teria sido outro jovem, um namorado da escola, mas se recusou a fornecer o nome.
Alegou também ter se arrependido de ter feito o aborto. O promotor se enfureceu ao ponto do descontrole e proferiu uma série de gravíssimas ofensas e ameaças contra a jovem de então 14 anos, que por algum estranho motivo estava desacompanhada de um responsável.
Como se segue em transcrição de trecho da gravação06, onde o nome da vítima foi abreviado para 'A.', e 'MP' é abreviatura de Ministério Público, que no caso trata-se do promotor Theodoro em questão.



Juíza: Amanda tem uma acusação aqui contra o J. L. S, ele é teu pai? Diz aqui que entre o mês de janeiro de 2011 até o mês de outubro de 2012, por várias vezes, ele teria te estuprado. Inclusive, tu já foi ouvida e foi autorizado o aborto em relação a isso. Eu queria que tu contasse o que aconteceu, se é verdade isso, como tudo aconteceu, até porque teve uma morte também né, foi autorizado um aborto, que foi feito em Porto Alegre (...) disso.
Vítima: eu vim aqui eu falei o que aconteceu...
Juíza: fala mais alto
Vítima: ...e depois de um tempo eu falei pra mãe e contei pra ela que não tinha acontecido nada disso, que eu acusei ele sem ter feito nada pra mim, por causa que eu fiquei com medo, porque eu tinha ficado grávida e eu não queria a criança, queria prosseguir meus estudos, e aí ele ia ser preso por uma coisa que não fez.
Juíza: tu tá dizendo que.... pelo Ministério Público
MP: A. tu tá mentindo agora ou tava mentindo antes
Vítima: ... mentindo antes, não agora
MP: tá, assim ó, tu pegou e tu fez, tu já deu um depoimento antes (...), tu fez eu e a juíza autorizar um aborto e agora tu te arrependeu assim? tu pode pra abrir as pernas e dá o rabo pra um cara tu tem maturidade, tu é auto suficiente, e pra assumir uma criança tu não tem? Sabe que tu é uma pessoa de muita sorte Amanda, porque tu é menor de 18, se tu fosse maior de 18 eu ia pedir a tua preventiva agora, pra tu ir lá na FASE, pra te estuprarem lá e fazer tudo o que fazem com um menor de idade lá. Porque tu é criminosa... tu é. (silêncio).... Bah se tu fosse minha filha, não vou nem dizer o que eu faria.... não tem fundamento. Péssima educação teus pais deram pra ti. Péssima educação. Tu não aprendeu nada nessa vida, nada mesmo. Vai ser feito exame de DNA no feto. Não vai dar positivo nesse exame né?..... ou vai?... Vamo A. tu teve coragem de fazer o pior, matou uma criança, agora fica com essa carinha de anjo, de ah... não vou falar nada. Não vai dar positivo esse exame de DNA, vai dar negativo né!? Vai dá o quê nesse exame Amanda?
Vítima: negativo
MP: tá e quem é o pai dessa criança?
Vítima: é um namorado que eu tinha no colégio.
MP: como é o nome desse namorado?
Vítima: ah, isso não vem ao caso agora
MP: como não vem ao caso Amanda? Tu fez a gente matar uma pessoa e agora diz que não vem ao caso, quem tu pensa que tu é...quem é esse cara?
Vítima: eu não quero envolver ele
Juíza: tu não tem....
MP: tu não tem querer, tu fez a gente matar uma pessoa. Tu vai dizer o nome desse cara. Quem é esse cara?
Vítima: eu não quero responder
MP: tu vai responder em outro processo. Eu vou me esforçar o máximo pra te por na cadeia A. se não for pronunciar o nome desse piá. Tô perdendo até a palavra. Tu vai pro CASE se não der o nome desse piá. Como é o nome desse piá... (silêncio).... vamo A. além de matar uma criança tu é mentirosa? Que papelão heim? Que papelão... só o que falta é aquele exame dar positivo, só o que falta! Agora assim ó, vou me esforçar pra te “ferrá”, pode ter certeza disso, eu não sou teu amigo.

Posteriormente o resultado do exame de DNA feito no feto abortado iria comprovar que este era mesmo do pai da menina, mas na época do julgamento em questão, como fica claro nos autos, tal resultado ainda não era conhecido. Ou seja, a jovem estava de fato mentindo e tentava inocentar o pai, provavelmente, como a própria desembargadora Jucelana deixa claro 07:



...verifica-se que ela negou a prática do estupro na intenção de proteger o ofensor pelos laços familiares que os unem, por se sentir culpada pela prisão dele, por destruir a família, o que se mostra compreensível, tendo em vista a ambivalência sentimental da criança/adolescente, a qual fica dividida entre o amor que sente pelo genitor e a raiva pela violência física ou emocional exercida por ele.
     Ademais, não é raro em delitos desta espécie, os próprios parentes atribuírem à vítima a responsabilidade pela desestruturação da família, hipótese em que a criança/adolescente procura se retratar das acusações, visando a restabelecer a unidade familiar antecedente à descoberta dos abusos.

Em seguida a magistrada até mesmo cita as pesquisadoras Maria Helena Mariante Ferreira e Maria Regina Fay de Azambuja autoras de Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, e prossegue explicando a situação de precariedade e manipulação por parte da própria familiar, destacando inclusive a mãe, que explicariam sua mudança de depoimento. Concluindo categoricamente que 08:



     Destarte, não convence a retratação da vítima, tampouco a negativa de autoria (CD, fl. 207), pois o conjunto probatório é robusto para demonstrar que o réu manteve relações sexuais com a própria filha.

Assim, a retratação terminou desconsiderada, até por ter sido ainda mais nulificada pelo resultado positivo do exame de DNA. O motivo da redução da pena de 27 para 17 anos foi basicamente técnico, como explicado nas páginas 9 a 11 do Relatório, resultando de uma correção de aparente erro nos cálculos de agravantes. No mais, todos os elementos acusatórios foram preservados, e 17 anos num país famoso por sua impunidade e penas leves não é algo a ser desconsiderado.
Por fim, a conduta do Promotor foi severamente repreendida nos autos, tanto pela desembargadora Jucelana quanto especialmente por parecer aditivo do Desembargador José Antônio Daltoé Cezar, que declara 09:



     O que se percebe, em relação ao Dr. Promotor de Justiça, que além de não ter lido atentamente o processo, embora se disponha a participar de feito em que se investiga a prática de violência sexual contra crianças e adolescentes, não tem conhecimento algum da dinâmica do abuso sexual, bem como confunde os institutos de direito penal, além de desconsiderar toda normativa internacional e nacional, que disciplina a proteção de crianças e adolescentes.

E prossegue então corroborando a visão de que a retratação da vítima obedecia uma manipulação sentimental que se aproveitou de sua situação de vulnerabilidade. Mais adiante, o desembargador até mesmo reverbera conceitos bastante caros às feministas, ao declarar 10:



    Equivocou-se também o Dr. Promotor de Justiça, gravemente, quando referiu à vítima que ela seria uma criminosa, teria matado uma pessoa, como se ela tivesse praticado um homicídio.
     O feto humano, embora seja protegido, por institutos de direito civil e penal, ainda não é uma pessoa, o que somente ocorrerá quando vier a nascer, com vida.

O que apesar de estar em desacordo com nossa ordem jurídica que trata sim o feto como pessoa detentora de direito à vida, caso contrário a mera rejeição ao aborto incondicional não faria sentido, termina sendo relevante diante do fato de que neste caso há um excludente de penalidade previsto no código penal. Se o aborto neste caso é um homicídio ou não é uma outra discussão, mas efetivamente o Procurador em questão se excedeu ao ofender a vítima uma vez que seu procedimento foi autorizado pela justiça. O que espero, fique claro, é que há aqui um ponto controverso no qual o desembargador em questão se posiciona de modo bastante favorável ao enfoque feminista e abortista.
E mais declarou o desembargador Daltoé Cezar 11:



     Fosse o pai da vítima quem nela provocou a gravidez, o que efetivamente se confirmou, fosse outro homem, qualquer fosse ele, teria a vítima direito a postular o aborto legal, pois tendo ela engravidado aos treze anos de idade, foi vítima de estupro, na forma estabelecida no artigo 217-A do Código Penal.
     Portanto, a irresignação apresentada pelo Dr. Promotor de Justiça na solenidade, dizendo que iria “ferrá-la” e não descansaria enquanto ela não dissesse quem a engravidou, e que faria o possível para colocá-la na cadeia, apresentou-se ilegal e inadmissível.
     Lembremos, ela, uma menina com quatorze anos quando do depoimento, era vítima de um estupro, concorde o não o Dr. Promotor de Justiça com a figura do aborto legal.

Por fim, conclui impecavelmente o magistrado 12:



     Por sua vez, o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe, no artigo 18, que é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
     Na audiência na qual a vítima foi inquirida, quando se viu ela injuriada, caluniada, ameaçada e constrangida, percebe-se claramente que o seu direito de falar sobre a experiência não observou, em nenhum momento, o dispositivo legal acima referido.
     E quando isso tudo se passou na audiência de inquirição da vítima, principalmente pela a ação do Dr. Promotor de Justiça, percebeu-se também que a magistrada que presidiu a solenidade, omitiu-se totalmente, permitindo que isso acontecesse na sua presença.

O desembargador então finaliza fazendo quatro orientações 13, que sintetizo aqui como: a) encaminhar ao Conselho Nacional do Ministério Público para examinar a responsabilidade profissional do Promotor; b) encaminhar à Corregedoria-Geral da Justiça para examinar a responsabilidade da Magistrada(que pecou por omissão ao não se manifestar diante das ofensas proferidas)c)encaminhar à Procuradoria-Geral da Justiça para examinar a responsabilidade CRIMINAL do Promotor (ofensa do artigo 232 do ECA: ameaça, injúria e calúnia)d) encaminhar por meio de oficial de justiça que a 7a Câmara lamenta profundamente a forma como a jovem foi recepcionada pelo sistema de justiça, cabendo indenização pecuniária junto ao Promotor.

A TARDIA DIVULGAÇÃO DO OCORRIDO

Encerrando aqui essa breve exposição, que pode ser conferida ao se examinar na íntegra o Relatório em questão 02, o que temos efetivamente é que um crime de estupro foi reconhecido, levando a prisão do perpetrador, o aborto legal foi autorizado. O recurso do acusado foi em sua essência, negado, e o evidente destempero do procurador do Ministério Público devidamente apontado e já encaminhado para as medidas cabíveis.
Tal atitude, universalmente condenada por TODAS as instâncias e opiniões que se manifestaram, chegou até a ser explicada por alguns órgãos de notícias, como um artigo do Conjur 14 de deixou claro: "O recuo da vítima levou o promotor a adotar a postura condenada pelos desembargadores, acusando a menina de tentar proteger o pai."
Ou, a exemplo da boa reportagem do Jornal Zero Hora 15, a jovem:"...então obteve autorização judicial para fazer um aborto. Depois disso, quando ouvida novamente na Justiça, negou o abuso por parte do pai (supostamente pressionada pela família). Foi isso que causou a irritação do promotor na audiência, ocorrida em 2014."
A simples leitura dos fatos supracitados no autos, devidamente documentados, mostra que por mais que tenha sido descabida a agressão verbal perpetrada pelo promotor, esta se deu pelo fato deste ter visto AMEAÇADA SUA PRETENSÃO DE CONDENAR O ESTUPRADOR! Bem como do fato de possivelmente TER HAVIDO UMA FALSA ACUSAÇÃO, pois a jovem afirmou claramente que mentira antes, e talvez ainda pior, haver tanto um inocente condenado quanto um culpado à solta. E isso sem contar na implicação dela ter mentido para justificar um aborto ainda que isso fosse completamente desnecessário, visto que teria sido estupro presumido independente de que fosse possível encontrar o culpado ou não.
Tudo isso não justifica, mas explica a reação do Promotor, mesmo que temperada por um viés severamente anti-aborto, assim como a maioria esmagadora da população brasileira, que aparentemente se viu diante de uma situação de perplexidade, de seu ponto de vista, contemplando uma possível severa injustiça associada a impunidade e oportunismo. Apesar de todo o exposto, dois anos e meio depois, em 31 de Agosto de 2016, o fato finalmente veio a conhecimento público justo por meio deste documento publicado mais de 3 meses antes, em 05/05/2016, e um caso que envolve aborto, estupro e um rompante de fúria facilmente interpretável como misoginia não teria como não ser irresistível de ser feministicamente explorado.

A DELIBERADA DISTORÇÃO DOS FATOS

E assim, como portais de notícias feministas divulgaram o ocorrido? Retratando fielmente o fato? Apontando a pronta punição do abusador? Demonstrando o uso do direito ao aborto legal? Evidenciando, em conjunto com as infelizes declarações do promotor, a pronta reação dos magistrados em tomar as providências cabíveis para penalizá-lo? Ou, melhor ainda: destacando que sua infeliz postura foi universalmente repreendida, condenada, considerada inaceitável, e está isolada enquanto uma visão deturpada e ignorante dos fatos apresentados?
Claro que não. O pensamento feminista reage dizendo DELIBERADAMENTE que a jovem foi ofendida POR TER SIDO ESTUPRADA E POR TER FEITO O ABORTO! Mais uma "prova" da Cultura de Estupro, do "Machismo" SISTEMÁTICO 16 da sociedade e do Judiciário, do onipresente Patriarcado Opressor!
A Revista Fórum, além de apelar ao estúpido lugar comum de "machismo"17, disse que: "Para o promotor, a garota era culpada pelo caso, teria mentido e ‘facilitado’ o abuso." 18 E se não foi resultado de incompetência e irresponsabilidade, só pode ser canalhice, uma vez que fica claro nos autos que nesse momento a moça já havia confessado ter mentido e o promotor já pensava sob a ótica dela ter engravidado em relação consensual de um namorado que era acobertado!
Aliás basta observar o registro dos autos originais para notar que algumas reportagens de inegável teor feminista, como o Pragmatismo Político, Fórum, Exame, Esquerda Diário e outros desavergonhados sem o menor pudor em fraudar descaradamente a realidade em nome de sua ideologia psicótica, deliberadamente isolam a citação de forma a alterar o contexto.
Já não bastassem os famigerados fanfics 19, onde militantes feministas inventam estórias fajutas com narrativas que corroboram suas visões delirantes de mundo e postam diretamente nas redes sociais relatando pseudo crimes que não se dão ao trabalho de denunciar à polícia, ainda temos essa disposição falsária em distorcer completamente os fatos para enquadrar em suas falsificações da realidade.
Não importa que a quase totalidade da sociedade tenha uma postura condenatória claríssima em relação ao estupro, evidente no sistema judiciário, na pronta ação policial, na aprovação popular a punições severas contra estupradores que variam desde o linchamento sumário de suspeitos, frequentemente inocentes, até o endosso a violação corretiva de presos, muitos também inocentes, nas cadeias. 20 Basta um único caso promovido por um psicopata desviante ou mesmo uma citação fora de contexto para declarar que TODA a sociedade é conivente com a inverossímil "Cultura do Estupro" 21. O que evidentemente demanda, ONGs, secretarias, delegacias, e dinheiro, muito dinheiro, inclusive público, para abastecer campanhas e políticas absolutamente inúteis ou que até mesmo pioram o problema.
Assim vive o Feminismo fazendo o que faz de melhor, desvirtuar a realidade, insultar as instituições, pessoas e memórias. Uma ideologia nefasta financiada desde o estrangeiro por elites plutocráticas liberais que visam corromper a sociedade, trombeteando na mídia e contribuindo para o completo obscurecimento de pautas efetivamente necessárias. Bem como doutrinas nacionalistas legítimas, como a de Júlio Prates de Castilhos, que verdadeiramente representa uma mentalidade do povo brasileiro, e que a partir de agora corre o risco de ter seu nome maculado pela evocação de um ocorrido relatado de forma amplamente fraudulenta e mal intencionada.

REFERÊNCIAS

01. Promotor humilha vítima de estupro no RS: 'vou me esforçar pra te ferrá' (politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/promotor-humilha-vitima-de-estupro-no-rs-vou-me-esforcar-pra-te-ferra)

02. Relatório do Caso em Julio Castilhos (PDF)

03. Declarações de promotor contra vítima de abuso sexual chocam desembargadores no Rio Grande do Sul (zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/policia/noticia/2016/09/declaracoes-de-promotor-contra-vitima-de-abuso-sexual-chocam-desembargadores-no-rio-grande-do-sul-7405953.html)
Vítima de abuso saiu de audiência chorando e quase desmaiou ao ser humilhada por promotor(zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2016/09/vitima-de-abuso-saiu-de-audiencia-chorando-e-quase-desmaiou-ao-ser-humilhada-por-promotor-7412667.html)
MP diz que atitude do promotor que humilhou vítima foi um "erro" (zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/policia/noticia/2016/09/mp-diz-que-atitude-do-promotor-que-humilhou-vitima-foi-um-erro-7411533.html)

04. O município hoje intitulado Júlio Castilhos , deriva seu nome de Júlio Prates de Castilhos, que legou oCastilhismo, doutrina que teve forte influência sobre Getúlio Vargas e se caracterizava por uma visão virtuosista da política, que só poderia ser exercida por homens desinteressados de quaisquer benefícios pessoais diretos, de forte espírito público, e de influência positivista. Uma boa explanação sobre o castilhismo e sobre Júlio de Castilhos pode ser vista em A SAGA DO CASTILHISMO NO SEIO DO ESTADO PATRIMONIAL BRASILEIRO

05. Página 3 do Relatório.06. Páginas 17 e 18 do Relatório.07. Página 5 do Relatório.08. Página 6 do Relatório.09. Página 19 do Relatório.10. Página 20 do Relatório.11. Página 21 do Relatório.12. Página 22 do Relatório. Grifo conforme original.13. Íntegra na Página 23.14. www.conjur.com.br/2016-set-09/promotor-ameacou-ofendeu-vitima-estupro-investigado

15. zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/policia/noticia/2016/09/declaracoes-de-promotor-contra-vitima-de-abuso-sexual-chocam-desembargadores-no-rio-grande-do-sul-7405953.html

16. Assim o disse, literalmente o www.esquerdadiario.com.br/Promotor-do-RS-pra-da-o-rabo-tu-tem-maturidade-E-pra-assumir-crianca-tu-nao-tem

17. O Que É "Machismo"?

18. www.revistaforum.com.br/2016/09/09/vitima-de-estupro-menina-de-14-anos-e-humilhada-por-promotor-durante-audiencia

19. Originalmente o termo, que significa fan fiction, "ficção de fã", se refere a estórias originais criadas por apreciadores de certas obras famosas, em geral de Ficção Científica ou Fantasia, que adaptam personagens e ambientações e consagradas em novas narrativas. Nos últimos anos a palavra também passou a designar estórias falsas produzidas por militantes feministas que inventam crimes, em geral de violência contra mulher ou homossexuais, e postam nas redes sociais em busca de compartilhamentos, afim de contaminar a opinião pública com lendas que sirvam de confirmação para suas ideologias. É como inclusive postarem fotos com ferimentos e outras evidências simuladas.20. Várias referências sobre isso em Estuprando a Justiça.

21. Já escrevi exaustivamente sobre o conceito de "Cultura de Estupro", nos textos: A Cultura do EstuproO Estupro da Cultura que lidam com os fundamentos teóricos, Estuprando a Justiça e Estuprando Números que tratam de casos concretos e estatísticas, ESTUPRISMO que aborda a mentalidade e pretensões, e O Estupro Coletivo da Consciência Social, que trata de um caso específico e faz novos apontamentos, bem como traduzi o texto A Política do Estupro, da Dr. Trace Hansen, que analisa o conceito de forma diferenciada pelo prisma psicológico.

Marcus Valerio XR

Setembro de 2016



quarta-feira, 21 de setembro de 2016

10 mentiras que seu professor de história contou e você sempre acreditou


10 mentiras que seu professor de história contou e você sempre acreditou

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“Se a versão é melhor do que os fatos, publique-se a versão.”
A icônica frase do filme de John Ford – O Homem que Matou o Facínora – foi dita em outro contexto, mas sua precisão em relação ao modo como a imprensa age tratou de torná-la famosa. Narrar um fato, seja ele jornalístico ou histórico, quase nunca é uma tarefa fácil. Em boa parte das vezes, é possível deparar-se com versões conflitantes. Em outras, uma espécie de “telefone sem fio” toma conta da história, e distingui-la da verdade torna-se quase impossível. Leve esta dificuldade para áreas onde o interesse em fomentar um espírito crítico é parte fundamental, como o ensino da História, e não é difícil imaginar que certos enganos não sejam tão inocentes assim.
Sherlock Holmes jamais disse “Elementar, meu caro Watson” nos livros escritos por Conan Doyle. Maria Antonieta por sua vez não foi a autora da infame frase “Pois que comam brioches”, em resposta à ausência de pão na França pré-revolução. Seja por que a frase dita por William Gillete em sua apresentação teatral conseguiu sintetizar perfeitamente a relação entre Sherlock e seu parceiro Watson, ou por que interessava aos revolucionários franceses passar a imagem de uma rainha distante do povo e pouco preocupada com eles, ambas as máximas tornaram-se hoje quase indistinguíveis da realidade a que pertencem.
No entanto, nenhum dos pecados que cometemos ao analisar a história, nem mesmo nossa constante tentação de enquadrá-la num imaginário que pertence à modernidade, se equipara à ideia hollywoodiana de que podemos reduzir a história sempre a dois lados, o dos mocinhos e o dos vilões. Tão complexo quanto os próprios seres humanos que participam da narrativa, o contexto histórico é, quase sempre, ignorado.
Sob o título de “história crítica”, estas novas versões, ou versões parciais da história, tomam as salas de aula. Abaixo, selecionamos 10 exemplos de como a história pode ser contada visando muito mais do que o simples aprendizado.

#1. O Velho Oeste não era tão violento quanto os filmes dão a entender.

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A imagem de conflitos e duelos constantes é provavelmente a imagem mais difundida sobre o oeste americano no século XIX, o chamado “Velho Oeste”. A ideia parece simples: durante a migração americana em direção ao Oeste, o número de pessoas portando armas era bastante alto, ao mesmo tempo em que a presença de forças policiais ou do próprio sistema judiciário, quase mínimo. Bandidos como Billy the Kid deitavam e rolavam em um pedaço quase anárquico dos Estados Unidos.
A realidade dos números, porém, mostra que a fama de pessoas como Billy não era tão justificada assim. Quando a fonte para os crimes do bandido não é ele próprio, o número de suas vítimas se limita a apenas 4, longe das dezenas que ele encorajava que se propagasse.
Não é difícil entender por que a fama dos bravos e valentes habitantes do Velho Oeste chegou onde chegou. A quem interessaria, por exemplo, retratar um filme onde a vítima de um crime denunciaria o agressor por meio de uma carta escrita a um jornal ou fazendo uma queixa à polícia? Como cidades pequenas na região conseguiriam atrair aventureiros sem exagerar em seus contos e causos? Imagine você ter de contar a realidade sobre o quão precárias eram as armas fabricadas na época (o que tornava quase irrelevante a velocidade do saque do revólver)?
Quantas mortes você acredita terem ocorrido na mais violenta cidade do Oeste americano em 1 ano? Cem? Pouco mais do que isso? Muito longe disso. Cidades como Tombstone não registraram nunca um número maior do que 5 mortes. Na média, a taxa de homicídios na região não era muito distinta da atual.
Pela média de 1,5 homicídios por 100 mil habitantes, registrada na mesma Tombstone, você teria ao menos 20 vezes mais chances de ser assassinado na Porto Alegre de 2016, e quase 50 vezes mais chances em Fortaleza hoje, do que no anárquico velho Oeste.

#2. William Wallace não era um plebeu e jamais usou Kilt.

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O revolucionário escocês William Wallace, interpretado nos cinemas por Mel Gibson, tornou-se sinônimo de valentia e resistência contra os invasores britânicos que teimavam em dominar a Escócia. Em Hollywood, Wallace virou um símbolo de liberdade.
Para apimentar a história, o revolucionário é constantemente citado como um plebeu, ou um fazendeiro extremamente humilde, cujo respeito de seus compatriotas veio por meio da valentia em campo de batalha. A realidade, no entanto, é um pouco diferente: Wallace era um dos nobres da região, possuindo terras, e portanto servos.
Para piorar – ou não – a situação, o tradicional saiote escocês só viria a ser inventado séculos após a luta de Wallace. A famosa cena do filme em que os guerreiros escoceses mostram a bunda para os ingleses é tão ou mais improvável do que a história de um revolucionário clássico, daqueles que ascendem apenas pelas idéias e valentia.

#3. Cuba não era um país miserável antes da revolução.

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Fulgêncio Batista em pouco se diferenciava de outros ditadores, tão comuns na América Latina. Tinha pouca ou nenhuma vontade de realmente fazer o seu país se desenvolver. Estava mais interessado em lucrar com o poder, custasse o que custasse. Em um caso pitoresco, Fulgêncio recebeu da companhia americana AT&T um telefone de ouro para celebrar um acordo que traria a empresa para operar em Cuba.
As relações entre Estados Unidos e Cuba nesse tempo foram quase sempre bastante próximas. Partiu dos Estados Unidos, por exemplo, a iniciativa de combater o domínio espanhol sobre a ilha do Caribe. Para os EUA, o domínio de um país europeu sobre um país latino-americano contrariava a noção de que deveriam ser eles, e não os europeus, a grande nação a influenciar a região.
Ao contrário do que se tornou comum pensar, porém, Cuba não era um destino abandonado e utilizado como um “cabaré” americano. Por décadas a relação entre ambos os países se estreitou, e bilhões de dólares em investimento americano foram despejados no país, ajudando a construir inúmeras usinas de açúcar – o que colaborou para fazer de Cuba um dos 3 países mais ricos do continente. A renda per capita de um cubano equivalia em 1959 a US$ 11,3 mil dólares em valores atualizados, quase 10% maior do que a renda atual, e semelhante à renda de um britânico no mesmo período.
O país era o quinto do mundo em número de televisões per capita. A maior taxa de telefones da América Latina (2,6 por 100 habitantes), a segunda maior taxa de veículos, atrás apenas da Venezuela, e números de mortalidade infantil menores do que os registrados nos Estados Unidos e Canadá. Ainda em 1958, o país registrava o 8º maior salário industrial do mundo.
Durante o período da revolução, os Estados Unidos não mais apoiavam o governo de Fulgêncio, fato que levou Fidel a tentar apoio dos próprios americanos para sua revolução. Foi apenas em 1961 que Cuba alinhou-se à União Soviética.

#4. Bin Laden não foi o primeiro terrorista a atacar os EUA em seu território.

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Depois de passar por duas guerras mundiais sem ter de enfrentar inimigos no próprio território, os Estados Unidos são constantemente considerados como um dos poucos países na história a não ter encarado adversários bélicos dentro de suas fronteiras. Este seria, segundo alguns, um dos motivos pelos quais o ataque orquestrado pela Al-Qaeda provocou tamanho impacto. Nem mesmo Hitler conseguiu causar tantos danos quanto Bin Laden.
Nos quase três séculos de história americana, porém, em outros 3 momentos o país sofreu ataques externos. No primeiro e mais antigo, a sede do governo, a Casa Branca, chegou a ser incendiada, quando britânicos tomaram Washington na guerra de 1812. Na segunda vez, em 1916, Pancho Villa cruzou a fronteira entre o México com os EUA para atacar a cidade de Columbis. Por último, há o ataque a Pearl Harbor, durante a Segunda Guerra Mundial, onde japoneses atacaram a base militar americana com o intuito de destruir a frota do pacífico.
Pancho Villa, o revolucionário mexicano, chegou a trabalhar como ator em Hollywood, onde interpretou a si mesmo. Villa vendeu os direitos autorais de seus filmes para financiar parte de suas batalhas na revolução mexicana (o filme original gravado com Villa foi refilmado em 2003, tendo Antonio Banderas no papel principal).

#5. Os países não são ricos porque tiveram colônias ou pobres porque foram explorados.

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Tentar descobrir a causa da riqueza das nações foi o que fez Adam Smith ficar conhecido como “pai da economia”. Para Smith, um país enriquece não pelo acúmulo de ouro e prata, mas pela divisão do trabalho dentro da economia. Sua defesa tinha um ponto claro: combater o mercantilismo e suas idéias de que um país seria rico apenas exportando e acumulando ouro.
Ainda hoje, estas ideias são bastantes comuns. É muito provável que você já tenha ouvido que os ingleses são ricos graças ao ouro brasileiro, ou coisas do tipo. Na realidade, no entanto, o lucro que os ingleses obtiveram com o ouro brasileiro foi bem diferente daquilo que comumente se pensa. Para acabar com o ouro, os ingleses não precisaram roubá-lo, e nem mesmo minerá-lo no Brasil. Bastou que desenvolvessem uma manufatura capaz de produzir aquilo que os portugueses desejam comprar.
Aqueles que exploravam o ouro no Brasil tornaram-se pobres em pouco tempo, pois não produziam por meio do trabalho a riqueza. Não foram construídas fábricas em Portugal com o ouro obtido por aqui.
Não restam dúvidas de que o colonialismo europeu tenha feito a África ter dificuldades para se desenvolver, mas a forma como isso ocorreu vai além de uma análise simples de que “riquezas foram roubadas”. O grande entrave gerado pela colonização européia foi aumentar conflitos políticos locais e impedir que instituições verdadeiramente livres se desenvolvessem nestes países.
Países como Suécia ou Suíça não tiveram colônias. Outros como a Dinamarca colonizaram apenas locais inóspitos como a Groenlândia. Na Etiópia, por sua vez, não houveram colônias – a monarquia perdurou até o final da década de 60, quando o país sofreu uma revolução comunista. Ainda assim, mesmo sem esse passado, ainda é um país pobre. No caso de Botswana, por exemplo, houve o efeito contrário: mesmo tendo sido colônia, o país acabou desenvolvendo instituições sólidas, capaz de resistir à tentação das inúmeras ditaduras que assolaram o continente africano.

#6. O escalpelamento não foi inventado pelos índios americanos.

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A luta americana contra os índios nativos é constantemente tema de livros e filmes. O massacre promovido por generais no intuito de “pacificar” territórios é mais do que conhecido. Ao contrário da América Central e da América do Sul, onde doenças fizeram parte do trabalho de exterminar os povos indígenas, nos Estados Unidos esta tarefa coube quase exclusivamente ao exército.
Para colaborar com a imagem de selvagens atribuída aos índios, a ideia de que eles eram responsáveis por cortar o escalpo de suas vítimas (retirar o couro cabeludo) se espalhou rapidamente. O problema com esta história é justamente a inversão que ela carrega. Cortar o escalpo foi uma tradição introduzida inicialmente por franceses, seguida por holandeses, mexicanos e americanos. O motivo era simples: com o escalpo indígena em mãos, um soldado poderia provar que matou de fato um indígena, e assim receber alguma recompensa.

#7. A escravidão na África não foi imposta pelo imperialismo europeu.

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Ao longo dos séculos, poucas práticas configuraram-se tão mortíferas quanto a escravidão. Condições degradantes e desumanas foram impostas a centenas de milhões de seres humanos, por inúmeros países. Se na Europa a escravidão era guardada aos tempos antigos e períodos de guerra (como os escravos de Roma, por exemplo), na África a prática manteve-se por muito mais tempo.
Quando se aventuraram no mar e começaram a invadir outras terras, países como Portugal estabeleceram bases comerciais em determinados países africanos. Por meio destas bases, milhões de negros foram levados em direção ao novo mundo – o continente americano.
Ao contrário do que se pensa, porém, capturar os escravos não era uma tarefa feita por portugueses, mas por outros africanos. Capturar e vender povos inimigos como escravos era algo bastante comum no continente africano, muito antes de os europeus pensarem nesta ideia.
Ao contrário do tráfico de escravos para o Atlântico, o tráfico para o oriente não era feito em navios, mas em caravanas. Milhões de indivíduos eram sequestrados em suas aldeias e forçados a caminhar em direção ao Oriente Médio. Apenas nesta rota, 18 milhões de pessoas morreram, contra 8 milhões dos mortos na travessia do Atlântico.
Sob o sol escaldante do Saara, os povos árabes levavam milhões de africanos para servirem como escravos em seus países, sempre com a benção de reis e chefes locais.
Nem Ford, nem Rockefeller. O homem mais rico da história é um africano, Mansa Musa, imperador do Mali. Muçulmano, Mansa fez sua peregrinação a Meca em 1324, levando consigo uma comitiva que incluía 60 mil homens e 12 mil escravos. Na comitiva, iam ainda 80 camelos carregados com 50 kg de pó de ouro cada, algo que foi distribuído pelas cidades onde o imperador passou.
A riqueza de Mansa, estimada hoje em US$ 400 bilhões, teve como base a exploração de ouro no continente, mas especialmente o tráfico de escravos para o oriente.

#8. Não havia presos políticos na Bastilha durante a Revolução Francesa.

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A Bastilha, antiga prisão política no centro de Paris, é usualmente reconhecida como um dos maiores símbolos do regime absolutista derrubado pela revolução. A data de tomada da prisão é considerada ainda hoje como a data oficial da Revolução Francesa, o 14 de julho de 1789.
Segundo a versão mais comum, a tomada da prisão representaria o fim da perseguição política promovida pelo imperador. Só há um problema com esta história: não havia de fato presos políticos na época em que a prisão foi tomada. Apenas oito prisioneiros estavam no local, a maioria por crimes de honra (como matar alguém em um duelo). Dentre eles, o Marquês de Sade.
Na Bastilha, porém, estava o estoque de pólvora detido pelo imperador, que deveria suprir as tropas enviadas do interior para conter a rebelião na capital. Sua tomada foi, portanto, muito mais relevante militarmente do que politicamente. Apesar de não existir mais hoje, o prédio da antiga prisão ainda persiste como marco histórico francês.

#9. Marco Polo não foi o responsável por levar a massa até a Itália.

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Marco Polo foi um dos mais conhecidos aventureiros em toda a história. Filho de um mercador, conviveu durante anos na corte do imperador mongol Kublai Khan, neto de Gengis Khan. Por lá, aprendeu inúmeros costumes e tradições chinesas, uma vez que Kublai, o “imperador chinês”, construiu sua capital em território chinês (Kublai foi o primeiro a conseguir unificar a China, antes dividida em três impérios).
Em suas mais de duas décadas viajando sob ordens de Kublai, Marco percorreu quase 25 mil km’s, além de dezenas de nações distintas. Já no retorno a Veneza, relatou suas viagens em um livro que lhe tornou conhecido posteriormente. 
Dentre aquilo que é atribuído a Marco Polo, porém, a introdução do macarrão na Itália é considerado um “exagero”, uma vez que a massa já era conhecida no país séculos antes, em função dos fenícios.
Durante séculos, chineses foram responsáveis por criar boa parte das inovações até então conhecidas. O arado (atribuído erroneamente aos ingleses), o papel, a moeda, a pólvora. Daí a importância atribuída aos relatos de Marco, considerado o maior explorador da idade antiga.

#10. Cristóvão Colombo não descobriu a América, e nem Pedro Álvares Cabral, o Brasil.

Cristóvão Colombo com o globo terrestre.idealizando o seu projeto
Sob o comando de três navios, Cristóvão Colombo aportou no Caribe em 12 de outubro de 1492. Esta, segundo a história oficial, foi a primeira vez que povos do continente americano fizeram contato com povos europeus.
Segundo o próprio Colombo, no entanto, a descoberta não teria sido uma novidade. Para ele, que não havia se dado conta de ter chegado em um novo continente, sua embarcação havia aportado em um local anteriormente descrito por Marco Polo. Segundo especulações, quase dois séculos antes de Colombo, Polo teria desembarcado no continente americano. Para outros autores, no entanto, a descoberta estaria a cargo dos chineses, que em 1421 empreenderam uma grande expedição ao redor do mundo, em navios dezenas de vezes maiores que as caravelas portuguesas.
Relatos de exploradores nórdicos, como o islandês Leif Ericson, mostram que os vikings estiveram no continente americano quase cinco séculos antes de Colombo.
No Brasil, a história ainda fica “dentro de casa” para os portugueses. Segundo sabe-se hoje, dois anos antes de Cabral chegar por aqui, o explorador Duarte Pereira Pacheco teria explorado a foz do rio Amazonas, além do Estado do Maranhão. Para evitar conflitos com a coroa espanhola, porém, os portugueses mantiveram a história em segredo. Em outros relatos, o explorador espanhol Vicente Pinzon teria chegado ao Ceará três meses antes de Cabral, em janeiro de 1500, portanto.